E se os anjos caminhassem entre nós, discretos e invisíveis? E se um deles se apaixonasse por um humano? O que você faria se conhecesse a sua outra metade, mas não sentisse o seu beijo e nem o seu toque? Você ainda acreditaria no amor?
Os anjos eram...
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Não saberia se poderia fazer aquilo, mas Taehyung não se importava mais. Era seu amigo que estava caindo no abismo. O anjo de cabelos louros alçou voo rapidamente e pegou Jimin nos braços. Naquele momento desejou poder chorar, afinal, nunca viu o companheiro tão vulnerável como naquele momento. Tão pequeno e frágil.
Taehyung segurou-o com delicadeza enquanto se dirigia o mais veloz que conseguia até a casa de Jungkook, acreditando que ele era o único que poderia ajudar naquele momento.
Afinal, sem suas asas, Jimin não teria poderes celestiais e não poderia voltar aos céus. E sem poder voltar aos céus, permaneceria na terra, como um humano qualquer. Nem seu sangue era mais dourado.
Já havia se tornado completamente vermelho.
Jungkook dormia, mas acordou sobressalto ao ouvir o estrondo em seu quarto, sentando-se na cama pelo susto.
— Jungkook, você precisa me ajudar! — Taehyung pediu desesperado enquanto se aproximava. O humano ficou apavorado ao ver Jimin com o tronco desnudo, desacordado e ensanguentado. — Jimin, ele...
— C-céus, o que houve com ele, Taehyung? — questionou quando Taehyung não conseguiu completar a frase, já sentindo sua visão embaçada pelas lágrimas aterrorizadas em decorrer do que poderia ter acontecido com seu anjo da guarda. Com as pernas trêmulas, quase caiu ao sair da cama.
— Punição. — o anjo respondeu num murmúrio sôfrego e Jungkook arregalou os olhos, pasmo.
— Ah não... — a frase sai em um sussurro. Jungkook já sentia a culpa lhe consumir. Na última vez que viu Jimin, negou-lhe amor e, agora, o via desfalecido, sem o costumeiro brilho que lhe rondava. — Taehyung, você precisa levar ele a um hospital!
— Não dá, Jungkook. — o anjo responde angustiado, sabendo que o tempo de vida do seu amigo estava cada vez mais curto. — Se isso fosse o certo a se fazer, eu já o teria levado.
— E o certo para você é que ele fique sofrendo aqui, na minha cama? — o humano se desespera, exaltando-se. — Leve ele a um hospital agora!
— ELE ESTÁ MORRENDO! — Taehyung esbraveja. A aflição que sentia o faz lançar um feixe de luz e sua voz retumbar pelo quarto, assustando Jungkook, que após proteger os olhos da claridade repentina e curta, somente assente com um movimento de cabeça.
— Traga ele aqui. — pediu num sussurro, indicando o banheiro e se dirigindo para o cômodo às pressas. — Coloque na banheira.
— Por favor, seja rápido. — Taehyung pede enquanto acomodava Jimin. — Ele está perdendo muito sangue e eu não posso interferir numa morte. Por isso preciso que estanque o corrimento, para que eu possa curar os ferimentos internos mais graves. — explica enquanto Jungkook se agacha, ligando a torneira e limpando o peito de Jimin com a toalha mais macia que possuía, onde ele percebeu o maior acúmulo de sangue. Suas mãos estavam trêmulas ainda, já que estava nervoso, mas Jungkook decidira se acalmar. Afinal, era a sua vez de se tornar o protetor de Jimin.
