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O Castelo de Mou

  Uma decisão arriscada fora tomada por um rapaz que mal conheciam, mas como fizeram com Ara, ele não parecia ter intenções contrárias, pelo contrário, incidia que Elpros só queria aventura e talvez ajudar a doce Elizabeth, que o encantara com sua beleza.

  Na manhã seguinte, partiram após comer frutas e beberem água. A amoreira estava repleta de neve e com alguns socos e empurrões os galhos quebraram-se dando passagem para a floresta nívea e lastimosa. Elpros tomou sua capa de volta e transmutou-se para sua forma normal, Afonso já não sentia tanto frio e as meninas continuavam firmes como rochas. A tempestade já não existia, porém as nuvens continuavam escuras e a devastação na noite passada deixara rastros por toda a parte. Os coturnos dos rapazes afundavam-se até a metade no gelo, as sapatilhas cinza das meninas estavam encharcadas e a barra de seus vestidos molhadas. Andaram por longos minutos descendo a montanha. No caminho, Elpros encontrou um de seus amigos lobo, mandou-o avisar que ficaria fora por algum tempo e que não deixassem ninguém tomar o Pico dos Lobos. Ao chegarem no sopé, concluíram que teriam de seguir reto para chegarem ao castelo pelos fundos e entrarem despercebidos.

  Não demorou muito para que os quatro ficassem diante de muralhas tão altas e escuras como a do castelo. Só chegavam a ver dois cumes em cone com bandeiras surreais e rasgadas nas extremidades da fortaleza tenebrosa e escura. As nuvens negras formavam-se em espiral sob as muralhas e não havia nem se quer um barulho vindo lá de dentro.

  – Acho que não há entradas pelos fundos – Elpros proferiu reclinando as costas no muro velho. Contraiu o joelho direito para cima arrastando o pé pela parede, cruzou os braços e bufou insatisfeito.

  Ara fitou os contornos fortes e firmes do rapaz, era estranho ter uma aparência infantil e se sentir atraída por humanos. Contemplou o farto volume de seu membro escondido entre as roupas de baixo e desviou o olhar rapidamente para não deixar que ninguém percebesse.

  – Concordo – Liz arqueou os lábios. – Pelo que vejo, teremos de entrar pelo portão principal.

  Afonso e a fada assentiram. Fitaram as árvores densas e congeladas em suas costas e olharam para a fina clareira que acompanhava a muralha circular.

  – Temos de arranjar um plano – Ara retorquiu depois de dar uma olhadela no volume de Elpros, se sentiu excitada e uma coisa dentro de si pareceu piscar.

  – Sim, temos. Mas nada me vem a cabeça o que fazer – o arqueiro deixou que as palavras saíssem calmamente.

  Elizabeth contemplou o rosto preocupado dele, sentiu-se afável ao olhá-lo, mas logo arqueou-se para o jovem encostado na muralha e se sentiu estranha ao ver um volume incomum abaixou da cintura do companheiro. O que será que tem ali? Ela pensou.

  – O que acham de irmos para a porta principal e avaliarmos a situação? – Ara opinou fitando os rostos dos três, um por vez, primeiro o rapaz forte, depois o moço magro e desengonçado e por fim, Liz, que encarava lascívia o volume de Elpros. A fada deu um sorriso surdo e prosseguiu: – Em Liz?

  – Ah claro, acho um ótima ideia – respondeu desviando o olhar do que lhe prendia.

  Elpros mordeu os lábios ao ver que ambas olhavam seu farto volume. Não sentia atração por Ara, mas já por Elizabeth... Fingiu não perceber para não constrange-las e pôs-se a caminhar na direção que mais lhe convinha.

  – Por qualquer lado chegaremos ao portal – ele disse. – Então vamos por esse!

  Afonso não se sentia confortável na presença do rapaz, sabia que ele riria ao vê-lo na forma mágica. Mas sabia que mais cedo ou mais tarde passaria por tal constrangimento. Sua ingênuosidade não permitiu-lhe perceber o que passara minutos antes. Mas isso não inibia sua sabedoria em questão a assuntos eróticos. Aprendera sozinho, como Elpros, o que fazer para saciar-se. Parecia que a força excitante que os faziam sentir tanto prazer vinha do sangue, pois mesmo não sabendo perfeitamente, tinham a noção do que fazer ao ficar a sós com uma mulher.

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