Humanos

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"Todo mundo pode ser especial"

2017
Ottawa, Canadá

Os imortais são muito reais, embora ninguém acredite na existência deles. Lydia Mary Rosales, repórter investigativa, acredita. Muitos a chamam de louca, outros, pensam que sua pesquisa, eram resultado de sua infância carente de contato e brincadeira, já que seus pais se mudavam demais, a tornando uma adulta infantil. Jovem adulta. Lydia tinha 19 anos.

Ela cursava jornalismo em uma faculdade de Ottawa, sonhando em se tornar tão famosa quanto seus pais. Seu pai, era um importante repórter, de um canal de notícias nacional. Enquanto sua mãe, trabalhava em um programa de auditório da televisão canadense, sendo importante referência para o país como um todo. Eles eram a inspiração da garota, que faria de tudo, para revelar a verdade para as pessoas.

E era exatamente isso que ela estava fazendo agora. Lydia havia ouvido sobre uma escola destruída, no dia anterior. Algumas pessoas relatavam ter escutado um grito, durante o terremoto, que devastou apenas a escola... Lydia provaria que ela ela estava certa, a qualquer custo. Ela provaria que a destruição havia sido causada por um imortal, não importava o quão louca pensassem que ela fosse.

Uma faixa da polícia cobria a escola, enquanto alguns policiais afastavam o povo que tentava entrar. Estavam procurando por algum sobrevivente nos entulhos, até agora, sem sucesso. Lydia precisava entrar de algum modo. Ela precisava provar que não era doida!

A garota anda lentamente na direção da entrada, passando por baixo da faixa. Os policiais não a viram de cara, o que facilitou que se aventurasse mais afundo... Mas é claro que isso não durou muito tempo. Ela já estava na metade do caminho quando foi agarrada pela cintura, sendo puxada para fora com força, assustando a garota.

—AHHHH— Gritou Lydia, se debatendo— Me solta, tarado, tarado, eu conheço meus direitos! Eu sou repórter investigativa, me solta, me solta!

O policial ignorou os protestos de Lydia, a afastando enquanto ela tentava se agarrar na faixa, sendo puxada até que a faixa fosse arrebentada. Os policiais olhavam feio para ela, enquanto a garota gritava sobre possuir referências. Ela não parava de falar sobre como era jornalista e precisava ser respeitada, mas ninguém parecia dar a devida atenção a ela. A garota apenas bufou, se afastando enquanto reclamava sobre sua profissão não ser tão respeitada quanto um dia foi.

Enquanto isso, uma mulher se aproximava do local, com mais descrição do que Lydia. Ela vestia um turbante verde na cabeça e óculos escuros, maiores do que o próprio rosto. Ela estava bem maquiada, a boca pintada com um batom vermelho, chamativo, enquanto vestia um vestido negro. Sua pele era amarronzada, como um bloco de chocolate. Ela era muito bonita... e extremamente familiar.

A mulher foi em direção a um dos policiais, conversando com ele de um jeito charmoso. Ela parecia destacada em meio a multidão, com um brilho estranho. Lydia tinha certeza que já a havia visto antes... Mas precisava se lembrar exatamente de onde. Talvez fosse uma das jornalistas de seu pai. Ou trabalhasse com a sua mãe.

Lydia então abriu a própria bolsa, com um caderninho com suas pesquisas sobre os imortais. A repórter não sabia se a mulher se tratava mesmo de uma imortal... Ou se era apenas uma humana, mas não custava dar uma olhada em seu caderno. Afinal, a mulher parecia ocupada e a conversa tinha cara de ser longa.

O "livro" de Lydia, era um caderno de couro negro, manchado de café e com cheiro de páginas velhas. Ela havia acumulado nele, tudo o que sabia sobre as 6 famílias imortais. Ela só precisava ser as pinturas que possuía deles, ao longo dos séculos, para ter certeza.

Lydia não tinha registro sobre qual era a família mais antiga, mas sabia que estava as D'Celestius e as Branford. Ambas as famílias vinham de mais de 2000 anos atrás, sendo compostas apenas por garotas, embora, registro raros dissessem algo sobre Charles Branford, o primeiro imortal masculino... Mas Lydia nunca acreditou em sua existência. Mesmo para pesquisas sobre os imortais, que precisaram ser investigadas a fundo, Charles Branford parecia distoar.

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