Capítulo 16

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Abro meus olhos e vejo o forro branco, que escondia as telhas, olho para o lado, Vivi ainda dormia, pego astoufinho que estava no chão do lado do colchão, já era exatamente oito e meia da manha, mama já devia ter saído para o trabalho e eu tinha que levantar para fazer algo para o cafe, notei algumas chamadas perdidas em meu celular, mas não liguei de olhar, e nem estava com paciência para retornar, pego meu celular e ligo o wi-fi, vou em direção a cozinha, deixo meu celular em cima da mesa e vou fazer algo para comer, só escuto as mensagens chegando, porem, estava sem motivação para olhar aquilo, no fundo eu sabia que teria uma mensagem de Thiago e eu não queria ouvir e nem ler nenhuma desculpa esfarrapada.

Escuto alguém bater na porta, pelas batidas fortes devia ser muito urgente, quando abro a porta me vem a surpresa, dona Olga, com uma cara de quem não tinha dormido a noite, toda descabelada e com um olhar perfurante para mim, ela não esperou eu convidá-la para entrar, ela passou me empurrando. 

- Onde esta minha filha? Eu sei que ela esta aqui, não adianta mentir. - Fico muito assustada com a grosseria daquela mulher, como Vivi podia ter saído daquilo?

-Calma dona Olga, ela esta dormindo. - Ela me olha novamente com aquele olhar perfurador.

- Como pode me pedir calma? - Nessa altura Vivi já tinha acordado com o barulho, e já vinha dando passos lentos ate a sala.

- Mãe! - Ela fala surpresa, e dona Olga olha para ela com aquele olhar.

- Escute bem Vivian Castro Alves de Meneses, eu passei a noite revirando essa cidade, a sua procura, mas não pense que foi por sua segurança. - Naquele momento eu olhei para Vivi e ela me olhou, já não entendiamos mais nada.

- Não entendi. - Falo baixo, mas dona Olga tinha um ótimo ouvido.

- Não se preocupe, já já vocês irão entender. - Continuávamos ali sem entende, algo passou por minha cabeça, mas logo descartei. - Ontem quando já me prepara para dormir, recebi um telefonema, a Senhora Rupher estava muito raivosa pelo telefone, falando que minha filha estava tentando dar um golpe no filho dela. - Aquele sobrenome não era estranho, olho para Vivi e ela estava chorando. - Como você foi capaz de forjar uma gravidez?

- Mãe, não forjei gravidez nenhuma. - Vivi fala entre soluços. - Realmente estou gravida do Gustavo.

Dona Olga quase cai para traz, se não fosse o sofá, ela teria se machucado feio. - Calma mãe. - Vivi fala. - Ele quis que eu abortasse, mas não posso. 

- Como não pode? Você não vai ter esse filho! - Ela grita e Vivi olha com horror para Olga.

- Como pode ser tão cruel? Essa criança vai ser seu neto. - Vivi fala em prantos.

- Se você optar por essa criança, você esquece que tem mãe. - Não conseguia tirar a expressão de horror e e ódio em meu rosto.

- Pois serei órfã! - Vivi grita.

- Nunca mais pise na minha casa, amanha o motorista vai trazer todos os seu muquifos de minha casa, e não me procure quando precisar de leite para essa criança, por mim, passaram fome, você e essa criança. - Ela se levanta e sai sem olhar para trás Vivi desaba em um choro, e minha unica reação foi abraçá-la.

- Ela desejou que meu filho passasse fome Mile. - Ela fala entre soluços e tento enxugar as lagrimas.

- Enquanto eu estiver aqui, isso nunca vai acontecer. - Não podia saber quanto tempo estaria ali, nem se realmente poderia cumprir essa promessa, mas faria o possível para cumprir.

Vivi ficou sentada no sofá, e eu fui fazer o café, ela ficou ali pensativa, acho que minha reação seria bem pior se eu descobrisse que minha mãe é uma bruxa dos contos de fadas. Finalmente fiz o café e chamei Vivi para a mesa.

- Vou sentar só para fazer companhia, estou sem fome agora. - Ela fala cabisbaixa.

- Você precisa se alimentar menina, esqueceu que temos uma princesa ou um príncipe ai dentro.- Ela sorri.

- Tenho que arrumar um emprego. - Ela fala por fim.

- Depois a gente vê isso. - Ela olha para astoufinho que não para de vibrar.

- Cheia de cantatinhos. - Ela fala e ri.

- Nem é. - Falo sem motivação. - Serio? - Ela pergunta com uma certa curiosidade.

- Sei lá, achei que fosse diferente, mas ele só tem o nome de diferente do Gustavo.

- Que barra! - Ela fala tentando me ajudar.

- Não posso parar por conta disso, a nota do vestibular não saiu ainda, e tenho que arrumar um emprego. - Ela sorri

- Pois somos duas.

Assim que terminamos o café, escuto uma buzina de carro, me levanto para abrir a porta, mas quando abro só encontro uma mala.

- No fundo ainda achei que ela ia se arrepender. - Vivi fala enquanto esta vindo para a sala.

- Que disse que ela não vai se arrepender? Principalmente quando essa criança linda nascer. - Vivi passa a mão na barriga.

- Não vejo a hora de sentir essa criança. - Ela fala e deixa uma lagrima escorrer.

        

                     

E se o amor não for tudo isso?Onde histórias criam vida. Descubra agora