CAPÍTULO 22 - UM ANJINHO SAFADO

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DEBORAH

A aula de música foi tranquila. Nada que não soubesse. O que provocou alegria na turma foi o festival de talentos dali a algumas semanas. Já pensávamos em algo. Seria legal. Saímos do prédio combinando o que faríamos quando senti algo chocar-se contra meu peito. Senti como se uma bola de papel me atingisse. Quando olhei aos meus pés vi uma bola de basebol. Percebendo que todos estavam apavorados me deixei cair fechando os olhos como se tivesse realmente me atingido. Senti mãos me amparando.
- Você está bem? - uma voz perguntou.
Abri os olhos e tive uma visão esplêndida. Parecia que um anjo falava comigo. Os suaves cachos eram loiros e curtos. Estavam grudados na testa devido ao suor. Os olhos azuis se assemelhavam com os de Isaac. Fiquei admirando seu belo rosto.

Philipe

- Debbie responde

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- Debbie responde... - Sophie me tirou de minha contemplação com seu escândalo - Você está conseguindo respirar? - pediu aflita. Coitada!
- Sim. Eu estou bem. - levantei e todos se espantaram - Claro, que um pouco dolorida. - disfarcei, pois não sentia nada.
- Idiota! - falou ela dando um tapa no anjinho - Queria matar minha amiga logo no seu primeiro dia na aula? O que estava pensando? Arremessar uma bola assim no pátio... - ela brigava com o garoto que permanecia com os olhos baixos. Resolvi intervir.
- Ei... Já passou. Eu estou bem óh... - falei esticando os braços o mais alto que pude.
- Tudo bem. Minha irmã tem razão. - Irmã? - Eu não deveria estar jogando no pátio. Você poderia ter se machucado seriamente. Sinto muito. - falou arrependido.
- Tudo bem, sério. Eu me chamo Deborah. Debbie somente. - falei esticando a mão para cumprimentá-lo.
Então ele era o irmão gêmeo que Sophie falou? Agora entendo o que ela quis dizer com "morre de amores pelo meu irmão".
- Philipe. Irmão de Sophie. Pode me chamar de Phil. - pegou minha mão beijando-a. Estremeci de leve. Que encanto!
Chegamos ao refeitório e me lembrei de Caleb. Onde ele andava? Procurei-o com o olhar e não encontrei.
- Senta com a gente Debbie. - falou Sophie - O que está fazendo aí parada? - perguntou.
- Estou procurando o Caleb. - respondi.
- O grandão? - perguntou Philipe. Já estava virando mania chamarem Caleb de grandão. Também convenhamos. O menino era enorme. - Não se preocupe. Se ele aparecer fica difícil não notar. - falou piscando e me puxando para sentar. Eu ri.
OMG! Além de lindo ele era engraçado. Sentei-me entre ele e Sophie. Todos estavam curiosos para saber sobre a garota francesa cujos pais eram americanos. Contei o possível sobre minha família e as garotas obviamente queriam saber de Caleb. Contei o que sabia e uma pergunta me intrigou. Será que Caleb nunca teve namorada? Percebi que nunca havia o visto com alguém do sexo feminino além de mim. É claro que eu não sabia da vida dele em Seattle, mas era no mínimo estranho. Um rapaz tão bonito como ele sempre sozinho.
- Vocês não são mesmo namorados? - Sophie insistiu. Ia responder novamente quando senti mãos quentes em meus ombros.
- Somos apenas amigos. - Caleb respondeu fazendo com que Sophie ficasse ruborizada. Tadinha! Tentei salvar minha amiga desviando a atenção.
- Onde você andava Caleb Isaiah Clearwater? - perguntei tentando sem sucesso parecer brava - Te procurei por tudo... - falei.
- Acho que não procurou tão bem senão teria me encontrado. - respondeu mal humorado.
Nossa! O que será que aconteceu com ele? Perguntaria mais tarde.
- Bom... Já que está aqui, vou te apresentar meus novos amigos. Essa é Sophie Stevens. Fazemos aula de música juntas. - apresentei. Ele a cumprimentou sério e percebi que ela ficou desapontada. Outra coisa que teria que falar com ele depois. - E esse é seu irmão Philipe... - falei.
- Ah... O esperto que te acertou uma bolada? - falou com raiva.
- Ei cara... Já disse que foi mal. Ela nem se machucou... - falou Philipe se defendendo.
- NEM SE MACHUCOU? VOCÊ É CEGO OU OS FIOS LOIROS DO SEU CABELO AFETARAM SEUS NEURÔNIOS? ELA PODERIA ESTAR NO HOSPITAL A UMA HORA DESSAS E VOCÊ DIZ: "ELA NEM SE MACHUCOU"? - gritou ele assustando todo mundo.
Seus olhos brilharam de um modo que me assustou. Nunca tinha visto aquilo antes. Caleb tremia e sua pele estava fervendo. Nunca havia visto ele assim antes. Ele parecia que ia matar o garoto. Com medo peguei com força sua cabeça, o que foi difícil devido à altura, e fiz ele me olhar nos olhos.
- Pare com isso agora mesmo! Vamos embora agora! - comandei como mamãe fazia e ele não teve escolha. Marchou para fora pisando firme.
- O que houve com ele? - Sophie perguntou preocupada.
- Ele está com uns problemas pessoais. - respondi. Não deixava de ser verdade - Vou acompanhá-lo. Será que você pode explicar para a diretora que ele passou mal? Depois tio Jazz liga para ela. - pedi.
- Posso sim. - ela respondeu.
- Desculpe me intrometer, visto que o causador de tudo fui eu e minha bola estúpida, nas não é perigoso você sair com ele nesse estado? - perguntou Philipe temeroso. Que fofo! Ele estava preocupado comigo!
- Está tudo bem, não se preocupe. Nos conhecemos há muito tempo. Caleb é da família. - falei e ele assentiu.
Saí para o estacionamento onde Caleb estava com olhos fechados e punhos cerrados. Depois de passar esse surto ele teria muitas explicações a me dar.

