A vida nunca fora fácil para gente como eles. Acordar cedo, dormir tarde, dores por todo o corpo, expectativa baixa de vida...
Eram isso no final das contas, apenas corpos repletos de músculos cultivados pela exaustão nos campos. Seu suor era equivalente ao sangue derramado de seus antepassados. Nascer, crescer, reproduzir, morrer... Pareciam até mesmo alguma espécie de gado, mas havia um detalhe que os faziam melhores —ou piores que a carne para o abate, este seria a capacidade de raciocinar.
Entretanto qual seria o uso disto quando simplesmente não há escola, nada além de como capinar terra para aprender?. Sorte deles que uma coisa era impossível de ser limitada ou arrancada deles como o doce é de um bebê: sua capacidade de amar, sentir as dores tão sentidas no campo. Eles sentem e alguns inclusive o fazem com uma estupenda maestria.
Um deles era Park Jimin, o outro era Jeon Jungkook. E eles adoravam sentir o calor dentro de seus corpos quando se encontravam, o vazio deixado em seu lugar quando se desencontravam.
Foi em um dia, chegando o festival tão apreciado por eles que os pais deixara-os de folga. “damos um jeito” disseram “vão aproveitar o último dia de verão”. E não deu outra: saíram avoados de casa, seus corações conectados e afoitos pelo outro, parecia até mesmo que um fio extenso os conectavaconectava pois encontraram-se no meio do caminho.
—Oi, amor. —Sorriu Jimin, mostrando seu característico eye smile que o namorado amava tanto quanto á si. —Senti saudades.
—Eu também, Minnie. —Então se abaixou depositando um casto selar na testa do menor. Depois ficaram alguns segundos ali, de mãos dadas com os dedos entrelaçados formando uma rede que escondia tantos significados. Jungkook gostaria de entender como a mão do Park permanecia macia e uniforme mesmo passando horas e horas com a enxada, enquanto a sua era marcada por calos. —De folga?
—De folga! O que pretende fazer hoje? —Encarava diretamente as íris castanhas e misteriosas do mais alto. —E nem venha com essa de “só ficar deitado no campo por aí, qualquer coisa é boa contigo” porque só fazemos isso.
—Ok então senhor exigente. Vamos passar um tempo na praia, aquele lugar me traz boas lembranças.
—Nem tão boas assim... —Disse baixinho, contudo Jeon conseguiu ouvir e logo relacionou a frase ao distanciamento de Taehyung.
—É... Nem todas. —Ainda com as mãos dadas, foram em passos lentos até o lugar onde o mar feroz atacava a terra da ilha. O vento gélido, mensageiro número um dos tempos congelantes que estão por vir, acariciavam seus fios e puxava cuidadosamente suas capas; as bochechas de Minnie pareciam mais róseas que o habitual tal como Kook cujos cantos do rosto demonstravam um pequeno sorriso sem dentes.
Quando ouviram a areia fofa se acomodar em volta de seus pés calçados com sapatos surrados e encardidos, buscaram um lugar bom para deitarem e relaxaram, sempre evitando o aglomerado de rochas que frequentavam todas as noites esperando o outro membro talvez perdido para sempre. Acharam um cantinho do outro lado da praia, ao lado de uma imensa parede de pedras de tom escuro.
—Jungkook... —Começou vacilante. Suas madeixas espalhadas pelos grãos de areia, sua pele exposta aos raios solares do quase meio dia —Lembra quando se declarou pra mim?
Ah se lembrava, como se fosse ontem mesmo que decidira abrir-se totalmente ao seu melhor amigo, ex-crush e atual namorado. Oo o dia mais inquietante e incrível de toda sua vida.
—Tudo. Tudinho. Nos mais mínimos detalhes. Começamos á namorar uma semana depois. —A resposta tardou um pouco não porque hesitara, pelo contrário, estava revivendo tudo em sua mente.
—Como foi? —Virou a cabeça, mostrando o maior dos sorrisos. Jeon deixou um selar bem rápido naqueles lábios cheinhos.
—Querido... —Interrompeu-se para soltar uma gargalhada gostosa. —Você sabe como!
—Idiota! —Desferiu o habitual tapinha no ombro do outro, pelo menos tentou já que era difícil o fazer naquela posição. —Quero a SUA versão dos fatos, se quiser conto a minha também.
—Ok, OK... Então vamos lá...
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Happily Ever After | Taeyoonseok!au
FanfictionKim Taehyung, o único herdeiro (ao menos, legítimo e vivo) do trono da dinastia de sua terra. A maravilhosa ilha de Wonderwell está passando por maus bocados pela falta de recrutas para seu exército, tão necessário com a possibilidade de ataque imi...