(31) Happily Ever After (pt 2)

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A cena era até engraçada: as pessoas aglomeradas ao redor da cabana simples de madeira escura, deixando somente um corredor pra a passagem dos noivos, que entraram no recinto sem muita cerimônia.



Logo de cara foram invadidos com o cheiro de incenso, que não sabiam do que era. Além do cheiro ser muito agradável (até demais, estavam prevendo fortes dores e cabeça ou vício). Junto com ele, a fumaça: estava quase impossível de enxergar um palmo a frente. Ao ouvir o som da porta fechando, o feiticeiro local veio ao auxílio dos noivos, varrendo o ar carregado com um chumaço de ervas secas.



- Não há necessidade de ficarem com essa cara de perdidos, minha casa só tem dois cômodos. Venham, me sigam.



E assim o fizeram, soltando algumas tossidas de vez em quando. Talvez fosse por causa da fumaça mas realmente parecia que estavam em um ambiente extremamente amplo, como uma mata ou savana. Porém, não, apenas seguiram em linha reta até chegarem á parede oposta. Felizmente, o local de trabalho do mago estava logo embaixo da única janela, que era razoavelmente grande e por Isso, proporcionava uma iluminação melhor ao mesmo tempo que a fumaça esbranquiçada saía por ela.



Ali, havia duas mesas: uma grande e retangular e outra bem menor, redonda e com três pés. Na primeira, uma toalha púrpura de cetim abrigava diversos baralhos diferentes, perfeitamente organizados, além de 4 cadeiras forradas com um tecido macio e de um tom de roxo mais claro. Já a segunda, era muito mais requintada: uma toalha rosa com bordados dourados abrigavam a imagem de uma deusa representada ao redor de flores e completamente nua, sem pudor algum ao exibir toda sua sensualidade. Na frente da estátua de Afrodite, um prato de porcelana servia de apoio para frutas e flores diversas: pêssego, uvas, damascos e figos além de rosas vermelhas e brancas. Ao lado delas, ainda, tinha um incensarário que queimava duas essências ao mesmo tempo.



A janela imensa também possibilitou uma visão melhor da pessoa que organizou tudo aquilo, enquanto sentava na cadeira logo abaixo da janela. Xiumin havia acabado de abaixar o capuz negro, deixando seu rosto pintado por símbolos em tinta dourada, pareciam runas.



- Mas não é possível que você faz tudo por aqui -Perguntou o impetulante Min Yoongi, cruzando os braços. Sua indignação era só fruto de uma curiosidade besta.



- Se eu tenho o dom dee curar, é tudo graças aos deuses. - ele respondeu, vagamente, com uma voz suave. Já estava longe dali, sua mente e coração atravessaram os céus em uma gratidão e devoção que ninguém entenderia. Passou, com os olhos fechados, as mãos por cima de todos os baralhos, uma, duas vezes antes de se decidir pelo antepenúltimo.



- É engraçado, normalmente eu utilizo o tarô pra esse tipo de coisa.... Mas bem, que seja o que a A Grande Mãe quiser. -Seu tom de voz permanecia consistente, altivo. A opinião dos presentes pouco importava, seu espírito vibrava a uma frequência completamente singular.



Depois de embaralhadas, cortou as cartas em três montinhos para alterar totalmente a ordem delas de uma maneira drástica. Depois, abriu todas as 36 viradas para baixo na mesa, encarando os príncipes com um olhar cortante. Todos eles encaravam de volta um Xiumin num ambiente desprovido totalmente de fumaça, embora o cheiro aparentava estar ainda mais presente.



-Vamos ver primeiro o que o futuro aguarda para o reinado de vocês. Sei que essa não é a ordem esperada, normalmente essa questão fica por último mas... essa não é uma união convencional, por que a cerimônia teria que ser? -Perguntou, deixando os três já transtornados. -Cada um, escolha a carta que mais lhe atiça a alma e arrastem para mais perto de vocês.



Dito e feito: cada um escolheu uma carta. O mago recolheu o restante, as juntando numa única pilha e pondo de lado. Depois, arrastou as escolhidas para mais perto de si antes de vira-las

Happily Ever After | Taeyoonseok!auOnde histórias criam vida. Descubra agora