Suspeita

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Bernardo Villa Real

Voltar para Caxias do Sul foi de certa forma tranquilizadora para mim, por que aqui sei que conseguirei ficar de olho em Ivy e com toda essa segurança Luca não conseguirá se aproximar. Como ficamos muito tempo ausentes, o acumulo de trabalho foi inevitável, embora sempre que podíamos, dávamos um jeito de nos ver. Ivy e David administrando no escritório e eu e George gerenciando o vinhedo e a fabricação dos vinhos.

Lorenzzo ficou organizando o restaurante e Vinícius na loja. Agnes e Théu ficavam se divertindo na piscina ou ajudando na casa grande, tudo estava sobre controle. A última notícia do detetive foi que Luca sumiu da comunidade e ainda não foi localizado. Tenho uma sensação estranha e um aperto no peito, estou muito preocupado com o Luca, ele é meu amigo de infância e não quero vê-lo se afundando cada vez mais no vício e fazendo besteiras, como vem fazendo, sinto-me culpado por tirar-lo daqui e levá-lo para o Rio, mas eu acreditei que ele estava limpo e totalmente recuperado depois da temporada na clínica e poderia ter uma chance de crescer profissionalmente, me enganei e acabei jogando meu amigo na "boca do leão".

Estou saindo em mais uma visita ao vinhedo e um dos seguranças me chama até a sala de monitoramento que fica próximo a loja de conveniência. Assim que entro Fabiano, o chefe da segurança, vem falar comigo.

- Bom dia, Bernardo.

-Bom dia, Fabiano, pessoal!? -  cumprimento os três rapazes que estavam nos monitores - Bom dia senhor.

- Diga Fabiano, o que houve para me chamar aqui?

- Detectamos uma movimentação esta noite próximo a casa da senhorita Ivy e fomos averiguar, não achamos ninguém, mas encontramos isso -  me entrega um correntinha com um pingente em formato de gota.

- De quem você acha que é - pergunto na dúvida.

- Temos uma suspeita, por isso que te chamamos aqui. Preciso que descubra se é da senhorita Ivy e quando viu pela última vez - franzo o cenho sem entender

- Por que está achando que é da Ivy, Fabiano?

- Eu já vi essa correntinha em seu pescoço - fala tendo certeza - no dia que ela chegou e ajudei a carregar a mala para dentro da casa, ela a segurava como se fosse um amuleto.

- Você desconfia de alguma coisa?

- Bernardo, desconfio que seu amigo Luca está na fazenda e entrou na casa e retirou esse objeto de lá, para que saibamos que ele está por perto.

- Mas como ele passou por toda essa segurança?

- Acredito que ele se camuflou e passou por onde as câmeras não alcançam e esperou a troca de turno.

- Mas se ele entrou com tanta facilidade, quem não garante que tentará alguma coisa quando tiver oportunidade?

- Não tem como garantir, Bernardo. O que podemos fazer é estar preparado para quando isso acontecer e se acontecer protegermos a todos.

- Espero que seu pessoal seja bem treinado, Fabiano, não quero pôr ninguém em risco nesta fazenda.

- Pode deixar, Bernardo. Meus funcionários são os melhores, são ex militares e alguns Fuzileiros Navais que já estão na mata averiguando o perímetro.

- Conto com isso. Não quero que machuquem o Luca, vou entregá-lo para Heitor e ele cuidará do filho.

- Não faremos nada para machucá-lo, a menos que ponha qualquer um de vocês em risco.

- Mais mesmo assim, esse recurso terá que ser o último.

- Pode deixar. Agora se informe se essa é a mesma correntinha e me mantenha informado.

Sintonia Perfeita - EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora