Capítulo 16

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Pov. Miguel

Fiquei vendo o tio dele cuidando dos ferimentos e me senti horrível por não saber ajudar, mesmo depois dele ter me protegido.

- Ele vai ficar bem, não vai? - perguntei olhando para o Johnny preocupado.

- Vai sim, não se preocupe - falou com um sorriso e saiu do quarto.

Queria ficar ali até o Johnny acordar, mas sabia que não era bem vindo.

- Já está indo?

- Sim, é melhor. Sei que a mãe dele não gosta de mim...

- De um pouco te tempo para eles - falou com um sorriso gentil mais uma vez.

Concordei e me despedi dele.

Quando cheguei em casa, meus pais já estavam sentados na sala com o Cásper.

- Que cheiro de cachorro filho - meu pai falou trampando o nariz, assim como a minha mãe e o Cásper.

- Estava na casa do Johnny - expliquei.

- Então os pais dele já sabem? - minha mãe perguntou.

- Sim, mais ainda não aceitaram muito bem.

- Bom... Vai tomar um banho, seu irmão está quase sufocando aqui - minha mãe disse e concordei rindo. Já tinha me acostumado com este cheiro de cachorro por passar tanto tempo com o Johnny então nem ligava mais.

No banho fiquei pensando no ataque que tinha sofrido na colina, o Johnny podia ter morrido e o meu bebé também, comecei a chorar copiosamente abraçando forte minha barriga. Quando me acalmei, sai do banheiro e foi para sala para conversar com os meus pais.

- Mamãe, papai? - chamei a atenção deles.

- Sim?

- Eu e o Johnny fomos atacados - falei logo, antes cair em lágrimas novamente.

- O que? Conte isto melhor - minha mãe pediu tanto um espaço no sofá para eu me sentar.

- Estávamos numa colina e de repente um lobisomem apareceu e nos atacou, e falou que iria tirar esta abe... O bebê te mim - disse e não aguentei e comecei a chorar.

- Calma filho - minha mãe falou me abraçando.

- Se ele tivesse conseguido? Se o Johnny não tivesse lá... - perguntei com medo, chorando mais.

- Calma! Calma! Ele estava lá e nada aconteceu ao meu netinho - meu pai falou fazendo um carinho nas minhas costas.

- Porque você está chorando, irmão? O bebê não tá bem? - o Cásper perguntou fazendo uma carinha triste para mim.

- Ele está bem, sim, filho - minha mãe falou antes de mim

- Vou pegar um sangue fresco para você - meu pai disse se levantando e indo para a cozinha e voltando com um copo de sangue A , seu favorito!

- Obrigado pai - falei pegando e bebendo um pequeno gole. Fiquei bebendo em pequenos goles até me acalmar.

- Mas porque atacaram ele e quiseram machucar o bebê? - minha mãe perguntou aos cochichos para o meu pai.

- Não sei, mas vou investigar isto. Não se preocupe, ninguém vai machucar nosso filho e neto - meu pai respondeu com uma voz firme.

Passei a noite toda vendo filmes de comédia para me distrair um pouco, mas não conseguia relaxar, até pedi para os meus pais ficarem comigo.

Quando amanheceu foi me arrumar para a escola, mesmo meus pais falando para eu faltar hoje, mais tinha uma pequena esperança de quanto entrasse na sala de aula o Johnny estivesse lá. Mais minhas esperanças acabaram quando não vi ele sentado e o Manuel encostado na parede.

- O Johnny ainda não se recuperou?  - perguntei para ele.

- Ainda não.

- Entendo - disse mordendo meus lábios me impedindo de chorar.

- Você quer ir vê-lo depois da aula? - o Manuel perguntou me pegando de surpresa.

- Eu posso?

- Sim, meu tio Lion pediu para te convidar.

- Quero sim, obrigado - disse abrindo um sorriso sem mostrar os dentes.

- Você está bem?... Sabe... Depois do... - perguntou sem jeito.

- Estou, mais ou menos. Mais... Porque ele queria me atacar. Isto eu não entendo - falei e meu sangue começou a esquentar por eu estar nervoso e também comecei a respirar mais rápido.

- Ei! Calma, não é bom você se estressar.

- Você tem razão. Obrigado.

O sinal bateu e ele foi para a sala dele.

Na hora do intervalo, o Manuel também veio me acompanhar.

- Desculpa, mas porque você está me seguindo? - perguntei tentando não ser grosseiro.

- O tio Lion pediu, sabe... Como precaução pelo que aconteceu ontem - explicou e agradeci a ele.

Como no dia anterior foi para o banheiro para poder comer.

- Ei! Você está bem? Estou sentindo cheiro de sangue - perguntou e  podia sentir sua preocupação.

- Sim, estou... Comendo - disse meio sem jeito, eu lembrava quando disse isto para o Johnny, ele quase vomitou, embora seja uma informação comum para as pessoas, quem sabe que existimos ou não.

- Ok! Vou ficar lá fora - concordei com a garganta e ouvi ele sair, meu coração tinha ficado mais aliviado por saber que poderia ver o Johnny depois da escola.

Acabei de comer e saiu do banheiro vendo o Manuel parado do lado da porta e foi para sala de aula.

Quando o sinal do final das aulas bateram, peguei meu carro e segui ele até a casa deles.

- Oi Miguel!

- Olá Sr. Lion.

- Não precisa me chamar de sr. O Johnny está lá no quarto dele, segundo andar, última porta a esquenta - falou com um sorriso gentil e agradeci a ele. Subi as escadas com um pouco de medo da mãe do Johnny, a alfa da casa, me expulsar daqui.

Entrei no quarto que ele tinha falado e o Johnny estava lá deitado, mas não sabia se ele estava dormindo.

-Johnny? - perguntei baixinho

- M-Miguel?

- Sim! Você está bem?

- Sim, daqui a pouco vou estar melhor.

Alguém bateu na porta de leve só para chamar a nossa atenção, era uma menina de provavelmente 13-14 anos, ela lembrava um pouco o Manuel.

- Você que é o Miguel? - me perguntou.

- Sim! Prazer - falei e ela abriu um sorriso pequeno.

- Prazer Camélia! Parabéns pelo bebê - disse me tanto um abraços de cinco segundos.

- Obrigado - falei meio envergonhado.

Ela saiu do quarto e nos deixou sozinhos novamente mas começamos a ouvir vozes exaltadas no andar de baixo.

- Passamos a noite inteira vasculhando aquele floresta e nenhum rastro - a voz da mãe do Johnny falou alta e raivosa.

- Devia ser um profissional mas porque ele atacou o Johnny? - uma voz masculina perguntou e ouvi eles subindo as escadas.

- Johnny, você se lembra de alguma característica do lobisomem que o atacou? - um dos homens que estava com a mãe do Johnny perguntou.

- Não - negou com a cabeça.

- Eu... Eu lembro de algo - disse meio receoso, nenhum dos três tinha olhado para mim deste que entraram no quarto.

- E o que seria? - o homem mais velho dali, perguntou.

Um brasão que ele usava na camisa...  - parei um pouco procurando um papel para desenhar e levou uns cinco minutos para eu poder desenhar o brasão que tinha visto - Aqui.

- Este é o brasão de uma alcatéia da cidade do lado - a mãe do Johnny falou e ficou um silêncio desconfortável do outro, todos pareciam estar pensando em algo.

Amor Proibido (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora