Capítulo 7 - Take care

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Jungkook sentiu a maior parte dos seus membros adormecidos após a quantidade excessiva de sedativo que os enfermeiros haviam lhe dado naquela manhã, em seguida ao seu surto. Era assim que o médico chamara, surto.

Aquilo só deixou o rapaz mais convencido de que tudo não passava de uma fantasia da sua cabeça, que talvez — só talvez — pudesse estar tentando criar uma espécie de figura que supriria a falta de seu bisavô. Mas para Jungkook, a presença do homem seria insubstituível, fora que ele negava complemente o fato que seu novo possível "amigo invisível" fosse um anjo.

Porém algo, no mais profundo do seu âmago, gritava para que Jungkook simplesmente se deixasse levar. Ele admitia, sentiu-se bem na presença do outro e ele queria mais, sua alma clamava por mais. Porém, o orgulho do jovem rapaz era maior, sempre foi.

Assim que sentiu-se melhor, com muito esforço conseguiu virar seu corpo, deitando-se de lado. Estava mais calmo, contudo, isso não mudava o fato do humano odiar ficar em lugares silenciosos e monótonos — exatamente como o quarto do hospital que estava internado —, pois esse era o ambiente mais propício para que seus pensamentos lhe atormentassem. Queria dormir, mas a voz do anjo chamando seu nome, como se fossem velhos amigos, não saia de sua mente.

O que mais assustava Jungkook é que ele tinha a leve impressão que Jimin realmente não lhe era um estranho.

— Jimin... — sussurrou o nome, seus lábios mal separando-se. — Por que sinto como se já te conhecesse? — o garoto jogou a pergunta no ar, com esperança que o anjo estivesse ali e lhe respondesse. Mas duvidava que voltasse a vê-lo algum dia, já que acabou o mandando embora da forma mais grotesca possível. Sentia-se culpado, mas Jungkook nunca foi bom em lidar com os próprios sentimentos.

Inconscientemente, sua mão caiu ao lado da cama, os dígitos encostaram levemente no prontuário que ficava num compartimento junto à cama.

"— Como sabia meu nome?

— Está escrito ali."

De repente, lembrou-se da cena ocorrida então, com rapidez, segurou o prontuário e o puxou para cima. Enquanto folheava rapidamente, percebeu que havia inúmeras informações sobre o seu caso, mas nenhum dado básico sobre sua identidade além das pequenas letras dispostas na frente do objeto, onde estava escrito somente seu sobrenome.

O som do prontuário caindo e as folhas se espalhando pelo chão se misturaram com o murmúrio de surpresa do garoto. 

A situação, que até aquela manhã parecia ridícula aos olhos de Jungkook, estava tomando proporções maiores do que ele sequer imaginara.


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