Capitulo 4

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- Louis? - Peguei no telemóvel.

- Pequena, onde andas? Faltas-te à aula de Química... 

- Ai não! Adormeci! Não, isto não pode estar a acontecer! Nunca faltei na vida! Vou já para aí. Até já. - Desliguei, sem lhe dar tempo para responder. 

Não acredito que isto me está a acontecer eu nunca faltei na minha vida inteira e agora... mas porque é que adormeci? Isto nunca me tinha acontecido. Estranho. Despachei-me num abrir e fechar de olhos e corri para a escola. Quando lá cheguei tinha o Louis à minha espera no portão. Abracei-o e agradeci-lhe, correndo até à sala assim que ouvi o toque.

- Menina Shelley, porque é que não marcou presença na aula de Química com o professor Fitz? - Fui interrogada assim que me sentei na minha carteira.

- Hmm, eu adormeci. - Ouvi vários comentários de mau gosto assim que terminei de falar. Risos soaram.

- Meninos, por favor! Até parece que nunca adormeceram. Que não se volte a repetir menina Shelley. Tem uma média exelente e não pode estragar isso. 

- Com certeza. Obrigada.

***

- Hey, Jenna. - Uma voz falou atrás de mim. Não acredito nisto. Comecei a apressar o passo. - Jenna! 

- Deixa-me! - Tentei soltar-me quando ele me agarrou. - Por favor! - Choraminguei de dor.

- Jenna, pára. Não te vais ver livre de mim. 

- Styles, por favor o que queres de mim? - Ele empurrou-me contra a parede.

- Para ti pode ser Harry. - Ele deu um sorriso perverso. 

- Okay... Harry o que queres de mim? - Ele começou a tentar tirar-me a blusa.

- Harry! Pára. Por favor. - Comecei a chorar ainda mais.

- Styles que estás tu a fazer? - Abri os olhos para ver a figura que aparecera ali. Oh não...

- Então, Horan... Sabes bem o que estou a fazer. - Harry sorriu de lado.

- Fogo mano há miúdas bem mais lindas que ela... como é que a queres comer?

- Ela é aquela gaja que se esbarrou contra o Malik ontem. 

- Então essa é das boas. 

- Parem por favor! - Tentei soltar-me do aperto dele.

- Vá lá, Styles! Também quero. - Ele aproximou-se de mim. Passou a sua mão pelo meu rosto ao de leve e um sentimento desagradável percorreu o meu corpo.

- Esta já é minha, Horan. Vai arranjar outra. Já sabes as regras.

- Okay. Mas assim que a largares quem vai dar uma queca com ela sou eu. 

O quê? Eles querem violar-me... só por ter esbarrado com o Malik. Isto hoje em dia... Que nojo de sociedade. Tenho de sair daqui. Vi Horan a afastar-se e a sair do beco onde nos encontravamos, rapidamente Harry começou a tentar beijar-me e a puxar os botões da minha camisa, fazendo com que esta se abri-se exibindo o meu sutiã. 

- Deixa-me ir por favor! - Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. 

- Não, não, não! É que nem penses. Só vais sair daqui quando eu conseguir aquilo que quero.

- E-e o que é que queres? - Gaguejei.

- Dar-te uma ganda foda. - Estremeci com o pensamento e num acto de defesa dei-lhe um pontapé no meio das pernas. Ele largou-me e jogou-se para o chão, fogo, acho que medi bem a força desta vez. - Filha da p... Vais paga-las!

Corri para longe e deixei as lágrimas escorrerem. Entrei para a casa de banho das raparigas e fechei-me lá a chorar. A minha vida está uma completa trapalhada. Quando pensei que poderia ser feliz agora, depois da fase da violência ter acabado aparece algo que estraga tudo. Estou farta. Cansada de viver nas trevas e todos os sorrisos dados serem falsos. Estou farta de chegar a casa e de noite tudo desabar e chorar noites inteiras. Ter de tomar comprimidos para me manter acordada para estudar, por falta de umas boas noites de sono. Que vida é esta que levo? Que vai ser de mim? Não quero viver mais. Não assim. Ninguém precisa de mim, por isso ninguém ia sentir a minha falta se desaparecesse, até ia fazer-lhes um favor. Eu sou um problema neste mundo. Não vale a pena estar aqui mais, respirar pra mim agora tornou-se uma coisa pesada, já não é fácil o fazer. Mas isto ainda vai acabar mais rápido do que eu estou há espera. Nem eu iria deixar este sofrimento durar. 

Soou o toque de entrada, Fui ao espelho e limpei as lágrimas. Respirei fundo e pus aquele típico sorriso que ponho todos os dias para mostrar que está tudo bem, quando não está. 

***

As aulas acabaram finalmente. Saí da escola sem esperar por Louis. Ele irá compreender. Pelo menos espero que sim. Ele consegue ser a única coisa positiva neste pesadelo e, agradeço por isso. 

Cheguei a casa e apenas larguei as coisas todas no chão. Desta vez iria ser diferente. Fui à casa de banho e peguei numa gilete, tirei-lhe as laminas e fui para o quarto. Peguei numa das laminas e aproximei-a do meu pulso. Fechei os olhos e mais lágrimas escorreram, pensei em todos os problemas e raiva, tristeza, nojo, revolta, desilusão e fraqueza percorreram o meu corpo. Arrastei a lamina várias vezes repetitivamente pelo meu braço. Abri os olhos e a realidade chocou contra mim dando-me uma grande pancada. Olhei para o líquido vermelho que escorria pelo meu braço, como é que fui capaz de fazer isto? Os cortes começaram a arder e corri para a casa de banho. Pousei o braço em cima do poliban e olhei bem para aquilo, gotas de sangue começaram a cair para dentro do boliban e fiquei apenas a observar aquilo ali na minha frente. Paralisei e esqueci tudo à minha volta. O meu olhar focava simplesmente o sangue que escorria pelas feridas presentes agora no meu braço. Quando voltei a despertar, apercebi-me que neste preciso momento tinha esquecido tudo, tudo aquilo que me tinha feito e faz sofrer. Como é que uma coisa destas pode acontecer? Como é possivel? Liguei a água e aproximei o braço dela para lavar o sangue. Um gemido de dor saltou por entre os meu lábios quando a água entrou em contacto com a minha pele. Desliguei a torneira, mas novamente o sangue começou a escorrer, não conseguia parar. Peguei numas ligaduras da caixa dos primeiros-socorros e envolvi o braço nelas. Estava pronta. Baixei a manga da minha blusa e voltei para o quarto, vi ao longo do caminho gotas de sangue no chão. Boa, vou ter de as limpar depois. Deixei-me cair na cama e uma sensação de alivio percorreu a minha espinha. Voltei a levantar-me e peguei na minha mala e nas chaves e saí de casa, fechando a porta atrás de mim.

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DAMN... Foi um capítulo forte... Amei escrever isto para vocês, porque muitas das pessoas não entendem o porquê de outras se auto-mutilarem porque pensam que estas têm uma vida perfeita e que não têm razões para o fazer. Isto não resolve nada, é verdade, mas dá aquele alivio no momento. Mas só no momento. Espero que tenham gostado muitooooo. MAS TAN TAN TAN que será que a Jenna foi fazer?? :o Não se esqueças de deixar o vosso voto, obrigada a todas <3

Beijos, love you all. <3

CláudiaM*

Wanted - Zayn Malik fanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora