CAPÍTULO 32 - PORQUE EU TE AMO

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CALEB

O mês passou voando. Mal vi Debbie nesse tempo, uma vez que eu não poria aparecer para o pessoal da "famosa banda". Os recém chegados me acompanharam pelo mesmo motivo.
Foi um mês difícil. O pior foi saber do tal imprint. Pelo que me falaram acho que não tive ainda. Mas e como fica o que sinto por Deborah? Onde se encaixa? A resposta eu não sabia. Só sabia que tinha de estar com ela. Ela tinha que saber do meu amor. Por isso tomei uma decisão. Arrumei tudo com precisão. Seria tudo ou nada!
Depois que todos saíram para o festival peguei minha moto e fui até o ginásio. Cheguei lá e pude ver sua apresentação. Ela estava divina e feliz. Quando retornaram ao palco e ela tirou a jaqueta, tirou junto me fôlego. Ela era perfeita. Percebi um par de braços avantajados se cruzando à minha frente.
- O que você faz aqui? - Jake perguntou acompanhado de Nessie.
Já tínhamos ficado mais íntimos.
- Me desculpe. Eu tinha que vir, mas não vou entrar. Ela treinou tanto que eu queria conferir com meus próprios olhos. - falei rapidamente.
- Sei... sei... - disse e quando achei que ia me expulsar, Nessie me salvou.
- Tudo bem querido, mas terá que esperá-la aqui fora. Não queremos correr nenhum risco. - assenti.
Vi quando ela chegou e quando Jake os convidou para dançar. Era minha chance. Segurei seu ombro e ela parou sussurrando meu nome:
- Caleb... - ficou parada me olhando.
A puxei comigo, mas ela parou um instante.
- O que foi? - perguntei em dúvida.
Será que ela não queria sair dali?
- Avisei minha mãe mentalmente que estava com você. Aonde vamos? - perguntou com um brilho diferente nos olhos.
Apontei a moto. Subimos e a levei na clareira que estava iluminada pela luz da lua. A levei para perto de uma árvore onde tinha uma manta e algumas almofadas.
- Aguarde aqui. - pedi e pacientemente acendi as velas que estavam em copos no chão.
Os copos formavam o desenho de uma casa. Ela se surpreendeu.
- Que lindo! - falou - O que significa? - perguntou.
- A casa que um dia eu construirei. Por enquanto é só para nos iluminar. -
Era muito cedo, mas eu queria poder dizer que era a casa que queria construir com o amor da minha vida. Ou seja... Deborah. Mas não queria assustá-la. Sentei-me encostado na árvore puxando-a junto.
- Adorei. Por que demorou tanto para me roubar? - brincou.
- Não queria atrapalhar. - falei sinceramente.
- Atrapalhar? Só não foi mais perfeito o show porque não havia te visto ainda. Agora sim está completo. - falou se recostando em mim.
A abracei sentindo seu cheiro. Como pude agüentar ficar tanto tempo longe?
- Está perfeito. Senti falta de fazer isso. Ficar só nos dois vendo as estrelas. - e ela não sabia quanto.
- Eu também. Posso te fazer uma pergunta pessoal Caleb? - perguntou com um olhar travesso.
- Faça. - respondi mesmo sabendoque iria me arrepender.
- Você tem namorada? - essa me pegou desprevenido.
- Não. - respondi abreviando o assunto.
- Não por quê? Não achou a certa ainda? - perguntou curiosa.
- É complicado Debbie. Prefiro mudar de assunto. - espero que ela não insista.
- Ok. Como foi seu mês? Posso perguntar isso né? Por que o pouco que nos víamos só falávamos de mim. - falou.
- Não foi tão ruim. Seu pai me ensinou bastante coisa. - era verdade - E você? - eu não acredito que eu estou perguntando isso, mas como o masoquista que eu era precisava saber - e seu romance com Philipe? - perguntei temendo a resposta.
- Romance? Não temos nada. - ela não sabia o quanto aliviava meu coração.
- Mas ele gosta de você. - retruquei.
- Assim como você. - respondeu. Era verdade, mas acho que ela não compreendia a dimensão de tais palavras.
- Sim mas... - continuei, porém ela me interrompeu.
