Capítulo 41

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Pov. Júlio

Eu estava mais nervoso do que quando o Carter veio na minha casa. O motivo era que hoje eu iria jantar na casa do Carter.

Ele tinha falado para os pais que estava namorando comigo a dois dias atrás e hoje eu iria jantar lá, mas o que me preocupava era ele não ter falado sobre a reação deles.

- Boa sorte - o pai Miguel disse quando estava saindo.

- Obrigado - falei e saí.

Meu estômago parecia enjoado, mas sabia que era só nervosismo.

Toquei a campainha e minutos depois a Cristina apareceu.

- Bem vindo Júlio - disse me tanto um espaço para entrar.

- Obrigado! Com licença - pedi entrando na casa, ela não parecia muito diferente comigo e isto me fez acalmar um pouco. Quando chegamos na sala, um homem e uma mulher estavam sentados no sofá com expressões bem serias que me assustou um pouco.

- Prazer em conhece-los - falei nervoso e agradeci internamente por não gaguejar.

- Prazer em conhece-lo Júlio - a mulher disse se levantando e vindo até mim, as palavras dela foram muito educadas mas não conseguia sentir isto - Este é meu marido.

- Você já chegou - ouvi a voz do Carter atrás de mim, e suspirei mais aliviado - Mãe! Pai, este é meu namorado, Júlio.

- Prazer em conhece-los senhores - me apresentei de novo, mesmo com o Carter ali me tanto mais confiança ainda estava nervoso.

- Vamos para a mesa, se não o jantar vai esfriar - a mãe dele falou e todos acompanhamos ela até a mesa do jantar.

Os pais do Carter se sentaram nas pontas, eu me sentei do lado direito da mãe dele e o Carter se sentou ao meu lado, a Christina se sentou na frente do irmão.

O jantar começou em um silencio bem desconfortável.

- Nos fale um pouco mais sobre você Júlio - a mãe do Júlio disse de repente falou e quase me engasguei, mas consegui me recuperar a tempo e comecei a falar sobre mim.

- A comida estava deliciosa senhora Löhnhoff - disse quando acabei de comer e os outros também tinham.

- Obrigada, vou pegar a sobremesa - falou se levantando indo até a geladeira pegando a sobremesa.

Pensei que ao passar do tempo, meu nervosismo iria diminuir, mas estava ao contrario, acho que estava mais nervoso de quando eu entrei.

- Eu vou subir com ele para o meu quarto - o Carter disse assim que acabamos a sobremesa me puxando para o quarto dele - Pode respirar agora.

- Obrigado! Seus pais são sempre assim ou eles ainda...

- Mais ou menos, eles não aceitaram completamente eu estar namorando um menino

- Sinto muito. 

- Porque? Você não mandou eu me apaixonar por você, eu me apaixonei por você sozinho e fico cada minuto feliz por isto - disse se aproximando de mim e selando nossos lábios.

O beijo era calmo e sem pressa, como se nossas línguas estivessem conversando uma com a outra.

Senti ele subindo sua mão pela minha camisa e estava começando a ficar excitado com isto, mas me lembrei que os pais dele e a irmã estavam no andar de baixo.

- Banheiro! Eu preciso ir no banheiro - falei rápido me levantando com o rosto em chamas.

- No final do andar de baixo - disse e parecia meio frustrado, claro que eu também estava um pouco, mas não podíamos continuar com os pais dele no andar de baixo. 

- Obrigado - falei e saí do quarto em direção a onde ele tinha falado, agradeci internamente de não ter me encontrado com os pais dele.

Joguei um pouco de água na cara para fazer aquele desejo sexual esfriar. Respirei algumas vezes e quando senti que não estava mais tão quente, saí do banheiro para poder voltar para o quarto do Carter.

Enquanto ia acabei tropeçando no tapete, o que me vez cair e abrir uma porta.

Meus olhos se abriram com o que estava vendo, era uma sala cheia de armas e sacos de areias e outras coisas de treinamento. Engoli em seco vendo todo aquilo, mas o que era todo aquilo?

Olhei de perto para as armas e vi uma bala de prata purificada, aquilo era para matar lobisomens. Também tinha uma estaca, água purificada, todo aquilo era coisas específicas para se matar criaturas sobrenaturais.

- Júlio? - me virei assustado, como se estivesse algo errado - Você encontrou... Eu posso te explicar.

- Por que vocês tem essas coisas?

- Olha, minha família não é louca, nem nada do tipo. Eles são caçadores - falou bacunçando os cabelos, tentava compreender o que ele estava falando, mas era difícil, parecia que meu cérebro tinha travado.

Caçadores. Já tinha ouvido falar sobre estes humanos, eles eram um dos poucos que conheciam a verdade do mundo sobrenatural, mas eles também descobriram um jeito de nos matar e começaram a caçar qualquer criatura que não fosse humana.

- Caçadores?

- Sim, sei que você pode não acreditar nisso, mas é verdade - falou tentando se explicar, mas ainda não consegui processar direito.

- Você também é um? - perguntei desnorteado.

- Ainda não, só depois de eu me formar - falou e se instalou um silencio desconfortável, de repente ele pegou minha mão e por instinto me afastei - Vou te levar para casa

- Tudo bem - concordei e segui ele até a porta da casa dele, me despedi dos pais dele e da irmã e fomos para o carro dele.

O caminho dele foi silencioso, meu corpo todo estava tenso, por mais que passasse as imagens dele falando todo aquilo, que a família dele eram caçadores, não conseguia processar.

- Chegamos Júlio - o Carter disse me tirando do meu transe.

- Obrigado por ter me trazido - falei tirando o cinto e saindo do carro, sem olhar para o Carter, quando ele me segurou me impedindo de sair.

- Júlio você está bem? - me perguntou tentando olhar nos meus olhos, mas desviei mais uma vez.

- Sim, só foi uma noite cheia de surpresas - falei meio aflito. 

- Você está pensando que minha família é doida, né? - perguntou e pode perceber que ele estava meio magoado.

- Não, não é isto, amanhã nos falamos - falei tentando acabar com aquele assunto e saí do carro, correndo para a minha casa sem nem olhar para trás, não imaginei que esta noite terminaria assim.

Assim que cheguei em casa, estava barulhenta como de costume e quando entrei percebi porque.

- Você chegou Júlio. Como foi o jantar? -o pai Miguel perguntou mais não pode tirar meus olhos da Emme que estava transformada em uma pequena lobisomem.

Não consegui mais sustentar o peso do meu corpo, acabei caindo e comecei a chorar, mais não um choro fraco só com lágrimas, um choro de verdade, doloroso e angustiado.

Meus pais e irmãos vieram para cima de mim me tanto um abraço apertado, mas não perguntaram nada, so ficaram ali me abraçando o mais forte que podiam.

Não podia acreditar, quando todo estava indo bem, descobro que a família do meu namorado mata as pessoas da minha família, porque nada da certo para mim?

Amor Proibido (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora