Imortais

As Branford

"É na forja que nascem os melhores guerreiros"

2017
Montreal, Canadá

Drusilla sempre foi um tanto afastada do resto da família. Ao contrário do resto das Branford, ela não desejava se envolver na guerra entre as famílias. Tudo o que ela mais queria era ter uma família... Ser normal. Infelizmente, viver sozinha não era uma opção. Tendo renegado as Branford, Drusilla não tinha o privilégio da imunidade de caça dos Taylor. Ela precisava de proteção... E ela encontrou isso.

—Alice, vamos, eu já disse, minhas armas são muito melhores do que qualquer porcaria que já tenha pego— Insistiu Drusilla, irritada— Eu sou uma nascida Branford, mesmo que tenha...

—Sido chutada?— Pergunta Alice, a olhando com os cantos dos olhos.

As duas garotas eram bem bonitas. Tanto Drusilla quanto Alice. Drusila tinha cabelos negros, lisos, com olhos verdes e estatura baixa, assim como a maior parte de sua família. Sua pele era clara, ela tinha poucas sardas e um corpo cheio de curvas. Entretanto, ela preferia usar moletom e roupas da sessão masculina, que a tornavam mais invisível em meio a multidão.

Já Alice, por outro lado, tinha uma beleza mais ressaltada. Ela sempre se arrumou mais do que Drusilla, sendo adepta de maquiagem, não que precisasse muito. Tinha lindos olhos claros também. Já seus cabelos lisos eram de uma tonalidade mais escura, negra como petróleo, que causavam grande contraste com sua pele pálida.

—Eu não fui chutada— Murmura Drusilla entre dentes— Eu caí fora. Olha só para essa gostosura aqui, acha que eu preciso vender arma para as pessoas que caçam meu povo para sobreviver?

Alice estala o chicote mais uma vez, criando um pequeno estrondo sonoro. O chicote havia sido criado através do modo mágico e secreto de Drusilla. A garota morreria antes que deixasse alguém copiar os seus modelos únicos! Por isso, sempre pedia para que Alice se mantivesse longe enquanto ela forjava.

As duas estavam sozinhas em um pequeno bosque, que se localizava muito próximo de onde moravam os Woodville. Eles viviam em uma enorme casa, construída inteiramente de madeira, o que deixava mesmo a mostra o seu interesse por florestas. Embora ser natureba não fosse o estilo de Drusilla, ela se dava muito bem com os Woodville, em especial com Alice. Os lobitos.

—Os Taylor são a sua raça, Drusilla— disse a garota Woodville, de maneira áspera— Por mais que não goste disso, são tão imortais quanto você.

O rosto de Drusilla ficou vermelho imediatamente. Ela, em um gesto brusco, arrancou o chicote da mão de Alice. Ela não merecia uma arma, se fosse enaltecer o que os Taylor faziam. Drusilla havia perdido tudo por causa dele! Já havia tentado levar uma vida normal ao longo dos anos, mas eles sempre a encontravam e...

—Vai se ferrar, Alice. Quer dizer que você concorda com o que eles fazem? Vai sair por aí matando pessoas que não tem nada a ver com isso?— Berrou Drusilla.

—Não se finja de burra, porque não é, você entendeu muito bem o que eu disse.

Alice se virou e atravessou a mata, na direção de sua família. Drusilla queria ter ido atrás dela... Deveria ter ido atrás dela. Pois assim, ela teria evitado o seguinte ocorrido: Drusilla desapareceu, não sendo mais localizada pela amiga em lugar algum.

[...]

Darwin e Rafael surgiram em uma explosão de luz. O garoto estava completamente desnorteado, mas Darwin não o culpava, o primeiro teletransporte era sempre assim. Ela ainda se lembrava de seu primeiro teletransporte, ela havia vomitado por horas... Mas ela havia aprendido a controlar o enjoo desde então.