14º O Jogo de uma Vida (2017)
Mu: Mas a noite é toda nossa.
La: Pode deixar. – beijando-o –
Murilo despediu-se de Laura e foi para casa, queria desfazer as malas, descansar um pouco e adiantar o relatório para Laura, para mais tarde poder ficar tranquilo para aproveitar a companhia da sua mulher.Era a hora do almoço, mas Laura ainda aguardava a chegada de Lucas ao restaurante. O mesmo já havia lhe enviado um torpedo informando que demoraria alguns minutos mais para chegar.
Ela folheava o cardápio e mexia ao celular enquanto o esperava.
Foi rápido, quando ela viu o homem já sentou-se na cadeira ao seu lado.
La: Me desculpe, mas esse lugar já...
_ : Você é linda, não aguentei ficar só te olhando.
La: Não sei que é você, mas não estou gostando da sua...
Ele a beijou, sem que ela pudesse empurra-lo antes de seus lábios se encostarem.
Ele a segurou forte, ela bateu o cotovelo no copo de agua que estava ao lado fazendo com que o gerente responsável pelo salão tivesse sua atenção roubada para a cena.
Laura o mordeu nos lábios, ele a soltou e correu para fora, os seguranças o seguiram, mas logo na porta um carro já o esperava.
O Gerente conversava com Laura quando Lucas chegou estranhando os seguranças e o gerente ao lado da amiga.
Lu: Laura? Aconteceu alguma coisa? – preocupado –
La: Um idiota que me agarrou a força.
Lu: Como, onde? Aqui?
La: Agora, agora a pouco.
Lu: Já o pegaram? Onde ele está? Eu conheço alguém que pode processá-lo por... – sendo interrompido –
La: Ele fugiu.
Lu: Como assim ele fugiu?
La: Eu realmente estou assustada.
Gerente: Eu sinto muito, por conta desse ocorrido o almoço é por nossa conta.
O homem deixou a mesa e seguiu para o balcão informar os demais funcionários e os seguranças para que ficassem atentos.
Lucas segurou na mão da amiga que estava um tanto trêmula.
Lu: Laura, eu sei que o susto foi grande, mas eu estou te estranhando. Você está muito nervosa.
La: Ele me segurou a força. Eu não sou pega assim desde o ataque em Londres.
Lu: Ah, meu Deus... Você ainda...
La: Eu nunca vou esquecer.
Lu: Calma, eu vou pedir algo pra você beber e se acalmar um pouco.
Lucas saiu por alguns instantes da mesa e assim que voltou, estava com um comprimido e um copo de agua nas mãos.
Lu: Toma, vai te acalmar um pouco.
Depois de alguns minutos, mais calma, Laura começou a falar sobre o ocorrido.
Lu: Laurinha, mas ele não disse nada? Nada mesmo?
La: Não. Ele só me deu uma cantada idiota e logo me agarrou. Graças a Deus não me roubou nada, poderia ter sido bem pior.
Lu: Claro, se Murilo soubesse disso seria muito pior.
La: Ele não precisa saber.
Lu: Laura, se fosse ao contrário e... – sendo interrompido –
La: Lucas, pensa comigo. Isso não faz o menor sentido, porque eu vou estragar o nosso momento por um maluco que eu nunca vi e me roubou um beijo.
Lu: Eu sei lá, Laura. Só acho que talvez fosse o certo.
La: Não. Isso está decidido. Isso, na verdade nunca aconteceu.
Lu: Se é oque você quer.
Por conta desse ocorrido, Laura demorou almoçar com Lucas e como se não bastasse, acabou tendo que ir com o amigo até a Coins para resolver algumas pendências de ultima hora.
Já era tarde daquele dia quando Murilo voltou a empresa com o relatório que prometera a Laura.
Foi até a mesa da secretária Carla e ficou surpreso com o que ela respondeu ao perguntar sobre Laura.
Ca: Não, ela ainda não voltou.
Mu: Mas ela voltou do almoço que horas?
Ca: Na verdade ela nem voltou do almoço, doutor Murilo. Ela acabou tendo que ir até a empresa Coins Word junto com o senhor Lucas.
Mu: Estranho, bom.., Em todo o caso, assim que ela chegar você pode me chamar?
Ca: Claro.
Murilo virou-se para voltar a sua sala, quando Carla o lembrou sobre algo.
Ca: Ah, doutor Murilo.
Mu: Sim? – voltando –
Ca: Me desculpe, é que não tive tempo de deixar na sua mesa. Isso chegou há alguns minutos para o senhor.
Mu: É do Mario? Estou esperando uns relatórios dele.
Ca: Não, esse não tem identificação de onde veio, mas talvez tenha algo dentro para identificar.
Mu: É, talvez. Ok, Carla. Obrigada.
Agora ele seguiu para a sua sala. Colocou o envelope a sua mesa e abriu sua pasta, retirou dela os relatórios que acabara de fazer para Laura e resolveu analisar mais uma vez.
Já se passara quase uma hora desde que chegou, juntou o relatório novamente em uma pasta e enfim olhou para o envelope de papel pardo que se encontrava a sua espera.
Ele abriu...
Enquanto isso Laura chegava a empresa. Deixou seu carro na garagem e subiu para o andar de seu escritório, precisava se apressar, algumas coisas não poderiam ficar para o dia seguinte.
Mas quando passou pela secretária Carla e a mesma informou que o seu amado já havia chegado, ela não conteve a vontade de surpreendê-lo.
Carla não informou Murilo que Laura já estava na empresa e que iria entrar em sua sala.
