Branford

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"É na forja que nascem os melhores guerreiros"

2017
Londres, Inglaterra

Drusilla Branford estava livre, havia sido solta de sua prisão e tortura. Mas ela ainda se sentia presa. Ela se sentia presa a sua própria imortalidade.  Ela não podia levar uma vida normal, também não podia envelhecer ao lado de alguém... E não importava o quão triste ela estava, nunca poderia morrer, e ela sabia bem disso, pois havia tentado de tudo.

Alice Woodville a arrastava para longe do campo de tortura enquanto ela se debatia, fazendo de tudo para tentar voltar. Por mais que fosse belo, o gesto de Alice, ela não queria ter saído do lugar sem poder se vingar dos Taylor, sem fazer com que eles pagassem pelas vidas que  tiraram.

Algumas pessoas consideram a imortalidade uma benção, aqueles que são realmente imortais, sabem que isso... É a verdadeira​ maldição. Drusilla é um ótimo exemplo disso, desde que descobriu ser uma Branford, abdicou a família, as vezes conversava com Darwin... Mas ela sempre se isolou. Ela queria ser normal, perdera décadas​ assistindo o crescimento de humanos, os via se tornarem mães e pais, a família que só crescia, e então morrerem deixando seu legado.

Ela também queria viver o que eles viviam... Mas ela era imortal, e nunca conseguia se aproximar de alguém. Era tímida, solitária, já tentara suicídio mais de uma vez.

Certa vez, ela teve uma família.

Havia se casado, e estava grávida de seu terceiro filho... Isso aconteceu cerca de 50 anos atrás. Não era uma Branford, não era ninguém. Quando a caçada começou, não tinha onde ou como proteger sua família sem usar de seus dons.

Matthew Taylor arrombou a porta da casa, e em instantes havia uma lâmina contra seu pescoço, flutuando.

Mais a frente, Drusilla estava com a mão esticada na direção dele, e sorriu.

—Meus filhos não.

Ela murmurou, e a lâmina caiu, para que a terra o engolisse, não muito fundo. Ela se virou para os dois meninos e a mais nova entre eles. Edward, Jaune e Sunny.

Quando a mão de Matthew se moveu para fora da terra, Dru e seus filhos não estavam mais na casa. Mas seu marido, Luke... Que chegou tarde do trabalho, apareceu, quando o Taylor tirava pó das roupas... Ele matou Luke, arrancou seu coração e desenhou nas paredes com seu sangue.

Drusilla então deu os filhos para adoção, para proteger as crianças, enquanto se escondia com os Woodville. Só assim ela estaria segura, só assim ela estaria segura.

— Drusilla, por que não usou seus dons para escapar? Por que não usou seus poderes?— Perguntou Alice

— E-eu não consegui!— gritou Drusilla, enquanto uma lágrima escorria por seus olhos— Eu não consegui usar meus poderes de novo! Eu jurei para mim mesma, que apenas forjaria armas para o resto da vida... E é o que farei.

Alice coloca a mão sobre a cabeça, decepcionada. Ela sempre protegeu Drusilla como podia, mas isso estava se tornando cada vez mais difícil. A amiga ainda tinha pesadelos, mesmo depois de todos aqueles anos.

—Drusilla, vamos para casa. Juro que vai ter a sua vingança, mas precisamos reunir toda a família— Disse Alice.

[...]

Gabriella Branford foi a responsável de cuidar do casal apaixonado. Só a ideia disso, a enojava, mas ela sabia que ela a melhor guarda das Branford. Se estivesse preparada para o ataque, ninguém poderia impedir a garota de fazer absolutamente nada. E ela estava naquele momento, nada a distrairia de sua missão. Absolutamente nada. E era hora de provar isso.

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