Capítulo 5 - Mia

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Tudo parecia simples Dylan. Durante minhas poucas horas como sua namorada a vida parecia simples o bastante. Talvez um pouco injusta, mas simples.

Você havia prometido me escrever toda semana. E eu já estava sofrendo por antecipação. Eu só... Só queria estar com você.

As coisas pareciam está certas, mas quando você apareceu, quando eu te vi descer do carro e entrar em casa, tudo estava errado. Eu não era mas a mesma, não tinha como ser a mesma.

Mia Wallace parecia não existir mais. Eu estava destruída, tinha sido quebrada, e estava em pedaços e eu não podia deixar você me ver daquele jeito.

Simplesmente não podia.

*************

Era ridícula a forma como todos me tratavam, como se eu fosse feita de vidro e pudesse quebrar a qualquer momento. O que eles tinham esquecido é que eu já estava em pedaços. E por mais que tivessem tentado colar os pedacinhos, eles haviam falhado.

A única pessoa que não tremia ao chegar perto de mim era minha irmãzinha, Kate.

- Mia, Mia – ela começou a gritar ao me ver – que bom que você não foi embora para sempre.

- Também acho – eu disse a ela, mesmo não sendo verdade. Me abaixei até ficar da altura dela e dei um beijo em seus cabelos.

- Me põe no braço Mia – ela pediu.

- A Mia não pode, Kat. – me sentei no chão ao lado dela e a abracei. – Olha, a Mia está machucada. – levantei as mangas da camisa para que ela pudesse ver os meus pulsos enfaixados.

- O que você está fazendo? Não pode mostrar isso a ela. – disse a minha mãe zangada. Olhei para ela de cara feia.

- Tudo bem mamãe – disse Kate – eu sei que a Mia tentou se machucar.

Ouvir aquilo me doeu mais do que qualquer outra coisa no mundo.

- Machucaram a Mia primeiro, Kate. – eu disse baixinho, para que só ela ouvisse.

- Não vou deixar as pessoas te machucarem de novo – ela disse me abraçando. – Não quero que vá embora, senti muita saudade.

- Eu também Kit Kat. Amo você. – eu disse a ela.

- Também amo você.

- Vamos Kate, a Mia precisa descansar. – disse minha mãe puxando-a para longe de mim.

Eu fiquei ali, sentada no chão, pelo que me pareceu uma eternidade. Depois, levantei e fui até o lugar que costumava ser o meu quarto.

Eles haviam mudado a porta, que teve que ser arrombada. E mudaram a cor das paredes, que tinham sido manchadas de sangue.

A porta de fechadura nova, não tinha chaves, resisti a vontade de rir de tudo aquilo. O que eles estavam tentando fazer?

- Gostou do quarto novo? – alguém pergunta. Viro-me para ver quem é e levo um susto.

Will.

- Não parece meu quarto. – eu respondo. – Isso aqui nem parece a minha casa.

- Você deveria pegar leve com a sua mãe – ele diz.

Solto uma risada incrédula.

- Pegar leve? – digo a ele – engraçado Will que ninguém quis pegar leve comigo.

- Você é louca, sabe disso. – ele fala e dá uma risadinha. – Ninguém acredita em você e ai você tenta se matar. – ele rir mas um pouco e mais alto.

Estilhaços - RepostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora