E se os anjos caminhassem entre nós, discretos e invisíveis? E se um deles se apaixonasse por um humano? O que você faria se conhecesse a sua outra metade, mas não sentisse o seu beijo e nem o seu toque? Você ainda acreditaria no amor?
Os anjos eram...
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Todo seu corpo doía imensamente. Seu consciente estava acordado, porém seu corpo permanecia inerte. Jimin agora sentia cada dor que seu corpo humano possuía, já que os efeitos da adrenalina do dia anterior haviam passado. O anjo respirou fundo e contou até três, então abriu os olhos.
Suas retinas reclamaram do clarão que vinha da janela, o que fez Jimin colocar as mãos em frente aos olhos e virar o corpo bruscamente pro outro lado. O movimento acordou Jungkook, que dormia sentado em uma cadeira ao lado do seu anjo, já que zelou por ele durante grande parte da noite.
— Jimin? Como se sente? — questionou com a voz rouca enquanto se espreguiçava. Jimin encolheu-se, abraçando suas pernas. Não imaginava que sentiria tanta falta das suas asas para lhe dar aquela sensação de proteção. Na realidade, estava tudo tão confuso e angustiante que o anjo não sabia ao certo do que realmente necessitava. — Hey? Jimin? — o humano insistiu.
— Vá embora, Jungkook. — Jimin balbucia, seus olhos enchendo-se de lágrimas em decorrência da dor dos machucados no seu peito e costas e, principalmente, pelo ferimento em seu coração, causado pelo descaso de Jungkook. Jimin não precisava mais se preocupar, agora havia um pouco de alívio para toda a aflição que lhe atormentava, ao menos.
Jimin estava nublado por dentro, então se fez chover, esperando que o tempo bom voltasse em breve, trazendo consigo o arco íris que sucede a tempestade e colore o que estava cinza.
— Mas... — o humano suspira. Como poderia dizer algo sem parecer insensível...? — É que bem, eu estou na minha casa... — fala receoso, coçando a nuca. — Não tem como eu ir embora, mas-
— Então deixe que eu vou! — a voz do anjo sai esganiçada quando ele faz o esforço para falar ao mesmo tempo em que se levantava. O movimento brusco lhe causa uma pontada mais forte de dor, afinal, os ferimentos sequer haviam cicatrizado.
— Caramba, Jimin. — Jungkook balbucia, se aproximando rapidamente do anjo ao vê-lo curvar-se de dor. — Você vai ficar aqui para que eu possa te cuidar. — sua mão vai em direção ao ombro de Jimin, mas ele a afasta com um tapa.
— Pare com isso, Jungkook. — suplica exasperado, desviando o olhar do borrão que Jungkook havia se tornado, já que as lágrimas atrapalhavam sua visão. — Pare de me fazer sentir isso. — pede agora num quase sussurro. Jimin odiava a confusão que o humano instalava em sua mente. Uma hora lhe vomitando palavras estúpidas e brutas, em outros momentos, querendo cuidar de si.
Jungkook engoliu em seco ao que cerrava os punhos. Era estranho ver Jimin dessa forma, tão... Humano. Sentia-se impotente diante da situação, afinal, não sabia ao certo como lidar com os próprios sentimentos e emoções, imagina com as de outrem.
Mas ele precisava tentar. Precisava estar ali por Jimin.
— O que você está sentindo? — Jungkook questiona, embora não quisesse realmente ouvir a resposta, mas queria que Jimin falasse consigo e se acalmasse.