- Eu não entendo vocês homens... Dizem que querem a garota mas não correm atrás. Philipe não me deu um beijinho sequer nesse mês inteiro. Nem uns "pegas" como diz Will. E olhe que oportunidade não faltou. - declarou olhando o nada e me ignorando. O QUÊ? E ela esperava que ele a beijasse?
- E ele não o fez por quê? Já que você estava tão oferecida... - falei com raiva.
- Oferecida? - parece que retornou do seu mundo particular - Escute aqui seu Caleb Isaiah Clearwater... Quem você pensa que eu sou? Eu fico com quem quiser! Você não é meu pai para ficar me repreendendo!
- Então o que você está fazendo aqui comigo? Porque não está lá com seu amor? Pode ir lá? Você está livre para ele te dar uns pegas! - quase gritei.
- Talvez eu devesse ir mesmo. Teria mais ação que aqui pelo menos. - falou saindo irritada. Só então me toquei. O que eu estava fazendo? Iria permitir que a garota que amo fosse atrás de outro? Acorda Caleb! A segurei firme - Me solta! - ela falou, mas não foi um comando.
A puxei com mais força fazendo com que se chocasse contra o meu peito.
- Eu não posso permitir que vá. - falei em seu ouvido.
- Por quê? - perguntou de olhos fechados.
- Porque eu te amo! - falei e ela suspirou se virando.
- Eu também te amo. Mas eu não espero esse tipo de amor de você. - falou fechando os olhos e eu comemorei internamente.
- E que tipo de amor você espera? - perguntei acariciando seu rosto e me deliciando com o tom rosado de suas bochechas.
- Isso é humilhante Caleb. Se você não corresponde, porque me faz dizer? - falou com a voz trêmula.
- Apenas diga Deborah! - falei mais firme, porém delicadamente.
Eu precisava ouvir de sua boca para ver que não estava sonhando.
- Eu te amo tá bom? Esse mês Philipe me fez perceber isso. - a encarei incrédulo. Como assim? - Éee... O mesmo Philipe dos amassos que você falou anteriormente, me fez perceber que eu amo você como homem e não mais como amigo. Eu só peço que você poupe meus sentimentos e esqueça o que eu disse. Pode voltar para sua amada agora. Eu só precisava me abrir. - eu estava pasmo.
Está certo que queria ouvir isso, mas ainda assim parecia surreal. Ela interpretou minha surpresa de forma negativa e estava saindo. Não podia deixá-la fazer isso. A segurei novamente. Podia ouvir seu coração acelerar. Então falei ao seu ouvido:
- Eu também te amo sua bobinha. Há muito tempo atrás descobri que meus sentimentos por você mudaram. Eu te amo como minha namorada... - falei e sem poder me conter mais a puxei seus lábios que colidiram com os meus.
Dei um selinho demorado saboreando aqueles maravilhosos lábios. Sua pele estava quase tão quente quanto a minha. Afaguei seus cabelos com carinho. Deborah me surpreendeu. Delicadamente passou sua língua devagar pelos meus lábios me preenchendo com seu sabor. Estremeci. Aquilo despertou outros instintos em mim. Ela separou seus lábios permitindo que minha língua penetrasse ali. Era cheio de mistério, paixão. Era mais do que eu esperava. Tentei me controlar para beijá-la o mais docemente possível, mas Debbie é imprevisível. Puxou-me mais para perto de si e aprofundou o beijo. Aquilo era alucinante. Separei-nos a contragosto. Estávamos ofegantes. Tinha que me controlar. Deborah não tinha noção do efeito que causava em mim.
- Você me ama mesmo? - pediu ela ofegante e me olhando séria.
- E você duvida? - perguntei a abraçando e a puxando para sentar.
- É que sofri tanto esse último mês. Philipe não parava de me lembrar de você. - falou. Esse cara me surpreendeu!
- Lembre-me de agradecê-lo. - pedi.
- E você deve mesmo. - falou e pareceu se perder em pensamentos novamente.
- Mas porque você sofreu? - ela suspirou.
Me mostrou cenas de uma conversa em que Philipe dizia que ela gostava de mim e ela chorava dizendo que não era possível e que eu não sentia a mesma coisa. A olhei e ela estava com os olhos fechados. Parecia sofrer.
- É isso. - disse.
