Após alguns minutos meus lábios finalmente deixam os de Dylan, nossa respiração se encontrava falha e nossos corpos permaneciam paralisados.
- Vamos pra casa.-ele diz calmamente dando um beijo em minha testa.
Permaneci em silêncio enquanto ele passara por mim, senti algo estranho acontecendo. Meus olhos estavam perdidos tentando encontrar algo para fitar, minha mente dava voltas, minha boca estava tentando associar o sabor daquele beijo, um gosto diferente, peculiar, mas doce também. Meu corpo ainda estava imóvel,mas consegui voltar a realidade.
- Dylan...-cerrei os punhos enquanto tentava ser firme.
- O que foi?-ele se vira e volta a me encarar.
- Se não se importa eu gostaria de voltar para casa sozinha.
- Pretende ir andando?-ele diz arqueando uma de suas sobrancelhas com um leve sorriso no rosto.
- Eu pego um táxi no caminho.
- A essa hora?
- Sim.-ele retira o sorriso de seu rosto com a minha afirmação. - Não se preocupe comigo eu sei o caminho de casa, e também não preciso de guarda costas.
Tento não ser tão séria dando um sorriso de leve para que ele não se preocupasse e percebesse que eu estava consciente.
- Certo.-responde.
Ele me dá as costas e novamente volta a caminhar até desaparecer nas sombras das árvores e da luz do poste que iluminava o caminho.
Deixo Dylan ir embora e encosto o meu corpo nas pedras frias da parede da ponte onde estávamos, dou um suspiro de alívio em agradecimento por não estar mais na presença dele. Não que eu odiasse a sua companhia, pelo contrário eu adorava estar com ele, mas depois daquele beijo eu já não fazia ideia de como agir....
POV (desconhecido)
Após atravessar as grandes portas daquele lugar a energia e aparência do local também mudaram. As luzes que antes continham o menor número de luminosidade passaram a ser muito mais claras. Os tons de azul, verde e vermelho dos pequenos lasers estavam à mostra. A música lenta ao tom do jazz e do blues se transformara em batidas fortes e rápidas, a mistura do rap, pop e hip-hop se unificaram em perfeita harmonia com a letra suja da música que ecoava por todo local.
As pessoas mexiam seus corpos e se encostavam umas nas outras seguindo o ritmo da batida. No fundo do saguão era possível perceber homens mais velhos prensando mulheres contra parede segurando firme os fios de cabelo que antes pareciam estar alinhados. Em minha frente Milenne rebolava seus quadris enquanto andava pelo local abrindo espaço para mim. As mulheres daquele local eram realmente exuberantes, pude perceber isso enquanto a acompanhava. Algumas ao nosso redor atiraram olhares de forma curiosa e concreta passando as mãos por seus corpos enquanto dançavam. Sorri com o que acabara de ver e voltei a prestar atenção no que estava a minha frente.Subimos dois andares e acabamos em um saguão mais discreto que continham muito mais portas que os anteriores. Eu conhecia bem àquele local e cada canto daquela boate, as paredes eram ásperas por causa do tecido que cobrira os tijolos e azulejos, o chão era coberto com tapetes vermelhos ao tom de um vinho negro da Itália. As grandes poltronas e sofás eram ocupadas com homens de ternos e mulheres sentadas em seu colo, os lustres eram a única coisa que iluminavam aquele saguão e depois de andar por algum tempo, chegamos ao local onde eu conseguiria a informação que precisava.
- Mrs. Daves, o senhor Tuehl não gosta de ser incomodado.-Milenne diz ao atravessar o último corredor.
- Não vou demorar.
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Brands Crimson
Short StoryBlair Williams é uma jovem que ainda criança teve seus pais assassinados de maneira terrível e misteriosa. Adotada por um "estranho" que tem por objetivo acabar com Roberts Champbel, o traficante maníaco mais conhecido de Seattle, Blair é obrigada a...