Escondido

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Bernardo Villa Real

E primeira vez que tomei uma taça de vinho foi escondido na adega particular do meu pai

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E primeira vez que tomei uma taça de vinho foi escondido na adega particular do meu pai. Lembro-me como se fosse hoje, chegamos em casa depois de feira anual de produtores de vinho que sempre acontece em Caxias do Sul e como sempre meus pais vieram o trajeto todo brigando por conta de mamãe ficar dançando enquanto papai fazia negócios. Minha mãe era espirituosa e tinha uma alegria só dela, falava com todos e não tinha tempo ruim. Já papai era o típico homem de negócios, sempre fechado e não gostava do jeito de ser de mamãe. As brigas eram constantes e neste dia não foi diferente, não aguentava mais aquilo e corri para a adega e peguei um Chanteaul e comecei a apreciar o sabor e degustar como vejo meu pai fazer, eu tinha dez anos e quando meu pai descobriu apanhei de cinto, mas nunca mais esqueci o sabor daquele vinho.
Sentado na sacada do meu apartamento em Paris apreciando uma taça de Chanteaul e olhando a movimentação de pessoas nas ruas, essas memórias começam a vir e tenho que me esforçar para não pensar em Ivy.

Sentado na sacada do meu apartamento em Paris apreciando uma taça de Chanteaul e olhando a movimentação de pessoas nas ruas, essas memórias começam a vir e tenho que me esforçar para não pensar em Ivy

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A última vez que vi Ivy foi a cinco anos atrás,  mas não tive coragem de falar com ela. Foi no dia que fui ao Brasil receber o seguro de vida de minha mãe. Ela estava linda e muito abatida, mas mesmo assim não tive coragem. A última vez que nos vimos eu estava com dezessete anos e ela com quinze, estávamos no celeiro, como em todas as tardes, conversávamos sobre o meu sonho de ser sommeliers e o dela de ser administradora e fazíamos planos de trabalharmos juntos, mas no ano seguinte fui proibido de ir ao Rio de Janeiro, havia passado a noite na farra com Luca e Vinícius e cheguei em casa amanhecendo, com isso, fiquei sem viajar, pois a punição foi guiar as excursões pelos vinhedos e adega. Dois anos depois vim para França e desde então estou aqui,  me aperfeiçoando na arte de sommeliers enquanto Luca e Vinícius coloca em prática o meu sonho de ter uma adega loungue na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro.
A previsão das obras terminarem é cinco meses, aí começa o processo seletivo para contratação de funcionários e pelo menos um administrador será necessário para organizar toda a documentação. Voltarei ao Brasil seis meses depois de inaugurar a Adega Loungue Vila Real, infelizmente não estarei presente, pois irei a Portugal para um curso de técnicas de manipulação de vinhos artesanais, minha intenção é produzir e comercializar vinhos artesanais.
Por enquanto, sigo com meus planos profissionais e como objetivo maior, achar Ivy Blanco, o amor da minha vida.


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Adiantando uma degustação para vocês. Essa semana ainda posto mais um capítulo. Sei que foi curtinho, mas no decorrer da história os capítulos se alongarão.
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Sintonia Perfeita - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora