Will Not be Easy (Larry Stylinson)

Wrong Choice

Harry’s POV

Mais um dia se passa e eu continuo deitado em minha cama, olhando pra lua da minha janela sem ânimo pra nada. Isso já virou rotina. 

Desvio meu olhar da lua pras paredes decoradas em azul do meu quarto, lembrando de quando eu e Louis pintamos aqui. Um dos momentos mais divertidos que eu passei com ele.

Antes era em um tom vermelho mas Louis insistiu em pintar. Falou que ficaria mais alegre, e como sempre, ele teve razão. Ficou mais alegre, mas isso não me importa mais, isso já fazia um ano. Na verdade está precisando pintar de novo, mas eu não teria coragem.

O tempo passa muito rápido, é apenas piscar e seu dia se foi. Vai fazer quatro meses que eu não vejo Louis. Não vejo e nem ouço o nome dele, eu simplesmente não sei nada sobre a vida dele agora. Não sei se ele foi pra outra cidade ou se mudou de apartamento. Talvez ele ainda esteja morando no mesmo apartamento, fazendo as mesmas coisas. Ou talvez, nem todas as coisas, já que em quase todos finais de semana íamos a bares, e durante a semana, no nosso horário de trabalho, ficávamos trocando mensagens. A verdade é que praticamente tudo nós fazíamos juntos.

Cada um arrumava uma garota e ia pra algum apartamento, o meu ou o dele, e de manhã elas iam embora e nós dois ficávamos conversando, assistindo algum filme bobo ou apenas fazendo observações bobas.

Isso soa irônico, pois á alguns meses atrás ele estava se declarando pra mim, dizendo que me amava. E eu fui um completo estúpido.

Eu não sabia o que dizer, pois eu sempre considerei  ele como um irmão, e nunca me senti atraído por homem algum.

Eu sou hétero, mesmo que invejava o corpo do Louis. Aquele abdômen sarado e bronzeado, ele não é alto, suas pernas são curtas, o que torna ele completamente sexy. Mas isso não me torna gay, torna? 

Levanto da cama, sentando com uma expressão de surpresa, eu acabei de pensar que achava o Louis sexy?!

Não, não e não.

Voltei a deitar e lembrei quando dei o tapa na cara do Louis, odeio tanto aquele dia. Eu estava em pura adrenalina e quando vi o Louis ali na minha frente, próximo demais, com olhar de culpa, não teve outro jeito.

Quando vi já tinha dado um tapa no seu rosto. Ele pareceu demorar um pouco pra compreender que o tapa recebido vinha das minhas mãos. Eu fiquei com um remorso tão grande que não sabia o que fazer. Fiquei desesperado, minha mente estava confusa e eu simplesmente não conseguia raciocinar direito. Olhei para as minhas mãos sem entender direito o que tinha feito. 

Não deveria ter agido assim, eu fui um completo imbecil. Mas quando ele voltou a olhar pra mim, com aqueles perfeitos olhos azuis que antes transbordava amor e esperança, estava cheio de raiva e de completa confusão.

''EU TE ODEIO'' 

Foi o que saiu da minha boca.

Eu já não estava mais em mim, não tinha consciência do que estava dizendo, eu apenas deixei as palavras saírem da minha boca, aquelas malditas palavras, de uma forma muito grosseira, se é que existe uma forma sensível de dizer que odeia uma pessoa.

Eu estava super confuso, ter ouvido um ‘’eu te amo’’ vindo do Louis tinha me deixado nervoso. Claro que tanto eu quanto ele já dissemos isso outras vezes, mas não dessa forma. Tão intenso. 

Quando dei conta do que tinha falado, do absurdo que tinha dito ao único amigo verdadeiro que tive, me desesperei, já estava em lagrimas, soluçando e com muita raiva.

Raiva de mim mesmo.

Fiquei com uma imensa vontade de me matar quando olhei Louis indo embora meio cambaleando, mas sem olhar pra trás, eu tinha certeza que a ódio o dominava, igual dominava o meu. Mas além do ódio, arrependimento. Eu via a única pessoa que podia confiar completamente ir embora, me deixando,  e eu fiquei simplesmente parado, sem mover um músculo, ele não podia ir assim.