Laura mal podia imaginar o que Murilo havia recebido naquele envelope.
Ela passou devagar pela porta do escritório dele.
La: Boa tarde, meu amor. – aproximando-se –
Murilo tinha a cabeça abaixada sobre a mesa. E quando ele ergueu seus olhos para ela, os mesmos estavam avermelhados e marejados.
La: Murilo? O que aconteceu? – aproximando-se –
Antes mesmo de ela tocá-lo, ele levantou-se da cadeira e se afastou dela.
La: Amor, o que foi. Eu fiz alguma coisa? – confusa –
Mu: Não sei, me diz você.
Murilo tinha o tom ríspido na voz.
La: O que está insinuando?
Mu: Eu? Eu não costumo “insinuar” nada, Laura.
Ele as jogou em cima da mesa, cinco focalizadas fotos do beijo que o estranho havia roubado de Laura naquele almoço logo mais cedo.
Mu: Então esse foi o almoço que você teve com o Lucas? – irônico –
La: Que droga. Onde foi que você conseguiu isso?
Mu: E isso importa, Laura?
Murilo andava de um lado para o outro no escritório, não conseguia olhar por muito tempo nas fotos, muito menos para Laura.
La: Murilo, não fique assim. Isso tem uma explicação. – aproximando-se dele –
Mu: Isso tem como ser explicado? Porque contra fatos, Laura, não tem argumentos.
La: Amor, esse cara é um louco, eu estava no restaurante e ele sentou do meu lado e me agarrou, olha na foto, ele está me segurando à força.
Mu: Onde estava Lucas? Vocês não iam almoçar juntos? E os seguranças? Ninguém fez nada? Ah, Laura... Isso tudo é muito estranho.
La: Olha, é o seguinte. Isso foi o que aconteceu, ok? Acredite você se quiser. Eu não tenho idade e nem motivo pra fazer uma coisa dessas com você. Pare e pense no quão idiota é essa sua desconfiança sem sentido.
Ela não disse mais nada, apenas virou-se e saiu da sala.Já era tarde da noite e Laura estava em seu apartamento conversando com Lucas. Não havia falado com Murilo desde a conversa intempestiva que teve com ele naquela tarde.
Lu: Laura, eu realmente não tenho emocional pra te ver chorar.
La: Estou chorando de raiva, sabe? Como ele pode não acreditar em mim? E tudo o que estamos vivendo todo esse tempo? Não vale de nada? Uma foto idiota mandado num envelope sem identificação foi o que bastou pra ele simplesmente esquecer tudo o que a gente passou.
Lu: Laura, você já deve imaginar quem fez toda essa armação. Não é?
La: Armação?
Lu: Claro, está na cara que foi a loira invejosa. Pâmela.
La: Aquela vagabunda! Mas porque ela ainda quer me infernizar?
Lu: Laura, eu sei que eu devia ter te contado há muito tempo, mas eu pensei que nunca mais ouviríamos falar dessa mulher.
O tempo em que você esteve em Londres, sua empresa Drummond, esteve nas mãos de Carlos e Pâmela. Com a ajuda de um amigo advogado eu consegui provas para conseguir que a empresa viesse para as mãos de quem ela sempre pertenceu.
La: Lucas, isso que você está me dizendo... Isso é crime! Eles precisam pagar por isso. Mas como?
Lu: É uma longa história, não vale a pena você se estressar por isso agora, já passou. O que precisa saber é que ela te odeia porque enquanto você montou um império, ela estava na cadeia.
La: Lucas... – impressionada –
Lu: Agora precisamos pensar em um jeito de provar para o Murilo que tudo isso foi armado.
La: Provar? Eu não preciso provar nada pra ele. Antes de tudo ele precisa confiar em mim. Ele acreditou em uma foto, sem nada, e não acreditou em mim, a mulher que está com ele todos esses meses. Eu estou sofrendo, mas isso é ridículo. Se ele realmente dá valor ao que temos, ele vai perceber a idiotice que cometeu ao me atacar daquele jeito.
Lu: De fato você é bem decidida. – rindo – Eu já vou indo.
La: Ah, não.
Lu: Eu juro que ficava com você essa noite, mas não posso desmarcar.
La: Tem razão, não pode mesmo. Aproveite a noite.
Lu: Sabe que se precisar de alguma coisa, qualquer coisa pode me ligar.
La: Claro que sim, meu amigo.
Lucas deu um beijo carinhoso na testa de Laura e a deixou.
Tudo o que ela precisaria para aquela noite, já estava na bandeja que preparara para levar ao seu quarto.
Um generoso copo com Coca-Cola, Sorvete de Morango com Calda de Chocolate, Cookies e compota de Doce de Leite.
Já estava no quarto episódio da terceira temporada do seu seriado quando a campainha do apartamento tocou, Laura tinha certeza de que era Lucas, afinal o porteiro sequer interfonou, ainda mais àquela hora.
Continuou deitada em sua cama coberta com o seu edredom, Lucas tinha as chaves.
A Campainha insistia. Então mesmo relutante Laura precisou seguir para a porta. Assim que abriu a porta, a expressão de surpresa foi inevitável em seu rosto.
La: Murilo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Jogo de uma Vida - 2017 [Concluída✓]
FanficLaura Drummond teve um passado horrível para uma garota daquela idade. Ela jurou nunca mais confiar em homem nenhum, além disso saiu do país para nunca mais encontrar as pessoas que a prejudicaram. Mas os anos passaram e ela voltou ao Brasil, podero...