- Mas porque você não falou comigo? - perguntei tentando entender.
- E ia dizer o que? Caleb... Estou gostando de você mas se você não sente o mesmo continue me ignorando? - falou ironicamente.
Eu nunca a ignorei.
- Eu nunca te ignorei. - falei.
- Como não? Sempre que surgiam os comentários sobre sermos namorados você desviava o assunto. Você nem me notava Caleb. - falou.
- O que você queria que eu fizesse? Nós não éramos namorados mesmo! - falei o óbvio.
- Eu sei. - falou de cabeça baixa.
- Deborah Cullen Black... - fiz com que olhasse em meus olhos - Precisamos esclarecer uma coisa. Desde que te conheci senti que você era especial. Quando você cresceu, foi inevitável não te notar. Ainda mais quando você ia a oficina. - ela me olhava atenta - Você tem noção do que é ficar com um monte de marmanjos dizendo o quanto sua garota é linda. E para não falar mais coisas que pouparei os seus lindos ouvidinhos. - ela não tinha noção mesmo de como os homens podem ser pervertidos.
- Sua garota? - perguntou com um sorriso.
- Pelo menos era o que eu esperava. - confessei sem graça. Ela disfarçou o riso e olhou o celular.
- O que vamos fazer agora? - perguntou - Temos que ir.
- Não sei. O que quer fazer? - deixei a escolha por conta dela.
- Ficar com você. - declarou e meu coração se encheu de alegria.
- Eu também. É o que mais quero. - pausei. Não acredito que iria dizer isso! - Mas temos que ter cuidado. Apesar de seu corpo - a olhei e ela corou - ser de uma mulher adulta e a inteligência também, para sua família você ainda é uma criança. - pontuei.
- Eu não concordo. - fez um bico e eu sorri.
- Eu sei, mas vamos com calma tá? - pedi levantando seu rosto.
- Se não tem jeito... - falou - Mas quero uma coisa sua antes de irmos. - falou.
- O que desejar senhorita... - falei fazendo uma reverência.
Ela se virou de frente para mim sorrindo e me empurrou nas almofadas ficando em cima de mim. O que a minha maluquinha estava aprontando agora?
- Quero aproveitar um pouquinho mais. - falou. Decifida, desabotoou minha camisa, uma vez que a jaqueta já havia tirado fazia tempo. Embora estivesse ficando perigoso, me deixei levar para ver o que ela faria. Ela tirou a camisa e subiu os dedos pelo meu abdômen até segurar em meu peito apertando. Parecia querer descobri algo. Estremeci de leve. Subiu as mãos e me beijou docemente. Desviou de meus lábios e foi ao meu pescoço. Aquilo já era covardia.
- É melhor você parar... - falei com dificuldade.
- E se eu não quiser? - perguntou atrevida.
- Menina... Não me tente. - avisei.
- Então eu sou uma tentação? - perguntou sorrindo.
- Você não sabe o quanto... - sussurrei em seu ouvido.
Num movimento único a puxei para baixo de mim e beijei seus lábios com voracidade. Eu não queria sair dali, mas tive que nos separar antes que fosse tarde
- Caleb... - sussurrou.
- Vamos agora! - falei dando um último beijo nela e a levantando comigo.
Ela riu vendo a velocidade com que vesti minha camisa rapidamente. A levei para casa e eles ainda não tinham chegado. Ainda que não quisesse ir embora, eu não me permitiria ficar sozinho com ela. Não estava em condições disso.
- Está entregue senhorita. - falei beijando sua mão.
- Obrigada pela noite maravilhosa. - falou sorrindo
- Eu é que agradeço. - respondi cavalheiro, mas era a mais pura das verdades. Dei um abraço carinhoso nela que sussurrou ao meu ouvido:
- Eu te amo. - me apertou mais.
- Eu também. - respondi.
E como amava aquela garota! Inevitavelmente nos beijamos. Não conseguia desgrudar de Debbie.
- Você tem que ir agora. - falou entre beijos.
- É eu tenho. - falei sem a soltar.
- É... Você tem mesmo que ir agora. - Debbie riu.
Nos despedimos e observei ela entrar. Eu estava nas nuvens. Deborah me amava!

New ties of dawn - Part IOnde histórias criam vida. Descubra agora