Capítulo 2

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   Sabe quando do nada sua vida vira de pernas pro ar, quando nada faz sentido, quando você  procura o erro e ele esta na cara e você não consegue enxergar, quando alguém que você confia te decepciona, já ouvi varias vezes na vida que o amor é pros fracos, e acredito nisso, porque a pessoa que se deixa levar pelo amor, deve ser tão fraca que não consegue se livrar dele, dizem que depois de uma decepção amorosa a pessoa aprende, será mesmo? Será que depois de uma decepção amorosa você aprende a não se entregar tanto? Será que aprende a não acreditar tanto? Porque será que não percebemos que o papo sempre é o mesmo? Que toda a historinha é a mesma, e não venha me dizer que “o amor sega as pessoas” o maior erro das pessoas é não ter pé no chão quando se trata do amor.
  Acordo com o barulho do meu celular tocando, quase não consigo levantar de tanto sono, parecia que tinha passado dois dias seguidos sem dormir, me movo lentamente ate minha escrivaninha na qual meu celular estava em cima, quando chego na escrivaninha meu celular já não tocava mais, era mais uma ligação perdida da Vivi no meio de mais trinta, olho para o relógio de parede e por incrível que pareça ainda era 5:00 horas da manha, algo muito grave deviater acontecido penso, novamente Astoufinho tocou (acho que não falei que esse é o apelido carinhoso que dei pro meu celular) era vivi, demorei dois segundos para colocar todos os pensamentos em ordem e atender.
- vivi? Aconteceu alguma coisa?- pergunto para romper o silêncio, demora alguns segundos e ela me responde.
- Tudo, aconteceu tudo de pior que podia acontecer – ela fala em meio as lagrimas, vou em direção a minha cama e sento.
- Calma, tenta me explicar tudo do começo – falo por ultimo, apesar de já imaginar que o meu pior medo poderia ter acontecido.
- O Gustavo - Ela faz uma pausa - Ele disse que me amava, disse que comigo seria diferente, falou que tinha planos pra nos, me encheu de esperança, disse que nossa primeira vez seria especial... - Eu estava perplexa e percebi que ela estava desesperada- Acreditei nele Mile, ele me levou pra um motel de quinta, fiquei com medo, mas ele me acalmava com suas palavras de amor, quando entrei no quarto qualquer que ele reservou... estava tudo tão lindo, tão preparado a minha espera, tudo tão detalhado, Mile eu juro por Deus que acreditei que quilo era uma prova de amor mais maravilhosa que eu poderia ter em toda minha vida – Ela faz pausa para os soluços - Eu me entreguei pra ele, de corpo e alma, Mili foi tão incrível, mas foi incrível porque eu pensei que ele gostava de mim, a decepção veio depois, eu adormeci, quando acordei ele já não estava mais do meu lado, só um bilhete em cima do travesseiro. – ela para de falar, e seu choro aumenta, fico sem reação, eu tinha que falar algo, mas não conseguia, então perguntei – E o que tinha no bilhete? – que pergunta a minha, lógico que não teria nenhuma declaração amorosa no bilhete, demorou um pouco para que ela conseguisse controlar o choro.
- “Desculpa gata, o problema não é você o problema sou eu, pensei que depois dessa noite meus sentimentos por você poderia mudar, mas eu estava enganado, acho que não rolou a química, talvez seja por você ser mais nova e imatura, espero que entenda. E não se preocupe com a conta” ele ainda teve a cara de pau de mi chamar de imatura. – e novamente ela abre o berreiro.
- vive eu não sei o que falar, ele é um completo idiota por não saber te valorizar, onde que você estar? – em uma tentativa frustrante ela tenta segurar o choro, mas foi em vão, depois de alguns segundos ela conseguiu falar algo.
- Bom depois de recolher minha dignidade, saiba que foi quase que impossível – ela da uma risada forçada e continua – sai daquele lugar horrível epeguei um taxi, inclusive ainda estou nele, estou chegando na sua casa, é bom você ter dinheiro pra pagar a corrida  – rimos um pouco, e não demorou muito para que ela chegasse na minha casa, peguei minhas economias que estava guardando para um celular novo (acho que já falei que astoufinho esta meio que querendo bater as botas) mas não estava nem perto da quantia que precisava para um novo, e já que minha cota financeira já não estava muito boa com minha mãe, resolvi mexer em minhas economias mesmo, vivi desceu do taxi toda amarrotada, não era pra menos, paguei o taxista e entramos, ela já não queria mais falar sobre o assunto e não quis mais tocar na ferida, peguei tudo que era filme de comedia e comecei uma maratona com ela. Vivi parecia estar gostando dos filmes, porem eu mau prestei atenção. Não podia acreditar, será que a culpa era minha por não ter ligado antes? Será que eu falhei como amiga?
     Sabe quando você tenta o máximo possível proteger quem você ama, e quando você falha você se sente mal, não se sinta, a culpa não é sua, sabe a vida é cheia de escolhas e nessas escolhas temos que arcar com as conseqüências, não adianta tentar proteger, e tentar evitar que essa pessoa erre, não vai adiantar, porque as pessoas erram, e errar faz parte, se você tentar evitar que isso a aconteça ela nunca vai aprender a cair e levantar. Temos que deixar que ela aprenda com os erros, assim não irá repetir a dose, deixe ela livre para acertar e pra errar também, porque são com os erros que construirmos os melhores acertos, não da pra ser perfeito sempre.

E se o amor não for tudo isso?Onde histórias criam vida. Descubra agora