Como fora dito, o soberano passara algumas horas de sua noite destinada ao descanso apenas providenciando as cartas que passariam adiante a resposta final do mais novo dos Kim. Além de uma longa conversa com todos os seus cavaleiros alados...
...Opa, cavaleiros alados? . Sim, isso mesmo, eles são como cavaleiros normais... contudo especiais em lidar com criaturas voadoras (tais como pégasos, dragões e grifos). Neste reino existem cinco deles, cada qual com sua montaria. Eles são heróis nacionais, todas as poucas crianças do povoado querem ser cavaleiros alados, até porque eles voam por todo o globo terrestre pelas ordens do Rei (recebendo bem por isso, lógico).
De qualquer maneira, eles também eram os carteiros. Distribuindo cargas entre reinos e, claro, comunicados.
O Rei, Kim Seung, escolheu o mais rápido porém menos cauteloso e mais jovem deles para entregar a carta ao reino de Warme Erde porque a linhagem de sangue quente dos Min estava impaciente e assim fora em direção ao noroeste. Enquanto o mais velho e cauteloso com sua carga foi designado para as terras ao nordeste do longínquo oceano em direção á Blomma Falt onde a família Jung roíam as unhas, esperando um belo “sim”.
Após a reunião, os guardiões das cartas especiais se dirigiram aos estábulos dos grifos reais. Park Chanyeol e Byun Baekhyun se despediram com as línguas antes de partir e selar o destino dos três príncipes para todo o sempre.
Um pouco depois do amanhecer do dia, a família dos pretendentes não foram surpreendidas com um magnífico “não” mas se viram com o pé atrás devido ao “porém...” grifado após o “Aceitos sua proposta com grande júbilo”
Em pleno café da manhã, TaeTae fora comunicado que ambos os seus pretendentes (sua família na verdade) aceitavam os termos, todavia não gostariam que a resposta final demorasse muito.
A crise estava forte fora das águas turbulentas de Wonderwell.
-Quando eles chegam? -Perguntou quando estava levando uma colherada de mingau de aveia (com açúcar extra, pois odiava o gosto sem graça daquela papa sem cor) para a boca.
Os soberanos se olham de soslaio, algo estava errado...
-Hoje á noite. – O pequeno surpreso com a resposta do pai acaba engolindo a colherada sem nem se tocar que esta em especial estava menos doce que as demais, logo, mais desagradável.
De olhos arregalados e boca escancarada ele pergunta:
- H-Hoje?! Como...podem chegar tão r-rápido? -Odiou-se por gaguejar. Sabia que levaria esporro por conta disso. “governantes devem falar com firmeza” diziam os mais velhos.
-Oras garoto, como se não soubesse da existência das carruagens aéreas.
“Droga Taehyung, quanta burrice” pensou com seus botões. Ele precisava arquitetar um plano urgentemente, como avisaria os amigos que não poderiam se encontrar durante uns tempos?.
Ainda pensativo terminou de comer, pediu licença aos pais e se dirigiu ao quarto. Deu graças aos céus por não ter ficado de castigo devido à sua falha em demonstrar seus dotes nobres (não apenas uma mas duas vezes) diante da família.
Jogou-se na cama, ainda era de manhã portanto ainda tinha certo tempo para bolar um plano infalível e executá-lo logo em seguida. Com esse objetivo em mente, traçou algumas alternativas: 1-Ele iria á casa de Namjoon e o contataria torcendo para que a mãe dele não o visse; 2-Faria a mesma coisa mas com Jungkook ou Jimin.
Viu-se sem escolhas e odiou-se novamente por nenhuma coisa melhor aparecer em sua imaginação deveras bagunçada. Já que só conseguia pensar nisso, significava que nada poderia dar errado, certo?.
Errado. Muito errado. Então pegou-se pensando em outras coisas: um guarda o vendo, um camponês o vendo e suspeitando, a mãe de seu meio-irmão o vendo, os pais de Jimin ou Kookie o vendo...resumindo ele poderia ser pego de vários jeitos diferentes e nem um pouco bons.
