Imortais

Beauchamp

"Liberdade é o nosso lema, liberdade é a nossa vida, liberdade é a nossa conquista"

2017
Nova Orleans, Estados Unidos

Aretha sempre teve sede de vingança. Ela nunca perdoaria os Taylor por terem pego suas irmãs de imortalidade. Agora, suas irmãs estavam em perigo, tendo apenas ela e Vênus como resgate... Mas as duas nem sequer sabiam onde estava a base dos Taylor. E era esse o seu maior desafio, descobrir onde estavam localizados... Mas isso exigia uma coisa: Aliados. E isso, Aretha sabia muito com como conseguir.

Apenas uma família encarava os poderes dos imortais como elas: como magia. E essa família era das D'Celestius. Não que Aretha gostasse de pedir ajuda. Na verdade, a simples ideia de ir atrás das bruxas do pântano lhe dava náuseas. Entretanto, seu amor pela família falava mais alto.

Aretha estava parada diante a casa do pântano das D'Celestius. Ela mascava chicletes de goma, fazendo pequenas bolhas. Ela estava ansiosa e não sabia se deveria entrar. E se as D'Celestius estivessem todas capturadas? Aquela era uma das poucas chances que ela tinha de salvar a família. Por muitos minutos, ela apenas encarou a parede de madeira, antes de começar a andar pelo quintal.

Foi só então que uma linda garota passou diante de seus olhos. Ariadne era ao mesmo tempo linda e macabra. Seus cabelos negros corriam em cascatas pelas costas, combinando com os olhos escuros. Ela não era muito alta, mas sua figura imponente fazia com que ninguém notasse isso. Ela usava roupas negras esvoaçantes, que chamavam atenção de quem olhava.

Suas mãos estavam ensanguentadas... Mas como imortais não podiam se ferir, Aretha presumiu que fosse o sangue de outra pessoa. A garota então parou em uma das paredes do quintal, analisando a mesma com cuidado. Isso só deixou Aretha ainda mais curiosa, a fazendo se aproximar para entender o que ela fazia.

A garota iniciou um cântico, enquanto tocava as paredes. Algumas velas estavam dispostas envolta dela, dando um ar mais sombrio ao que ela estava estava fazendo. Aretha sentiu arrepios, enquanto tentava analisar o que estava escrito... Mas quando chegou mais perto, se arrependeu.

Ao longo de sua vida imortal, havia visto muitas pessoas e coisas morrerem. Tantas vezes, que havia perdido o apreço pela vida humana... mas com animais, era diferente. Um pato estava jogado no chão, com a cabeça arrancada, enquanto a letra T estava escrita na parede, com o sangue do animal.

—Mas que nojo Ariadne— diz Aretha, saindo de seu esconderijo— Pensei que o seu dom fosse controlar os animais...

[...]

Vênus estava cansada. Primeiro, a repórter a havia seguido até seu quarto, precisando ser salva pela mesma. Depois, dois imortais surgiram e Vênus precisou se teletransportar novamente, arrastando todos aqueles imortais com ela. Aquilo era uma tarefa difícil, já que ela não estava acostumada a saltar com tantas pessoas de uma vez.

Quando o teletransporte foi finalizado, todos os quatro surgiram em meio a uma praça, que, embora se localizasse no Canadá, estava longe do local de onde haviam fugido. Agora, estavam jogados, um sobre o outro, arfando. Tudo o que eles mais queriam era ir embora e se separar de uma vez.

—Eu abalei— Diz Vênus, mexendo a cabeça, fazendo com que seus brincos de agola sacudissem.

—Abalou? Você ao menos sabe onde estamos, sua louca?— Gritou Alice Woodville.

Arthur segurou sua irmã dessa vez, impedido que ela voasse para cima de Vênus. Alice estava furiosa, todos os três naquele lugar haviam frustrado seu plano para salvar Drusilla. Agora, ela estava muito distante de Abel Taylor. Não havia nada que ela pudesse fazer para chegar até ele rapidamente.