C. Uckermann
Naquela manhã acordo bem cedo e olho a rua pela janela de minha sacada, tudo parece lento e normal e como sempre estou sozinho e apesar de ter passado praticamente um mês após tudo ela ainda é o assunto mais importante em minha mente e é nela que sempre penso antes de dormir e de acordar.
Tudo era aparentemente normal, nada novo e ninguém vinha me perturbar desde a visita inconveniente de meus amigos que me trouxe muita dor de cabeça. Só recebia visitas rápidas de Eliza aqui e ela não ficava muito, pois eu queria ficar sozinho e bem que as vezes ela podia ser bem compreensiva, mas é bem raro. Mas naquele dia não era ela quem tocava minha campainha e sim uma visita que realmente não esperava. Fernando estava ali na porta com uma caixa misteriosa em mãos.
- Olá Christopher.- cumprimenta. E retribuo com um aceno de cabeça. Aquela visita era inesperada, não esperava vê-lo ali e muito menos o queria pelo motivo óbvio.
- O que faz aqui?- pergunto.
- É... eu não sei como eu falo isso, mas bem vamos direto a o ponto.- ele fazia rodeios enquanto depositava a caixa sobre a mesinha de centro.- Bom temos muitos problemas.- solta a respiração.- Há muitas coisas nas quais não sabe e uma sei que devia ter lhe contado desde o início, mas nunca fui capaz de dizê-lo.- seus rodeios começavam a me deixar intrigado.- Ainda não sou capaz de fazer e é óbvio que me odeie mais por isso.
- Do que está falando?- eu queria logo que me disse o que me escondia.
- Bom nessa caixa a inúmeras cartas escritas por sua mãe.- indica a caixa.- Eu as guardo desde então, elas nunca foram enviadas ao seu destino, na verdade somente algumas foram, elas explicaram muito sobre sua origem, sobre você.- ele dizia.- Então prefiro que as leia, porque minhas palavras não explicaram mais do que as palavras dela.- bate no tampo da caixa.
O que havia naquelas cartas? O que havia escrito? E para quem eram?
Fernando não disse mais nada e somente saiu porta a fora me deixando só com a caixa vermelho-sangue e não sei se tenho coragem de ler as cartas ali dentro, mas a curiosidade me corrói e sou capaz de abri-lá com dificuldade e lá estão as cartas e cada uma com um número marcado, talvez a sequência na qual devo ler. Então após hesitar muito pego a carta com o que "1" gravado em seu envelope. A textura era macia e só havia o nome do remetente e um espaço branco ao destinatário. Me apresso a abrir pegando o papel ali dentro, uma folha amarelada pelo tempo e ao abri-lá vejo as letras redondas e pequenas de minha mãe ali e após contar até três começo minha leitura:
"Fevereiro de 1988"
Olá me chamo Alexandra e moro a duas casas da sua e você já deve ter me visto passar em frente a sua casa aos finais de semana, sou eu quem passeia com um Poodle em frente a sua casa e adora usar uma longa saia azul, com certeza deve me conhecer. Só queria que soubesse que acho você um rapaz lindo e adoro seu queixo marcado, seu sorriso galanteador e seus olhos castanhos escuros e cintilantes. Adoro vê-lo com suas camisas coloridas e adoro o modo como seu rosto se ilumina a luz do sol. Queria que fôssemos amigos ou algo assim.- namorados talvez, mas seria atrevido demais.-, sei que tem uma namorada, já o vi segurando em sua mão e lhe entregando flores e bombons, sim ela é bonita com seus longos e ondulados cabelos castanhos e sempre parece bem vestida, mas sei que estou sendo fofoqueira, mas a realidade é que sua namorada sai com seu melhor amigo as escondidas e uma certa noite o vi aos beijos com ela. Não queria que lesse isso e por tal motivo nunca lhe enviarei isso garoto vizinho que ainda não descobri o nome, já que me mudei a pouco tempo para cá com minha família e só conheço a família de meu melhor amigo Fernando, ele é um ótimo amigo. Bom então eu só queria que soubesse que tenho vontade de lhes dizer "oi", mas só de me imaginar perto de você congelo e sinto-me muito boba por isso.
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O Limite de tê-la comigo (Vondy) [Livro Dois]
Fanfiction"..Não sei o que fazer agora que ela se foi, pois sinto tanto sua falta como se fosse um órgão vital meu. Quando sumiu naquele carro não tive total vontade de continuar a viver, não sem ela.." --- Essa é uma continuação e para entender terá que ler...