No dia seguinte...

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... Estávamos em treinamento exatamente às 10:00 da manhã, encostada a uma árvore verificando o local passei a olhar tudo a minha volta. As provas ao ar livre me permitiam sentir um pequeno gosto de liberdade, as folhas que caíam das árvores me lembravam os dias de outono, o vento batendo em meu rosto fazia com que eu me sentisse livre e viva para fazer o que quiser.

- Blair, inimigo à 180 metros. -Luiza informa para que eu aja imediatamente, interrompendo meus devaneios.

- Já vi, mas vou precisar de ajuda.

- Pode deixar por minha conta.

- Obrigada Tobi.

Tobi avança atirando para todos os lados fazendo com que as outras equipes contra atacassem imediatamente.
Digamos que o Tobi não era o tipo de pessoa que seguia ordens claras e objetivas, ele tinha seu própio jeito de fazer as coisas e isso fazia parte dele. Tinha cabelos brancos e olhos brilhantes no mais perfeito tom de azul que eu já vi.
Luiza não era muito boa em trabalhar na linha de frente, tinha dons com atendimentos médicos, tecnologia, estratégias...por isso a escolhemos para nos guiar e dar as ordens.

- Eu cuido das coisas aqui. Blair vá em frente!

Assenti e começei a avançar, mas me escondo ao perceber que havia outra pessoa atrás de uma àrvore.

- Luiza?!

- Na escuta.

- Quantos a minha direita?

- Não se preocupe... -ela sai de um arbusto. - Já cuidei dele.

- Impressionante.

No mesmo instante o garoto sai por trás da árvore e atira em nossa direção. Luiza se afasta rapidamente, sou mais rápida e acerto uma bala em sua perna direita fazendo-o cair, me aproximo e pego sua arma...

- Vocês estão bem? -Tobi aparece me deixando mais aliviada.

- Temos problemas!

Luiza grita apontando para minha direção e ao me virar vejo quatro equipes há alguns quilômetros de distância.

Fomos dividos em equipes de três integrantes, cada equipe recebia um código que servia como senha para destravar a porta de um cofre. As equipes deveriam possuir dois códigos para que a mesma se abra, que nesse caso seria o código de outra equipe, e é claro que todos os integrantes deveriam estar vivos até o final da prova.
De início haviam mais de cinquenta crianças em treinamento, mas hoje somos apenas vinte e um devido aos integrantes que falharam nas provas anteriores e foram transferidos para outro local.
O exercício tinha por finalidade testar nossas habilidades em missões e acompanhar nosso desenvolvimento em campo.

- Eu vou em frente. Cuidem das coisas por aqui!

- Pode deixar.-os dois afirmam em uníssono e agem logo em seguida.

Finalmente chego ao fim da floresta e avisto a cabana, mas sou surpreendida por tiros vindos de um garoto que estava a se enconder atrás da mesma.

- Droga!-resmungo ao perceber que minhas balas tinham acabado.

- O que foi Blair? Suas balas acabaram? Eu sinto muito.-ele diz em tom de sarcasmo.

- Não sinta.

- Me entregue o código!

- O que te faz pensar que eu entregaria o código para você?!

- E você tem escolha?

- Me dê um bom motivo para isso.

- Você não tem nada para se defender e está sozinha, eu estou com uma arma apontada em sua direção e posso te matar a qualquer nomento.

- Esse é um bom motivo. -cruzei os braços concordando.

- O código Blair! Agora!

Caminho lentamente até ele e entrego o código.

- Não se apegue muito a ele. Vou pegá-lo de volta.

Ele sorri e me dá as costas, rapidamente pego seu braço e o puxo para mim, dou um chute em seu estômago fazendo-o se contorcer e por último acerto suas costas e pego a arma que estava em sua mão.

- Eu avisei.

Vou até a cabana e arrombo a porta, vejo o cofre e digito a senha, mas algo está errado e na tela aparece o nome "ERROR"...

- Luiza?!

- Na escuta.

- O código está incorreto.

- Estou com o outro código. -ela diz os números pelo comunicador e começo a digitar.

- Erro??!!- digo e uma contagem regressiva começa. - Luiza temos problemas!

- O que houve?

- A senha está incorreta! Temos menos de 30 segundos!!

- Certo, deixe-me pensar um pouco... O cofre só é aberto com dois códigos, porém eles não se encaixam na senha...

- Rápido Luiza!!

- Blair mude os números!

Ela diz e eu digito a senha rapidamente torcendo para que dê certo, pois uma bomba estava prestes a explodir. O cofre se abre e eu dou um suspiro em alívio, a prova termina e somos mandados aos quartos novamente para descanso.

...

- Você está bastante pensativa hoje.-Luiza se aproxima sentando-se ao meu lado.

- Se machucou?

- Estou bem não se preocupe. Mas você não me parece muito bem. O que foi?

- Nada. Vou ficar bem.

Luiza sempre foi gentil e atenciosa comigo, ela foi a primeira que me recebeu e ficou ao meu lado. Posso dizer o mesmo de Tobi, mas nossos quartos eram separados e só nos víamos em treinamento.

- Quando isso vai acabar Luiza?

- Eu não sei.

"-Todos na arena em cinco minutos!"

Uma voz diz pelo auto falante e nos dirigimos em direção a arena vestindo nossos uniformes. Eles não eram feios, na verdade eram até adequados em batalha para luta corpo a corpo.
Descemos as escadas, atravessamos todos os longos corredores até a arena principal de combate.

- Sejam bem vindos mais uma vez ao destino de vocês. -Um homem forte fala a todos em meio a arena. - É aqui que acontece a última etapa do treinamento de vocês, o que significa a passagem para a liberdade de todos os que passarem e sobreviverem até o final do desafio. Escutem cães!! Haverá uma chance para todos que falharam na prova anterior, dois nomes aparecerão na tela e essas duas pessoas vão se direcionar a arena para uma luta onde serão permitidos quaisquer tipos de equipamentos que vocês tenham em mãos, a agência não se responsabiliza pelo erro ou derrota de qualquer um aqui. Apenas 12 conseguiram chegar e são apenas esses 12 a competir pela a liberdade, apenas um vencedor sairá, enquanto aos outros...-ele faz uma pausa com uma risada esquisita no meio. - Bom, eu sujiro que sobrevivam.

"- Ele não pode estar falando sério! "Destino"?? Como se realmente quiserssemos estar aqui. Temos mesmo que fazer isso? E aqueles que fracassarem? O que acontecerá com eles?!..."-meu consciente fazia mais e mais perguntas.

Posso ver a expressão no rosto de Luiza, ela estava assustada pressionando as mãos em seu peito, seus olhos estavam cheios de lágrimas e seu corpo estava trêmulo. Não posso acreditar que tudo tenha que acontecer dessa maneira, mesmo que nós duas cheguemos as finais há uma possibilidade de lutarmos uma contra a outra e eu jamais machucaria Luiza...

- Preparem-se cães o destino de vocês começa agora!

O nomes apareciam na tela com velocidade e a cada segundo eu torcia para que não parasse em meu nome. Um tempo depois os nomes pararam, calmamente ergui a cabeça e olhei para tela, mas algo não ia bem.

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