Mas ele não tinha tempo para isso! Então em um ato de bravura (ou maluquice...entendam como quiser) desceu pela janela com o mesmo mecanismo de sempre e não tardou á correr em disparada em direção ao vilarejo, nem se quer pensando na possibilidade de alguém ver o tecido verde e limpo por debaixo das vestes sujas de servente. Também não pensou em qual dos amigos veria, nem se estavam em casa, já que ajudavam os pais no campo... pensando bem seu plano era o mais merda possível.
De última hora decidiu ir à casa de Jimin, por ser mais perto e o garoto ser o mais sociável do grupo. Sempre amigável e sorrindo o tempo todo, não seria difícil ser amigo de toda a ilha.
Bateu, mas nada. Até escutou uma voz, para seu alívio conhecida, o chamar.
-O que você faz aqui em plena luz do dia?! -Era Jeon quem falava, teve certeza quando virou e o olhou.
-Queria conversar com Jimin... -Não estava mentindo, apenas ocultando parte da verdade o que lhe deu mais segurança não ocasionando assim os gaguejos. Jungkook não parava de olhar para os lados.
-Vamos Tae, ficar fora é perigoso... -Então o castanho tirou uma chave do único bolso de sua calça suja e rasgada (porem estilosa de certa forma) e abriu a porta de madeira da cabana. Entrando logo em seguida.
Definitivamente aquilo não era um castelo, apenas um quadrado grande de madeira com uma mesa do mesmo material acompanhado de três cadeiras, mais adiante estava três camas e em uma delas Park Jiminnie dormia, parecendo um ursinho com o nariz vermelhinho, bochechas coradas e suor escorrendo pelo rosto.
Seu namorado vai ao seu encontro, se ajoelhando na sua frente e limpando o suor delicadamente com a manga comprida de sua blusa.
-Ele... está bem? -Perguntou preocupado com o amigo. Pelo que sabia, Minnie não era de faltar no trabalho.
-Sim... -Respondeu o mais novo dos três depois de um curto suspiro. -Apenas com um resfriado forte. Me diga o que queria Tae, passo o recado para ele quando acordar.
O pequeno monarca encara o chão. Não era um adeus, lógico, impossível levando em consideração que estavam numa ilha e que ele não sairia dali. Mas deste momento em diante pouco falaria com seus amigos, até porque após escolher um marido, casaria com ele às pressas...talvez o Rei e a Rainha se aposentem e ele teria que cuidar não de uma, mas duas terras...quando teria tempo para amizades?.
-Meus... -pensou em um bom termo para nomear seus totais desconhecidos -pretendentes...chegarão hoje à noite, avise Jimin e Namjoon que não poderei vê-los com a mesma frequência de antes.
Jungkook olha para o amigo como quem analisa um condenado à morte. Queria gravar todos os detalhes de seu corpo para puxar a imagem sempre que quisesse, quando a saudade batesse...
O príncipe vira-se para a porta escondendo seus olhos marejados. Quando conseguiu coragem para partir após respirar fundo, sentiu o ombro ser envolvido por dedos compridos.
-Isso não é um adeus, certo? -a voz de Kookie soou atrás dele.
- Não, amigo. Não é um adeus -virou, uma lagrima solitária já rolava em sua bochecha. Os olhos de seu parceiro estavam marejados, o que era raro as vezes que chorava.
Hesitante recolheu a mão e fechou a porta depois de se certificar que ele havia saído de perto em segurança. Mesmo assim ficou ali ,com a mão na maçaneta já sem a presença do toque frio de sempre, esperando que um de seus melhores amigos voltasse e falasse “brincadeira! Casamento arranjado?! Que piada! Te peguei de jeito saeng... Wow imagina a cara dos hyungs quando souberem? Vou levar tantos tapas...” isso tudo com aquele estranho (e fofo) sorriso quadrado.
Com certeza o moreno diria algo assim... Até porque ele nunca falava sério. Mas o tom de voz rouco por causa do choro e a lágrima não diziam isso.
Jeon Jungkook deveria saber que ele não era mais uma criança. Não era o menininho que achou brincando na praia, com roupas de tecido caro, olhando tudo com um brilho nos olhos como se tudo fosse novo... Como se nunca tivesse visto e tocado nada. Não era mais a criança de 13 anos que ficou surpreso quando contara que gostava de Jimin ( “meninos podem gostar de meninos? Acho que sim então espero que dê certo!” ele dizia...) nem o mesmo da praia que correu em sua direção e estendeu a mão limpinha dizendo “oie! Sou o príncipe Kim Taehyung? Quem é você? Podemos ser amigos? Seu nariz é engraçado”.
