Capítulo 14

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 Ouvi uma batida na porta e acordei com um sobressalto.

Severus dormia tranquilamente ao meu lado. Ele, provavelmente, não havia tido nenhum pesadelo durante a noite, ao contrário de mim. eu fechava os olhos e vi os rostos de todas as minhas vítimas – e eu acordava chorando sempre que o rosto de James aparecia.

Me levantei rapidamente e abri uma fresta da porta.

O rosto de James se iluminou rapidamente ao me ver, mas eu conseguia ver a profundidade de suas olheiras. James estava arrasado. Era estranho como eu conhecia James há tão pouco tempo, mas já conseguia perceber os nuances do seu humor. Não que fosse algum grande mistério o seu estado de espírito, levando em conta o que havia acontecido, mas ainda assim era algum tipo de conexão diferente.

- Bom dia. - sorri

- Bom dia - ele disse

Severus, então, soltou um ronco alto.

- Eu posso voltar depois... - murmurou James, dando um passo para trás. - Você está ocupada.

Segurei sua mão.

- É claro que não. - protestei - Eu só tive uma noite horrível. Eu não consegui dormir muito porque tive pesadelos. Severus veio ajudar, é bom ter alguém familiar por perto.

James assentiu.

- Mas você está bem, agora? - ele perguntou - Por que teve tantos pesadelos?

Dei de ombros.

- Eu não sei. - menti - Acho que fiquei triste com a situação do Peter.

Ele assentiu.

- Eu também. - ele disse

- James... - murmurei - Você fez o que tinha que ser feito. O que Peter fez foi horrível, mas você não podia se corromper por ele.

- Eu não sei o que fazer. - ele disse - Eu só quero ser justo, mas ao mesmo tempo ele era um dos meus melhores amigos.

- Vamos pensar em alguma coisa. - eu disse, apertando sua mão.

Ele me apertou de volta e me encarou por alguns segundos.

- Você quer dar uma volta? - ele perguntou

- É claro. - sorri - Me espere aqui.

Fechei a porta e rapidamente troquei de roupa.

- Você não ronca, Severus. - murmurei rispidamente - Aquilo foi ridículo.

Saí do quarto e James segurou minha mão novamente.

- Onde você quer ir? - ele perguntou

Sorri.

- Eu não sei. - disse - Algum lugar que eu nunca tenha ido.

- Podemos ir para a torre, ou para a cozinha... - ele disse

- Você pode escolher. - sorri - Mas admito que estou começando a duvidar da existência da tal Minerva.

James deu uma gargalhada.

- Iremos para a cozinha, então. - ele disse - Não posso deixar que você fique pensando que eu sou um mentiroso.

Ri.

- Certo. - murmurei

Refizemos o caminho até a cozinha em silêncio. Eu estava aproveitando aqueles momentos para sentir o toque da mão de James na minha. Era bom estar com ele, daquele jeito. Só a nossa presença bastava, não precisávamos encher o ar com nenhuma conversa.

The Prince SlayerOnde histórias criam vida. Descubra agora