CALEB

Eu não queria me separar de Debbie. No intuito de me acalmar ela me deu um beijo no rosto. Aquele beijo estremeceu meu coração. Poderia ficar ali para sempre, mas ela me lembrou que eu tinha que rir até a aula de marcenaria. Porque não escolhi música? Ah... Será que é porque eu não tinha talento, tipo, nenhum? Agora era tarde. Fui contrariado para a aula. A aula transcorreu normalmente. Fiz até um amigo Sebastian Reyes. Era um cara bacana.

Sebastian

Me contou da escola e dos grupos

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Me contou da escola e dos grupos. Falou que Deborah e eu éramos as sensações do momento. Que havíamos "passado pra trás" os gêmeos Stevens. Falou que o garoto era legal, mas que todas as garotas caiam em cima dele. Da menina falou um monte. Estava todo derretido. Não quis me intrometer, mas parecia que ele gostava muito dela. Se é que me entendem. Saí e não encontrei Debbie, porém alguns comentários me incomodaram. Falavam sobre a tal Black que foi derrubada por uma bolada do Stevens. Comentavam que a "tal garota", no caso Deborah era incrível. Que mesmo "abatida" levantou e ainda confortou quem a acertou. Ainda especulavam se ela cairia nas garras dele e que ele era um sortudo. Aquilo me irritou. Quem eles pensam que Deborah era? Entrei no refeitório nervoso e logo risadas me atraíram. Como era de se esperar, Debbie estava sentada com o gruo mais popular da escola. Discrição não era mesmo seu nome. Me aproximei quando vi o cidadão, que julguei ser pela sua lourísse, sentado colado a ela. Do outro lado tinha uma garota loira que imaginei ser a irmã. Ouvi quando perguntava se nós éramos namorados. Como queria dizer que sim, mas não poderia mentir. Então coloquei minhas mãos nos ombros de Debbie e respondi me intrometendo na conversa.
- Somos apenas amigos. - a garota corou instantaneamente. Deborah se virou e me perguntou zombando.
- Onde você andava Caleb Isaiah Clearwater? Te procurei por tudo... - falou.
- Acho que não procurou tão bem senão teria me encontrado. - respondi grosseiro. O que estava acontecendo comigo? Nunca a tratei assim...
- Bom... Já que está aqui, vou te apresentar meus novos amigos. Essa é Sophie Stevens. Fazemos aula de música juntas. - ela desviou o assunto me apresentando a moça. Cumprimentei-a sem sorrir - E esse é seu irmão Philipe... - falou. Ah... Esse era o idiota então? Mas se ele está pensando em se dar bem com Debbie, ele estava redondamente enganado.
- Ah... O esperto que te acertou uma bolada? - falei com raiva.
- Ei cara... Já disse que foi mal. Ela nem se machucou... - falou o indivíduo.
- NEM SE MACHUCOU? VOCÊ É CEGO OU OS FIOS LOIROS DO SEU CABELO AFETARAM SEUS NEURÔNIOS? ELA PODERIA ESTAR NO HOSPITAL À UMA HORA DESSAS E VOCÊ DIZ: "ELA NEM SE MACHUCOU"? - gritei descontrolado. Comecei a tremer de raiva. Sentia um calor tomando meu corpo. Deborah segurou fortemente meu rosto e me forçou a encará-la.
- Pare com isso agora mesmo! Vamos embora agora! - comandou não me dando alternativa. Sai enraivecido em direção ao carro. Não conseguia parar de tremer. O que estava havendo comigo. Tentei me acalmar, mas não dava. O calor era insuportável. Fiquei esperando ao lado do carro quando Deborah apareceu.
- Me dá a chave! - falou brava.
- Não! Você não pode dirigir! - falei firme.
- Você acha que eu te deixaria dirigir meu presente novinho nesse estado? - perguntou.
- Mas Debbie você não... - tentei.
- Não me faça te ordenar... - ameaçou.
- Não! - falei teimoso. Ela suspirou.
- Caleb... Seja sensato você sabe que dirijo bem. Você não está em condições de dirigir. Olhe seu estado! - apontou meu punho cerrado tremendo - Seria imprudente, tanto da minha como da tua parte. - falou e som um suspiro de rendição lhe joguei a chave.
- Vamos logo... - falei e entramos no carro.
- Caleb, o que aconteceu? Porque tratou tão mal meus amigos? Eles são tão legais... - ela falou.
- Eu não sei Debbie. - respondi.
- Coitado do Philipe. Ele ficou preocupado de eu sair sozinha com você... - falou.
- Preocupado? Aquele... - o calor foi subindo, subindo... - Pare o carro agora Deborah! - gritei e ela parou. Saí correndo. O que estava acontecendo comigo?

CONTINUA...

New ties of dawn - Part IOnde histórias criam vida. Descubra agora