(29) Letting Go

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A despedida fora menos calorosa do que eles esperavam.

Os sogros dos dois visitantes os presentearam com abraços breves. Não viram os outros serventes do castelo antes de saírem —o que notaram, deixou Yoongi meio triste. Ele realmente queria dar um tchau e até breve para a irmã adotiva e amigas.

—Você irá revê-los logo, hyung.   —Taehyung tentou o tranquilizar. Sua mão direita repousava docemente na cintura fina do moreno mais velho e baixo, o puxando para perto. Um selar terno foi posto nos cabelos da dor do piche de seu homem.

—Sim. E ai poderei finalmente te apresentar ao restante do reino como meu marido.   —Sorriu pequeno, como sempre. Mas o brilho naqueles olhos puxados deixou-o genuinamente verdadeiro, com ares puros de inocência infantil.

—Dois maridos.    —O loiro disse, sentindo as palavras soarem distante de seus lábios semiabertos, como se já corressem em direção da cerimônia que estava por vir. Ou até mesmo estivesse vagando por terras longínquas, convidando todo ser vivente para prestar as devidas congratulações para o amor infame e lindo daqueles três. Havia outra possibilidade, também, de que elas estavam indo em direção dos deuses para propagar a vitória do amor em meio as dúvidas; Afrodite tivera êxito.    —Falando nisso...

Correu seus olhos pelo ambiente. Hoseok estava parado próximo ao rei, a rainha não mais presente. Tae e Suga já estavam indo em direção a carruagem, mas o soberano decidiu o parar antes que assistisse o veículo ascender aos céus e vagar para o outro ponto da jornada pré-nupcial.

—Hoseok, meu garoto.   —Começou o magnânimo das terras de Warme Herde. Tomou uma mão do genro com as suas grossas e cheias de calos, dando um aperto caloroso e o olhando diretamente nos olhos. Desejava que aquele contato juntamente com o olhar penetrante pudesse ajudar a deixar seus sentimentos mais aparentes.    —Eu sinto muitíssimo pela perda da sua irmã e entendo completamente sua dor e espero... De todo o meu coração, que um dia ela consiga... Seguir em frente.

O Min mais novo, posicionado mais a frente com o príncipe de outra terra, assistia á conversa para esperar o outro mais novo e tentar entender alguma coisa. Era bom em leitura labial, mas estavam muito distantes, de modo que conseguia ver a boca do pai se abrindo porém de nada adiantava se não conseguisse enxergar detalhadamente as nuances.

“Ótimo. Esse assunto de novo” pensou Hoseok. Ele sabia muito bem que esse fatídico acontecido assombraria os dois reinos, as terras de um de seus amados e as suas, por incontáveis gerações. Sim, fora uma fatalidade. Um imenso desastre. Uma pessoa normal aceitaria as palavras de conforto, ficaria agradecido pela preocupação e apreço dadas para um parente tão próximo e querido.

Mas ele não era uma pessoa normal.

Ele sabia que desde aquele dia, sua irmã mergulhara em uma dor tremenda. Mesmo amando e sentindo a mesma coisa que a mais velha um dia sentiu por alguém, ele não acreditava muito em almas gêmeas. Todavia uma coisa era certa: uma parte dela morrera aquele dia, jazia sem vida com o ex-marido e ela nunca mais foi a mesma.

Possivelmente, nunca mais seria.

Então as palavras do sogro não valiam de nada. Mas optou pelas boas maneiras:

—Obrigado, senhor. Também sinto muito pelo seu filho.   —Sua voz saia com um pesar inventado, bem artificial. Entretanto o mais velho e alguns centímetros mais baixo pareceu não notar e se notou, também fingia bem com aquele sorriso que deixava aparente os pés de galinha no canto dos olhos.

Nenhum dos dois sentia muito, porque a dor pode até ser crônica, mas a saudade já havia se dissolvido junto da certeza que ele nunca mais voltaria. E além do mais, os dois sabiam, que ninguém nesse mundo poderia dizer que sentia muito comparado a Jung Dawon.

Ele foi então para a carruagem, tentando conter a raiva borbulhante em seu interior. Ah, ele sentia muito? Ele entendia a dor de sua noona? Se era assim, então por que a culpava pela porte do primogênito, dizendo que o havia atrasado? Engraçado ele mudar de dia pra noite quando viram seus domínios novamente interligados por um matrimônio, não é?

Deu para notar o clima tenso que se instaurou lá dentro com a chegada do ruivo, uns minutos depois dos outros. Hoseok então apoiou o cotovelo na janela e ficou observando as ondas que logo surgiram no horizonte. Só quando se viu longe da terra, soltou um fôlego que nem havia notado prender. Saco, quando menos esperava, esse tipo de coisa acontecia consigo. 

—Seu pai estava falando comigo sobre a Dawon.    —Falou, quando sentiu os olhares preocupados daqueles dois. Normalmente ele estaria longe da janela enquanto tentaria iniciar uma conversa para se distrair. Ou ao menos era o que tinha feito quando partiram na primeira viagem.

—Ah sim...   —Yoongi ia começar a falar alguma coisa, porém sentiu as palavras morreram em sua garganta. O que ele falaria? A mesma coisa que seu pai mas com outras palavras, meros sinônimos que escondiam a falta de importância? Discurso clichê?

Por isso tudo que ele fez foi cruzar sua mão com a dele, sentindo o calor corporal transitar por entre as palmas. Iniciou um carinho nas costas da mão do Jung. Aquilo era melhor que quaisquer palavras, em seu ponto de vista, pois mostrava algo melhor que simples pesar: demonstrava que ele estava ali, que o entendia. 

Depois disso, Taehyung colocou sua palma em cima das duas e trocou olhares cúmplices com ambos. Mesmo alheio a toda aquela dor, ele entendia e sabia o quanto era ruim ouvir um mero “sinto muito” de olhos e coração vazios.

Happily Ever After | Taeyoonseok!auOnde histórias criam vida. Descubra agora