Rumo

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Seguimos em direção a balada mais agitada que Seattle já teve, Hanna deu um jeito para que nós entrássemos sem enfrentar fila e eu a encarei, ela não falou nada apenas sorriu e piscou pra mim.

O lugar era cheio de luzes e gente dançando, e uma música muito alta, mas eu amava aquela música, estava a tocar Company da Tinashe, uma das minhas preferidas. Hanna pegou minha mão e me arrastou para a pista de dança, e em poucos minutos lá estava eu, completamente diferente, uma Blair sem problemas e que não se preocupava com a vida lá fora, apenas dançava e sorria com a sua companheira.

Dançamos três músicas e fomos pro bar, pedimos vodka pura, brindamos viramos de uma vez fazendo com que algumas pessoas que estavam perto gritassem e batessem palmas, e nós duas rimos.
Pouco tempo depois, fui no banheiro enquanto ela ficou conversando com o cara que estava a olhando desde que chegamos. Ao entrar no banheiro eu me olhei no grande espelho à minha frente e tirei meu batom vermelho do bolso, retoquei a maquiagem e me admirei, eu estava muito linda, e há tempos que eu não curtia uma festa assim, mas um barulho de gritos e correria me tirou de meus pensamentos me fazendo correr depressa para fora.

Quando saí, Hanna estava em cima do homem no chão, socando seu rosto que já estava sangrando, corri até ela e a tirei de lá, ela estava com um pequeno corte na sobrancelha e suas mãos estavam vermelhas, eu a olhei e perguntei o que tinha acontecido mas ela apenas andou em direção à saída me ignorando completamente e me fazendo ir atrás dela num reflexo.

Entramos no carro e seguimos para longe daquele lugar, em poucos segundos pude ouvir pequenos suspiros de choro vindo da minha amiga, eu a encarei e perguntei o que havia acontecido naquele lugar, ela encostou o carro e começou a chorar desesperadamente.

Quando ela se controlou, respirou fundo e começou a falar:

- Aquele homem do bar, eu já o conhecia, de vista, mas nunca tinha falado com ele então hoje eu resolvi fazer algo diferente e o deixei vir até mim. Ele se aproximou e me elogiou, começou até bem, mas as coisas fugiram do controle, de repente ele estava tentando me convencer a sair dali com ele e ir para um lugar mais reservado - as lágrimas ameaçaram cair de seus olhos enquanto ela falava - daí em poucos segundos, às suas mãos estavam no meu corpo e ele tentou me agarrar, o que me fez lembrar do passado, quando a minha mãe me obrigava a transar com caras que eu nem conhecia, para conseguir dinheiro pra ela, então a raiva tomou conta de mim e quando fui ver eu já estava no chão socando o rosto dele.

Eu não sabia como reagir àquilo, só conseguia pensar na minha família, minha mãe sempre me deu atenção e cuidou bem de mim diferente da mãe de Hanna eu posso dizer que tive uma família perfeita mesmo com tudo o que passei até aqui nada se comparava a história de vida de Hanna, então a abracei e deixei que suas lágrimas escorressem pelo seu rosto até meus ombros.

Depois de um tempo chorando e soluçando ela olhou pra mim e começou a rir.

- Você está bem?-disse estranhando sua reação.

- Sim, é que acabei de perceber que devo estar horrível com a maquiagem toda borrada.

Soltei um sorriso para ela me perguntando como alguém poderia se recompor tão rápido daquela forma.

- Você está linda.

- Diz isso apenas para não me sentir mal.

- Hanna você é linda até mesmo quando acorda depois de uma noite agitada e bebidas.- ela sorriu outra vez.

- Obrigada.

- Vamos embora, ainda não tenho 18 anos de idade para fazer o que bem entender da minha vida e o Sr. Wick ainda não sabe que eu saí com a louca da minha amiga.

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