Capítulo 5: parte-I

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D. Maria

Logo pela manhã sinto alguém balança meu corpo de um lado a outro. Anahí estava pedindo sem piedade para que abrisse meus olhos, mas não estava com a menor vontade para isso, mal dormir a noite inteira e agora há uma loira me balançando de um lado a outro em minha cama macia e confortável.
  Anahí dormiu comigo a noite, já que a única opção que tinha era seu quarto para passar a noite. Tia Emma a adorou diferente de Poncho que passou todo tempo com a expressão de raiva na direção dela que não parava de falar por segundo algum. Nunca achei que Anahí tivesse tanto assunto a tratar e suas conversas eram tão longas, algumas até tediosas e Emma ria de suas piadas em relação a seu irmão Christian, como a história do xixi na cama dos pais e no dia que sentou no formigueiro. Com certeza a orelha de alguém estaria queimando a todo tempo.

- Muito gentil sua amiga - diz Emma enquanto tirava os bolinhos do forno. Eu a ajudava a todo o momento - Poderia ficar mais tempo aqui - neguei com a cabeça. Aquilo com certeza não era legal a Poncho - Por que?

- Ela tem uma família - explico - Acho que sentiria saudades deles. Passo a ponta de meu indicador na cobertura e experimentei. Emma sorriu para mim.

- Pelo jeito não mudou nada de quando era apenas uma menina linda de cabelos escuros e bochechas gordas - naquele instante me vejo novamente aqui com meu vestido azul vendo-a preparar de perto seus deliciosos petisco enquanto aproveitava para experimentar desde a massa a cobertura. Morria de rir da expressão de Emma - Pensativa você.

- O que?- desperto-me da minha viagem repentina ao passado. Emma nota minha distração e um sorriso lindo surge em sua face angelical - Estava lembrando de quando vinha aqui - ela piscou a algumas vezes - Era tão bom.

- Trazia uma alegria grande a essa casa - refletiu e o sorriso sumiu dando lugar a uma expressão triste e vazia -, Mas tudo aconteceu tão rápido eu...

- Não vamos tocar nesse assunto, está bem?- a interrompi antes que voltasse a se culpar por tudo, por não ter capacidade de cuidar de mim quando mais precisei - Está tudo bem - toco seu ombro que tremia por seu choro - Não se culpe por isso - puxo seus ombros a pressionando contra meu corpo - Eu a amo.

- Também amo a você - sua voz sooa baixa e doce. Beijei o alto de sua cabeça e então voltamos ao nosso trabalho para preparar nossa sobremesa carregando os ingredientes com amor e carinho. Lembro que minha mãe dizia que o amor era solução para tudo até mesmo para que a comida seja saborosa.

Depois de nos alimentarmos completamente bem fomos dormir. Anahí dormiria no mesmo quarto que eu em um colchão, isso pela forma era algo diferente á si, o que me faz perguntar se ela nunca dormiu na casa de alguma amiga na infância?

- Eu não tinha amigas, Dulce - responde minha pergunta. Prende seus cabelos loiros acima da cabeça. Eu duvidava aquele afirmação dela, era difícil acreditar que alguém como Anahí não tivesse uma amiga sequer na infância - Todas tinham inveja de mim.

- Não sei se posso acreditar em tudo isso - digo com os olhos pesados.

- É verdade. Quando mais jovem o universo não parecia me valorizar, sabe - diz ela.

Ergo meus minha cabeça em sua direção no mesmo instante, seus lábios estão finos e não maquiagem sequer em seu rosto com linhas perfeitas, era tão bela que nada que dizia parecia certo. Duvidava que uma grande modelo como Anahí algum dia em sua vida tivesse sido feia ou sem graça. Ela erge os ombros repuxando os lábios.

- Dulce essa é a realidade - dando de ombros e volta o olhar a seu espelho - Ninguém nasce lindo, o universo que transforma a beleza, talvez o contrario com sua irmã Beth - reviro os olhos.

        O Limite de tê-la comigo (Vondy) [Livro Dois]Onde histórias criam vida. Descubra agora