O mundo desaba em cores sortidas.
Eu sou um corvo.
O mundo remontá-se em escuridão.
Eu sou a pomba.
Paz. Paz. Paz.
Perdi tudo.
Meus amigos, minha família, minha casa, minha vida.
Paz. Paz. Paz.
Espero que a encontrem.
Eu sou o corpo, o corpo do garoto morto em Raven Town.
Não há nada vivo em Raven Town.- Leo Castellon
Eu sabia que estava vendo-os, eu sei que estou vendo. Todos eles. Todos eles. Maxfield também estava lá, ou melhor, ainda está lá. Parado ao lado de Duece, parado ao lado do irmão. Mas, Maxfield estava morto. Maxfield sumiu. Maxfield e Dylan.
Impossível? Improvável? Errado? Incorreto? Falho? Falso? Coisas da minha mente? O que é isso que vejo se não fantasmas?
Os outros estão manchados. Eu os sinto, mas eles estão distantes de mais para serem tocados. Nem ao menos lembro o que aconteceu. O que houve? Eu estava lá, estava tudo normal e, de repente, não está mais normal, não estou lá.
Duece baixou a cabeça, ele havia acabado de voltar de algum lugar, ou de lugar algum. Talvez ele sempre estivesse ali, eu, louco, tolo, cego, não o vi.
Será esse o efeito de alguma droga? O álcool nunca me deixou assim... Eu não fumo, não me entorpeço.
Que diabos...?
- Scott? Scott você pode me ouvir? Pode me ouvir como ouvia os outros? - perguntei. É difícil dizer se estou desesperado ou apenas não acostumado com essa ideia de fazer parte dos outros. Eu estou vivo. Sei que estou vivo. Alguém deve saber que estou vivo. - Scott?
Nada. Nada. Nada.
Caminhei até Duece, tentei tocar seu rosto mas não o senti. Ele se dissolveu entre meus dedos como poeira.
Andei até Hearth. Hearth pode me ouvir. Tenho certeza que pode. Ele pode me ver também. Deus, ele pode. Eu preciso que ele possa.
- Hearth? Hearth por favor... Diz que pode me ver.
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Os Garotos de Raven Town
FantasyApós dez dias acampando, Pete, Scott, Duece e toda a sua estirpe - formada por dezessete garotos - estão de volta à pequena e pacata Raven Town. A cidade, por sua vez, jazia deserta, silenciosa... exceto por Pearce - o único morador que restara. ...