Imortais

Sotlling

"Sem lema definido"
2017
Ottawa, Canadá.

Rafael era um prodígio imortal. Com apenas 117 anos, ele conseguiu desenvolver seus poderes a um nível espetacular. De modo que fosse completamente impossível que alguém acompanhasse, pelo menos alguém que fosse parte dos Sotlling. Como Sotlling mais velho, ele tinha uma pequena vantagem, que soube aproveitar muito bem. Por isso, havia decidido se manter longe dos irmãos e viver por conta própria.

Rafael havia parado de envelhecer aos 17 anos. Aquela era a média de idade para que isso ocorresse a um imortal, embora esse limite fosse mudado para um limite de idade maior ou menor. Bom, isso não importava, já que ele havia aprendido a se passar por adulto, mesmo com a aparência ligeiramente infantil.

O garoto caminhou na direção do banco, com uma espada de plástico presa ao cinto. O banco era bem clássico, possuía algumas colunas gregas e pintura branca, os detalhes do Banco de Montreal eram espetaculares... Mas o garoto não tinha tempo para analisar isso agora.

Ele estava mais focado na segurança. Apenas dois guardas vigiavam o local, como de costume, o que tornava as coisas mais fáceis para ele. Eles vestiam uma farda comum e gasta, tendo uma média de 40 anos de idade. Pareciam cansados pelo dia longo de trabalho e trabalho e um tanto distraídos.

Dentro do banco, apenas um mulher de meia idade conferia sua conta bancária, em uma das caixas registradoras do local. Rafael teria a decência de esperar a mulher sair de perto, embora o conceito de idade dele fosse um tanto distorcido... Ele tinha, no mínimo, uns 30 anos a mais que aquela senhora.

Os segundos pareciam horas.

A velha contava o dinheiro da maneira mais lenta que podia, dando pequenas lambidas no dedo para desgrudar as notas de plástico. Logo em seguida, ela se vira para a porta, caminhando devagar, para longe do banco, enquanto Rafael se preparava para o ataque. Ele colocou a mão na cintura, segurando a espada de plástico, como se fosse algo perigoso, de fato. Embora aquilo estivesse muito longe de ser perigoso naquela forma.

—Senhor— diz um dos guardas, se aproximando de Rafael lentamente— Por favor, temos uma política que impede armas, mesmo que sejam de plástico.

Rafael suspira, pegando a arma com uma de suas mãos. Parecia não ter peso algum, apenas uma porcaria comprada em uma loja de brinquedos. Ela estava um pouco amassada e algumas labaredas haviam sido pintadas pelo mesmo. Parecia ainda mais infantil do que já era. Porém, essa era a intenção, que aquilo parecesse apenas um brinquedo de criança.

—Acho que está sendo um tanto injusto... Afinal, por que você pode e eu não? Acho que devemos resolver isso do meu jeito favorito...

Rafael gira a espada entre os dedos, fazendo um arco em direção ao braço do segurança. A espada, de aparência boba e infantil, não podia sem mais letal agora. Com a dureza 10 vezes maior do que a do diamante e super afiada. O golpe arrancou o braço do homem, como se cortasse papel. O sangue manchou seu rosto e se espalhou pelas paredes.

O homem gritava, enquanto seu braço jazia no chão, jorrando sangue sem parar. O outro segurança estava paralisado pelo choque, levando quase um minuto para reagir, pegando a arma para reagir. Sem olhar para Rafael, ele disparou três vezes contra a cabeça do garoto.

[...]

James estava cansado de bancar a babá do irmão mais velho. Ele era 10 anos mais novo do Rafael, mas sempre parecera o irmão mais velho. Ao contrário de Rafael, ele havia assumido as responsabilidades com a família, fazendo o que podia para encontrar a todos... embora o sétimo ainda se mantivesse oculto.

James estava em seu cantinho especial, onde ninguém o aborrecia com assuntos da família. Era um pub irlandês sujo e com péssima música. Se localizava em um beco do centro da cidade, sendo o estabelecimento mais escuro de todo o lugar. James gostava de lugares escuros, eles o fortaleciam.