Scared of Happy

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Hey pequenos gafanhotos, como vocês estão?

Gostaríamos de pedir desculpas pelas confusões feitas com as datas de postagens dos últimos capítulos, acabamos atrasando um pouco a postagem, mas cá estamos nós. Fazemos o possível e o impossível para entregar o melhor conteúdo possível para todos vocês, então perdoem pelo pequeno atraso.

O capítulo de hoje foi escrito por uma autora incrível, será que vocês conseguem adivinhar qual? 

Se vocês puderem comentar e votar, ficaremos muitoooo gratas, amamos ler o que vocês tem a dizer sobre o capítulo, é uma forma de termos um feedback para que consigamos melhorar nossos capítulos!!! Gostaríamos de agradecer todas as visualizações, comentários e votos, além de todos os papos que vocês batem conosco no grupo e no twitter do squad ♥

Sem mais enrolação, uma boa leitura. Unbroken Squad ♥


A morte é algo surreal e difícil de ser enfrentado, mas faz parte da vida. É irônico, mas se você vive, seu destino final é a morte, sem volta, sem escapatória, não há como se esconder ou fugir da sua gadanha. Muitas vezes falar sobre ela é quase um tabu, como se tudo o que foi vivido tivesse que ser enterrado junto com quem morreu. Em muitas culturas sua figura é representada como algo esquelético trajando uma túnica preta, seu nome? Anjo da Morte, Anjo Negro, Anjo do Abismo, Senhora do Destino. Cada cultura um nome, uma representação, uma forma de lidar com o luto, uma forma de enfrentar todas suas consequências, pois ela leva muito mais que a vida de uma pessoa, ela carrega histórias, famílias, momentos, memórias e às vezes parte de quem ainda está vivo.

Camila acordou as sete e vinte e sete como de costume, outro pesadelo para atrapalhar seu sono. A latina, que estava chegando a casa dos trinta e cinco, não sabia o que era uma noite tranquila de sono, sem o uso de alguma droga sendo álcool ou remédios, há mais de três anos.

O mesmo pesadelo de todas as noites, a mesma risada, forte, alta e tão real que ela acordava achando que estava viva, e a latina estava, mesmo que só fisicamente, pois em seu âmago ela apenas arrastava sua existência na Terra até o dia que toda a dor sumisse, mas dias, meses, anos se passaram, e a dona da risada que preenchia seu coração não estava mais com ela, já não estava mais viva e Camila ainda continuava com aquele buraco no peito, com a respiração descontrolada toda vez que lembrava de como cruelmente a morte levou seu sol, seu ar, sua tempestade, parte da sua vida.

Perder quem amava não podia ser explanado em palavras, era uma dor tão profunda, que alguns pontos não eram capazes de estancar o sangramento. Para Camila, aquela dor nunca passava. Ela tentou terapias, pintura, desenho, aulas de piano, mas os pesadelos estavam lá, a risada continuava a perturbar seu sono, e nada parecia surtir efeito, então decidiu abraçá-la e conviver com ela, como melhores amigas.

A morena de traços finos fez da inquietação profunda, que existia em seu peito, moradia. Em sua casa e em sua alma reinava a calmaria angustiante da perda, não havia sorrisos, abraços, piadas, caricias. Acabaram-se as discussões, as bobagens, a outra como refúgio. A chuva, o sol, a tempestade, a primavera, o verão em nada afetava sua expressão melancólica, mas, mesmo parecendo um rastejar, o tempo seguia impiedoso cumprindo seu dever, mas não cessando nenhuma dor.

Sua rotina matinal foi completamente monótona, exatamente igual ao que ela fazia nos últimos anos, levantou para fazer a higiene pessoal, depois desceu sem pressa alguma em direção a cozinha a fim de preparar uma xícara de café bem amarga.

Para Camila Cabello, seu dia se resumia a acordar, tomar café amargo e passar o resto do dia presa no mundo dos livros, na sua biblioteca, só saia de lá quando seu corpo já implorava por comida. Seu pai, Alejandro Cabello, era um poderoso empresário dono de uma das maiores redes de hotelaria dos Estados Unidos, por isso Camila não precisou nunca trabalhar, mas ela trabalhou por muitos anos porque amava sua profissão, formou-se, com honra e mérito, em uma das melhores universidades, em Biologia Marinha. Porém um acidente de carro que matou sua mulher, Alicia Carter Cabello , fez com que Camila perdesse o interesse por tudo, até da coisa que ela mais amava depois da sua esposa, o trabalho. Seu pai tentou de todas as formas trazer a filha de volta, mas nada fazia Camila sair da letargia em que se encontrava, e, como ela tinha uma conta bancária com uma quantidade significativa, decidiu por não mais trabalhar, saindo de casa apenas em circunstâncias inevitáveis.

7/27Onde histórias criam vida. Descubra agora