E se os anjos caminhassem entre nós, discretos e invisíveis? E se um deles se apaixonasse por um humano? O que você faria se conhecesse a sua outra metade, mas não sentisse o seu beijo e nem o seu toque? Você ainda acreditaria no amor?
Os anjos eram...
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— Fico feliz que finalmente tenha saído daquele lugar. — Jimin sorri para Namjoon, enquanto o mesmo vestia sua jaqueta de couro. O humano levanta o canto dos lábios.
— E eu mais feliz ainda. — responde. Namjoon franze as sobrancelhas enquanto procurava algo nos bolsos internos da sua roupa. — Não gosto de hospitais. — disse de forma desgostosa, em seguida pegando seu isqueiro e acendendo a ponta do cigarro que agora tinha em mãos.
Enquanto o humano levava o objeto à boca, aspirando profundamente, Jimin lançava um olhar admirado e ao mesmo tempo curioso. Por alguns instantes, o anjo levou a mão até a fumaça que Namjoon havia deixado escapar por entre seus lábios, tentando entender o que acontecia. Depois, guiou sua mão até o cigarro, numa tentativa de pegá-lo, mas antes que o fizesse, o outro a afasta o objeto.
— Isso não é coisa para você. — Namjoon responde após outra tragada. — Cigarro é um assassino que te mata aos poucos.
— Então você quer morrer? — Jimin pergunta de forma inocente, fazendo Namjoon arquear as sobrancelhas, mas soltar uma risada rouca em seguida enquanto negava com um movimento de cabeça. — Por que está rindo? Eu não compreendo... — continua, balbuciando confuso enquanto caminhava ao lado do humano. — Se isso vai te matar, e você não quer morrer, então... Qual o motivo de usar?
— No começo estava difícil para mim — explica calmamente, dando uma última tragada antes de apagar o cigarro e jogá-lo fora. — E fumar se tornou uma forma mais discreta e sutil de suspirar em lamentação. Como uma forma de extravasar meus sentimentos. — conclui com um sorriso de lado.
Jimin escuta atentamente, balançando a cabeça em resposta a cada frase proferida pelo mais alto. O anjo fica por alguns momentos em silêncio, absorvendo as informações que havia recebido antes de prosseguir.
— Namjoon, como você descobriu sobre o livre arbítrio? — Jimin ergue seu olhar, fitando o humano.
— Através de outros como eu. Há muitos deles por aí. — a resposta dele faz o peito do anjo se inflar, mas Jimin não entendia ao certo os sentimentos que se apossaram dele naquele instante. — Em cada canto desse planeta. — Namjoon indica uma direção qualquer com o queixo, fazendo o olhar de Jimin se perder por alguns instantes, pensando se alguma daquelas pessoas que, assim como ele, andava pelas ruas, era um anjo caído, termo o qual Namjoon se auto denominava.
Jimin mordeu o lábio. De repente, sentia uma enorme ânsia em achar outros como Namjoon e lhes perguntar a história de vida, e o motivo de terem deixado seus cargos celestes.
— Por que você decidiu cair? — Jimin questiona subitamente. — Me conte a sua história.
Namjoon, dessa vez, sorri largo. Logo, em movimentos calmos, ele puxa o cordão que estava ao redor do seu pescoço, até que um pingente em formato de globo surgisse da gola de sua camisa. Ele então o abre, fazendo o objeto se repartir em várias fatias.
