Já havia se passado seis anos após a minha liberdade, eu não pensava mais na morte da minha família nem mesmo na de Luiza e Tobi, mas sempre os levava comigo não importava quanto tempo passasse. Passei a morar com John Parker e a viver a melhor parte da minha vida. Pedi ao Sr. "Estranho" para que continuasse a me treinar e agora estou eu a mais de 250km/h pelas ruas de Atlanta fugindo das sirenes dos carros de polícia. A adrenalina corria pelas minhas veias, a sensação de estar livre e fazer o que eu bem entendesse fazia com que eu me sentisse mais viva.As ruas estavam vazias, exatamente às 2:00 hrs e em plena madrugada fazendo pega com a polícia mais uma vez. Haviam três em minha cola. Acompanhada de Dylan no carro ao lado, recebemos informações...
- Há uma entrada à direita em 4km. Dylan distraia-os. -Mia nos comunica ao interfone.
- Entendido.
E assim foi feito, Dylan desaparece da minha vista e ficam dois carros a me perseguir, eles eram mesmo persistentes. Um pouco a frente outro carro se junta a mim.
- Hora de começar a festa. -Hanna diz animada se divertindo com a corrida.
- Quero ver me alcançar. -digo pisando no acelerador a deixando para trás.
- Vadia!- ela resmunga no interfone e ouço suas palavras.
- Mia, onde está Dylan?
- Se juntará a vocês em breve, mas agora é hora de trocar. Esse pega está demorando demais.
Em um beco acelero um pouco mais e salto do carro na saída forjando minha morte. Hanna encosta, subo rapidamente no carro em que ela conduzia sentindo um pouco de dor.
- Você está bem?
- Sim, estou. Vai, vai, vai.-digo para que ela seja rápida e dê a partida.
Olhando para trás vejo a explosão e os carros de polícia próximo ao local. Um sorriso satisfatório sai pela minha boca, comemoro ao lado de Hanna e continuamos nosso caminho indo ao encontro de Dylan.
...
Na manhã seguinte acordei com marcas e dores no corpo, o sol atravessava a janela do quarto fazendo-me levantar da cama e a pensar na noite passada. Já não sentia mais o peso na consciência de que roubar bancos e matar pessoas era algo errado de se fazer, na verdade achava até divertido, e fazer isso ao lado de uma nova equipe fazia valer a pena o risco.
Desci as escadas do apartamento onde morava com John, a sala estava vazia, na cozinha havia pratos e garrafas de bebidas espalhadas pelo armário e sobre a pia, mas o Sr. "Estranho" não estava lá.
Ignorei aquela bagunça e deduzi que ele só poderia estar em um lugar, então voltei ao quarto, tomei uma ducha, me troquei e fui direto ao esconderijo do Sr. John Parker....
- Você não cansa de ficar preso aqui? -disse encostada a porta com os braços cruzados.
- Deveria estar descansando agora.
- Estou bem. Vai jantar em casa hoje pelo menos?
-Talvez.
- Você é um saco!-resmunguei saindo da sala deixando-o sozinho.
Peguei as chaves do carro indo em direção a porta, mas Hanna diz algo fazendo-me parar.
- Você sabe que ele não dá atenção a mais ninguém quando está no escritório.
- Sim, eu sei. Mas às vezes queria que ele desse mais atenção a sua família do que ao trabalho.
- Onde está indo?
- Preciso relaxar um pouco.
- Não demore!
Fechei a porta e fui em direção ao carro. Peguei a estrada ainda irritada por o Sr. Parker não ter me dado atenção, já estava na cidade e queria um lugar para me acalmar e poder ser eu mesma por algumas horas. Parei em um bar e pedi algumas doses de Martini com Champagne, meu celular toca e eu atendo logo em seguida. Era o Dylan, ele me parecia um pouco preocupado, mas eu estava sem saco para ouvir sermão de alguém como ele. Desliguei, e antes de sair fui ao banheiro para ver meu estado, não estava bêbada apenas sentia meu estômago se remexer por causa do álcool, afinal eu não havia comido nada desde que saí da cama.
Ao retornar peguei o dinheiro e coloquei em cima da mesa, mas percebi algo sobre a mesma. Havia um pedaço de papel sobre ela com algumas palavras escritas."É preciso sentir para entender àquilo que todos rejeitam obter. A dor é sinônimo de fim com significado de recomeço."
Olhei ao redor para ver se encontrara o autor daquela idiota mensagem de auto ajuda, mas não tinha ninguém presente no local além de mim e os funcionários. Peguei a porcaria do papel e saí dando a partida no carro sem ao menos ter ideia de onde ir......
- Onde esteve?
- Agora você se importa?
- Você tem trabalho amanhã. Vá para cama e descanse. -John fala em tom sério tomando uma dose da bebida que estava em seu copo.
Revirei os olhos e subi as escadas em direção ao meu quarto. Tranquei a porta e me joguei de costas na cama começando a refletir o dia de hoje. Eu não entendia o porquê do Sr. Estranho passar horas trancado em um escritório analisando papéis ficando ausente de tudo o que acontece na minha vida e mesmo assim vem com seu jeito autoritário, me dando ordens como se eu fosse uma criança de dez anos de idade. Ás vezes eu só queria que ele agisse como meu pai de vez em quando. O que estou dizendo?! Ele não é meu pai. Nunca vai ser! É apenas um velho de cabelos grisalhos que está sempre ocupado...
- ...Que por sinal salvou minha vida duas vezes. -disse fitando o teto me lembrando do pedaço de papel que achei sobre a mesa.
Peguei minha bolsa procurando mais uma vez a frase do autor misterioso que me enviara. Meu telefone toca e eu atendo reclamando com Hanna por me ligar tão tarde...
- Você sabe que horas são?
- Já vi que está de mau humor hoje.
- Desculpe.
- Tudo bem. Você tem quinze minutos para se arrumar.
- O quê?
- Não seja idiota Blair. Logo logo estarei aí.
- Mas Hanna eu...-ela encerra a chamada me deixando sem resposta. - Vadia!!
Resmungo jogando o celular na cama e me levantando da mesma indo em direção ao banheiro.
Talvez eu precise me distrair um pouco, uma noite para me divertir com Hanna não seria má ideia. Saí do banho e fui a procura de uma roupa no closet, peguei a primeira que vi, fiz uma maquiagem leve e dei uma última olhada no espelho fazendo caras e bocas. Eu estava realmente linda naquela roupa. Pego meu celular e me deparo com uma mensagem de Hanna..."- Olha pela janela"
E lá estava ela encostada numa BMW X5, usando preto com sapatos de salto me olhando com uma cara de quem vai aprontar esta noite."- Vou descer."
Enviei a resposta, peguei um par de botas e as chaves do apartamento fazendo o mínimo de barulho possível para que o Sr. Parker não acordasse.- Você está linda.
- Obrigada...-respondi com uma auto estima elevada. - Para onde vamos?
- Nos divertir.
- Sem rumo?
- Vamos procurar nosso rumo. -ela diz com um sorriso no rosto dando a partida no carro.
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Oii, sou eu de novo!
Nessa parte da história, Blair já se encontra nos dias atuais, mas antes do incêndio do primeiro capítulo. A verdadeira história de como tudo chegou a àquele momento começa agora.
Preparem-se!!
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Brands Crimson
Short StoryBlair Williams é uma jovem que ainda criança teve seus pais assassinados de maneira terrível e misteriosa. Adotada por um "estranho" que tem por objetivo acabar com Roberts Champbel, o traficante maníaco mais conhecido de Seattle, Blair é obrigada a...