31 - Mommy's Blood

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- Shawn? Shawn! Caralho, Shawn! – Karla entrou em casa com seus saltos na mão e seus cabelos desarrumados.

- O que fo... Karla, o que é isso? – O jovem foi até sua amiga rapidamente ao perceber que a mesma estava ficando inconsciente.

- Eu... Eu não... aguento mais. Em algum momento alguém vai ser levado de mim. Talvez seja o maldito karma. –  A morena se sentou no sofá.

- O que houve? E cadê Keana?

- Exatamente... Cadê Keana? – Uma lágrima caiu dos olhos de Karla, porém ela a secou imediatamente.

- Para de tentar criar enigmas e me conta o que aconteceu! – Shawn começava a se irritar, talvez devido tamanha preocupação com os fatos apresentados.

- Ela estava dançando e eu simplesmente fui ao banheiro! Quando eu voltei ela tinha sumido! – A morena gesticulava desesperadamente.

- E ninguém naquela merda viu nada?!

- Você acha mesmo?! Talvez o medo de morrer seja maior do que a vontade de ajudar a salvar a vida de alguém. Afinal, por quê trocar sua vida pela vida de alguém que você não conhece?! –  A respiração de Karla começava a pesar.

- Respira, Karla. – Shawn alertou ao perceber que a jovem estava ficando sem ar. - Karla!

- Eu... Eu não consigo! – Karla tentava de todas as formas conseguir um pouco de oxigênio porém suas tentativas eram falhas. Seus pulmões queimavam sem ar.

- Um ataque de pânico justo agora... Karla, olhe nos meus olhos. Concentre-se na minha voz. Agora conta comigo até dez.

- Eu não consigo. – Karla mal conseguia falar.

- Se esforce! Vamos! Um, dois...

- Três... Quatro... Cinco...

- Seis.

- Sete, oito... – A respiração de Karla começava a se estabilizar.

- Melhor? – Ele perguntou enquanto via a respiração da morena voltar ao normal.

- Obrigada. – Sua voz saiu baixa.

- Agora encaremos os fatos. Você acha que Alejandro tem algo a ver com isso?

- Não sei. Eu estou muito perdida no meio disso tudo. – Karla olhava para o teto como se fosse surgir alguma solução.

- Eu vou falar com ele. Não tem como sustentar mais isso. Não sei nem como não tem um milhão de notícias sobre o sumiço repentino de Lauren ainda.

- Você acha que é uma boa ideia? Quero dizer, não é melhor eu falar com Lucy primeiro?

- Eu falo. Vai tomar um banho e vê se dorme um pouco. Aliás, também vou conversar com Veronica.

- Okay, Shawn. Obrigada mais uma vez. – Karla deu um pequeno beijo no rosto de seu amigo, então subiu em direção ao seu quarto.

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Eram quase cinco horas da tarde quando Karla acordou com uma terrível dor de cabeça. Seus olhos se esforçavam para se manterem abertos porém era como uma missão impossível.

- Droga... – A morena tateava a pequena mesa ao lado de sua cama em busca de seu celular.

  O brilho alto da tela fez Karla fazer uma careta involuntária de reprovação. Sem muitas novidades para ver ali, a jovem bloqueou a tela a fim de olhar para o teto por algumas horas porém o mesmo vibrou, a impedindo de dar continuidade ao seu plano.

Número Desconhecido: Hey, Karla! Saudades :)
Número Desconhecido: Eu achei algumas evidências contra você aqui...
Número Desconhecido: Seria uma pena se fossem todas parar nas mãos de Veronica.
Karla Estrabão: Não sei do que está falando. Desculpa.
Número Desconhecido: Será que não sabe?
Número Desconhecido: Okay, eu vou facilitar pra você de verdade agora.
Número Desconhecido: Lauren e Keana saem intactas caso você se entregue. É uma boa proposta, pense a respeito.

Sem saber o que fazer, Karla olhava de um lado para o outro como se fosse surgir uma ideia que a safasse a qualquer instante.

- Merda! – Karla desceu correndo de encontro a Shawn, porém não obteve sucesso.

- Está tudo bem, Camilinha? – A voz de Austin invadiu o ambiente.

- Qual é o seu problema, garoto? Enfim, cadê Shawn? – Karla revirou os olhos ao perceber que teria que interagir com Austin.

- Ele saiu faz algumas horas, mas pode falar comigo se quiser.

- Por que você seria útil?

- Então você não sabe... – Austin desviou o olhar para sua xícara de café.

- Não sei de que?

- Karla, sua mãe foi encontrada morta no quarto do hotel onde estava hospedada com seu pai. A polícia está atrás dele por todo o país.

- Minha mãe... – Karla se sentou estática no sofá que estava a poucos metros dela. - Ele matou a... minha mãe. Ele matou a minha mãe e fugiu! Aquele desgraçado! – A morena se deparou com pequenos jarros de vidro que ficavam sobre a mesa, então arremessou um por um contra a parede.

  Austin apenas observava a cena. Nada do que dissesse faria Karla se sentir melhor, então ele apenas a deixou descontar seu ódio nos pequenos objetos cortantes.

- Ele não pode fazer isso! Ele já tirou Camila de mim! Ele não pode tirar a minha mãe também! – Karla gritava.

- Hey, calma! – Austin resolveu interferir ao perceber que a morena estava começando a se machucar com o vidro quebrado.

- Por que eu deixei isso acontecer, Austin? – Karla sentiu seus olhos arderem como nunca antes.

- A culpa não foi sua, Estrabão. – Austin a abraçou tentando lhe transmitir conforto.

  Antes que ambos pudessem dizer alguma coisa, o telefone de Austin tocou.

- Espere um segundo, pequena. – Ele se afastou. - Alô?

- É Lucy. Por que Karla não atende o telefone?

- Você realmente não sabe o motivo? – Austin questionou ironicamente.

- Me desculpe. Eu precisava falar com ela mas acho que não é o melhor momento. Só queria dizer que Veronica a quer para um interrogatório. A morte de Sinuhe está causando muita repercussão.

- Imagino. Amanhã falamos sobre isso então.

- Tudo bem. Aliás, não aconselho que ligue a televisão... – Lucy recomendo porém já era tarde demais.

- Merda, Karla! Lucy, mais tarde nos falamos. – Austin desligou o telefone, então puxou o controle da mão de Karla.

  A mídia era cruel. Fotos de Sinuhe esquartejada apareciam sem qualquer preocupação com quem estivesse assistindo, principalmente sua filha.

- Não vou deixar você se torturar assim! – Austin desligou a televisão imediatamente.

- Nós não éramos próximas, sabe? Não éramos daquele tipo que contavam qualquer coisa uma para a outra ou coisa do tipo... Mas ela é minha mãe. E agora ela está morta. – Karla falava com incredulidade em sua voz. - Um dia Alejandro vai ser encontrado e não vai demorar muito. Eu terei prazer em cortar a garganta daquele desgraçado e observar sua morte lenta.

- Você está de cabeça quente, Karla. A última coisa que você precisa é de mais sangue em suas mãos.

- Eu necessito de mais sangue em minhas mãos. – Karla o fitou com um olhar assassino. Típico.

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Dangerous Woman Onde histórias criam vida. Descubra agora