Doeu ao pensar que seu hyung, mais inocente e bobão que ele poderia ser corrompido pelo poder. Que o garoto revoltado com a péssima qualidade de vida dos camponeses poderia piorar as coisas em um futuro nem tão distante. É isso que o poder faz com os humanos: tira-lhe a humanidade. O único jeito de se manter puro era...
-Espero que encontre o amor em algum desses meninos, majestade. -proferiu em voz alta e clara completando seu pensamento. – que ache pelo menos um companheiro digno da sua maravilhosa companhia e que lhe ajude ao nos governar.
No final do barraco ouviu Jimin tossir.
-Se me der licença tenho que cuidar do meu próprio amor. – foi cuidar de seu anjo doentinho.
Já em casa e com algumas horas até o almoço , decidiu ir à biblioteca não por gostar de ler mas para agradar os pais.
Vagou pelos largos e extensos corredores com a solidão sendo sua única companheira. O espaço para caminhar era tão grande que vinte pessoas poderiam andar lado à lado sem problemas; nunca entendeu porquê possuía uma casa tão grande enquanto os súditos de seus “queridos” appas não tinham onde cair mortos com dignidade que todos os humanos merecem.
Parou para analisar as estátuas de gesso ao lado das velhas porém resistentes portas de carvalho. Os grifos representados ali eram tão detalhados que quando mais novo o protagonista JURAVA que eram, realmente, animais cobertos com aquele material alvo como neve e que via seus olhos verdes de safira piscar juntamente com o sobe e desce do peito decorado de penas feitas com muito cuidado. De todos os ornamentos do palácio, apenas prestava atenção nas estátuas por sempre ter demasiado interesse em arte.
Foi para a primeira estante onde pegou um grosso livro feito com o couro de pégaso , cuja a costura feita de fios de ouro diziam “Enciclopédia dos Conhecimentos Gerais: Os bons afazeres de um rei”. Em seguida sentou na mesa mais próxima da entrada, tendo em mente que os guardas reais noticiaram sua presença aos reis.
Antes mesmo de ver o sumário, sua curiosidade mandou-lhe ir até as últimas páginas. Na folha antes dos agradecimentos e da biografia do autor, achou um “543” no canto inferior direito.
“Aish! Como vou ler isso?” Pensou, decidindo que começaria do finalzinho. Até porque como leria um livro sem conhecer o autor?.
Descobriu que o escritor tem 22 anos, apenas um a mais que ele. Reside em Blomma Falt (nome que não lhe era estranho) e se chama Jung Hoseok. Se seu rosto era realmente como aparentava no desenho mega realista e bem feito que tinha depois do texto, admitia que é bem bonito. Além de tudo isso, ainda lecionava economia para alguns reis ou consortes ou até mesmo membros de um conselho parlamentar, escreveu vários livros (de assuntos sérios até ficção adolescente) desde os 15 anos.
“Aposto que os pais dele tem muito orgulho. O cara com certeza é muito interessante e inteligente. Enquanto só sou um príncipe que não sabe o que fazer” pensou. Ele tinha inveja... Bem, não inveja mas queria aprender com ele.
Pobre TaeTae, nem sabe que aprenderá muitas coisas com ele. Inclusive como amar...
Ainda mais, com dois professores ao seu dispor.Bem gentinha, foi isso! Posso chamar vocês de rosquinhas? Amo rosquinhas.
Eu teria atualizado antes mas a BURRA excluiu o capitulo sem quererPera aí. Hobi escritor? Como o reino dele tá em crise então? O que o Min Suga faz? Hmmm...
Nos vemos no próximo capítulo!
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Happily Ever After | Taeyoonseok!au
FanfictionKim Taehyung, o único herdeiro (ao menos, legítimo e vivo) do trono da dinastia de sua terra. A maravilhosa ilha de Wonderwell está passando por maus bocados pela falta de recrutas para seu exército, tão necessário com a possibilidade de ataque imi...