CAPÍTULO 39 - RETORNO A FORKS

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DEBORAH

"Estava só, e em pânico. Como ele pode me deixar assim? Depois de tudo o que falamos um ao outro. Depois de tudo o que juramos. Como ele podia? Senti uma onda de calor sair de meu corpo. O barulho do vento cortava meu rosto. Não me importei. Essa onda aos poucos foi impedindo a passagem do vento. Agia como se fosse uma bolha, bloqueando tudo ao meu redor. Eu na conseguia entender a atitude de Caleb. Estávamos tão bem juntos. Porque ele tinha que me deixar? Eu o amava, mas aquilo sairia de meu coração. Nem que fosse necessário arrancá-lo. Algo tentava penetrar em minha bolha, mas cada vez que o fazia, ela puxava para si e crescia. Depois de algum tempo fui me sentindo fraca. A resistência foi diminuindo. Foi aí que tudo mudou. Eu estava em um lindo jardim de tulipas. Tinha de todas as cores. Juntas formavam ornamentos como se fosse um tapete na grama. A visão me preencheu. Fui me sentindo mais calma e minha bolha diminuindo. A calma foi dando espaço a um cansaço. Fui me deixando levar pela inconsciência. Senti-me cair levemente sendo amparada por braços fortes. Era um cheiro conhecido. Adorava aquele cheiro. Estava bom que eu não queria sair dali nunca."

***

Eu passeava por aquele jardim inebriada pelo seu perfume e suas mil cores. Ao longe vi uma cachoeira maravilhosa. Era constituída de várias cascatas que caíam em uma fenda para posteriormente descer em um único ramo. Era tão alta, que as correntes pareciam camadas de tule. Fiquei parada em frente aquele espetáculo da natureza. Era tão lindo! De repente um cheiro diferente me alcançou. Era um cheiro de orvalho e almíscar. O cheiro era magnífico. Deixei-me levar por aquela fragrância incrível. No entanto, outros cheiros me chamaram a atenção. Um deles era amadeirado e o outro adocicado. Essa mescla de odores foi me despertando lentamente. Ao abrir os olhos fitei um par de olhos azuis e outro de grandes "jabuticabas" pretas.

 Ao abrir os olhos fitei um par de olhos azuis e outro de grandes "jabuticabas" pretas

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Demorei um pouco para difundir os rostos a minha frente. Uma voz amável me chamou:
- Debbie... Pode nos ouvir? Está bem querida? – minha mãe perguntou preocupada.
Somente assenti. As palavras não saíam de minha boca.
- Tudo bem meu anjo. Descanse. Vamos cuidar de você. – meu pai falou com os olhos marejados.
Adormeci novamente. Ao despertar novamente, observei somente meu pai ali. Estava dormindo profundamente numa cadeira. Eu queria levantar, mas não queria acordá-lo. Ele parecia muito cansado. Então chamei minha mãe mentalmente.
- Mãe... Estou acordada. Pode vir aqui em silêncio? Papai está dormindo e não quero acordá-lo. – falei.
Em poucos segundos ela se encontrava em minha frente.
- Oi... – ela "falou" sorridente entrando silenciosa no quarto.
- Oi... Quero me trocar, mas pode ser em outro quarto? – pedi olhando papai.
- Ok. – falou e nós saímos.
Tomei um banho demorado. Aos poucos as memórias daquele dia foram voltando. Sentia como se tivesse um buraco em meu peito. Coloquei o moletom e o tênis Nike que a tia All me deixou e voltei ao meu quarto. Quando cheguei meu pai não estava mais lá. Virei-me para procurá-lo e escutei sua voz.
- Pretendia fugir de mim mocinha? – perguntou amoroso.
- Pai... – tentei falar, mas não consegui.
As lágrimas jorraram como uma corrente avassaladora. Papai me abraçou e me levou para o quarto. Não sei por quanto tempo choramos em silêncio.
- Tudo bem meu amor... Eu estou aqui agora. – falou carinhoso – Sua mãe e eu não vamos te deixar mais. – falou.
Depois de um tempo minha mãe entrou me abraçando.
- Quanto tempo eu dormi? – perguntei.
- Dezesseis dias. – minha mãe respondeu.
- Tudo isso? – perguntei sem compreender.
- Parece que você teve um desgaste emocional muito forte. Seu corpo se reclusou como se fosse um casulo para proteger sua mente. – meu pai respondeu.
- Mas eu acordei antes. – eu lembrava isso.
- Sim. No décimo dia, mas tio Jazz colocou você para dormir novamente. Não achamos prudente você acordar naquele momento. Parecia muito cansada. – papai continuou – E quando você já aparentava mais tranqüilidade tiramos "seu remédio". – falou rindo.
Sorri um pouco. No entanto o sorriso não chegou aos meus olhos.
- O que eu fiz? – perguntei e eles me olharam preocupados.
- Não se preocupe com isso meu bem. – minha mãe falou.
- Sim. Amanhã, nós vamos para Forks e você vem junto. – papai falou – Tudo bem para você? - perguntou.
- Tanto faz. – respondi desanimada.
- Ok. – falou.
E assim aconteceu. Minhas coisas já estavam prontas. Despedi-me de Sophie e Philipe com muita dor. De certo modo, eles me lembravam "dele". Leah e Embry ficaram e eu não os culpo, afinal se Ca... "Ele" estivesse aqui eu também ficaria.
Antes de viajar até tentei ir há alguns lugares, mas tudo me lembrava do meu passado. No entanto, não tenho motivos para ficar em Reykjavík. Queria esquecer que a Islândia existia!

New ties of dawn - Part IOnde histórias criam vida. Descubra agora