O Despertar da Caçadora

17 - Traição?!

Narrador

A noite está tão escura, tão palpável a olhos fáceis de serem enganados, que ninguém suspeitaria ao ver dois jovens saindo do meio da mata, em uma rodovia deserta. Quem os vissem, acreditariam que é apenas um jovem ruivo a carregar sua sonolenta namorada em seus braços. Jamais passaria por suas cabeças que se trata de um Caçador exemplar carregando uma refém, também Caçadora.

James coloca Violet no banco do passageiro de sua luxuosa Ferrari, que está estacionada atrás de um belo Camaro de modelo antigo. James Cather sempre foi de esbanjar sua fortuna. Ele gosta de esfregar na cara da sociedade que pode e tem. É o típico filinho de papai, rico e metido, o cara que conseguiria sair da balada com qualquer garota, tais essas fúteis e de caráter duvidoso. A verdade é que tais atos, vindo do rapaz que adentra no lado do motorista, significam uma enorme vontade de ser reconhecido, de ser visto, ser notado por alguém. Parece que a "vidinha perfeitinha" de James Cather não é tão perfeita assim.

James dá a partida no automóvel, fazendo com que o mesmo saia do ponto morto e comece a pegar distância do galpão abandonado, ou pelo menos quase abandonado. O silêncio no carro é contrangedor para o ruivo, já que sua acompanhante está inconsciente, dormindo profundamente. Ele teme muito o que possa vir a acontecer de agora em diante consigo, teme pela jovem Caçadora que tanto o ajudou. James se sente horrível pelo que está a fazer, mas não havia o que se feito de diferente a não ser levar o que lhe foi pedido. Para ele, Violet tem muito mais chances de sair viva de um covil de vampiros do que seus amigos, meros mortais. Violet é mortal em todos os sentidos, nada que James conheça é capaz de mata-la, e isto meio que conforta um pouco seu sufocado coração.

[...]

Quinze minutos após deixarem o velho galpão, James estaciona o carro próximo a um muro alto com um único portão. O ruivo desce do automóvel e dá uma avaliada no prateado portão, que aparentemente  parece ser bem firme. Para ele não há duvidas de que é o tal chalé mencionado pela vampira de longos cabelos prateados. E, como se lessem pensamentos, o portão é aberto e duas figuras surgem de trás do mesmo, dois homens possuidores dos mesmos olhos rubros já visto por James antes. Realmente, diante dele está o dito cujo covil vampirico de Liverpool.

Cather dirige-se ao lado do carona e toma Violet em seus braços, fechando a porta do veículo com o pé. Os dois vampiros, encarregados de recepcionar os Caçadores, aproximam-se e avaliam a morena, aparentemente "indefesa". Ambos se olham e acenam positivamente com a cabeça, confirmando que Violet é quem eles esperavam. O vampiro franzino, de traços orientais, segue na frente, fazendo sinal para que James siga-o. Já o outro, o de pele negra e porte físico forte, segue atrás de James e Violet, como uma sombra, um vigia atento a qualquer movimento suspeito vindo dos dois.

Os quatro passam pelo portão cromado, que se fecha após apassagem deles, e caminham pelos jardins. Eles param em frente ao par de portas do enorme chalé, que são aberta automaticamente por duas belas mulheres bem vestidas, revelando um hall lotado de vampiros e um extenso sofá vermelho ao centro. O vampiro asiático gesticula para que Cather disponha a morena no sofá, e ele obedece. Murmúrios são ouvidos de todas as direções, bem como risadinhas debochadas. Palmas estraladas ecoam pelo ambiente, levando o salão a silenciar. James levanta seu olhar para a escadaria a sua frente, de onde descem três figuras.

-Eis o nosso caçador da noite! - o homem ao centro fala.

Se antes James estava se perguntando quem poderia ser o alfa no meio de tanto vampiros, agora não está mais. O único homem, que desce as escadas com passos medidos e acompanhado de duas belas mulheres, é o alfa do covil. A aura que emana dele é completamente diferente da dos outros vampiros, como se ele fosse a propria morte. Atrás dele, Cather reconhece a vampira de longo cabelos platinados, a mesma que o procurou horas atrás. Ao lado dela, encontra-se um jovem aparentemente um pouco mais acanhada. James não sabe por que, mas ele sente que já viu tal jovem em algum lugar.