Capítulo 4: parte-II (bônus)

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D. Maria

- Poncho pode me deixar sozinha com ela, ficara tudo bem - tento acalmá-lo de qualquer forma, mas ele nem parecia me ouvir - confio nela, sei que não poderá me machucar.

- Você pode confiar nela, Dulce, mas eu não confio - os olhos castanhos claros se movem rapidamente. Toco seu ombro tentando passar minha segurança, olho fundo em seus olhos - Dulce?

- Poncho por favor, preciso conversar com ela - ele suspira pesado, mas finalmente sede deixando Anahí e eu sozinhas para podermos conversar. Poncho era superprotetor e era sua cara reagir daquela forma ao desconhecido.

Levo Anahí para meu quarto. Nenhuma de nós duas dizia uma palavra sequer, mal nos olharmos. Já fazia bastante tempo desde que nos vimos pela última vez e a visita era inesperada. Era impossível não sentir medo naquele momento, teria acontecido alguma coisa com Fernando, com Elizabeth e o pior de tudo a Christopher? O silêncio já estava matando-me por dentro. Os ombros de Anahí encostam na cabeceira da cama e os cabelos loiros os cobrem como uma imensa cortina, os olhos azuis vasculhando os meus com precisão.

- É verdade?- pergunta.

Não entendo sua pergunta e olho confusa sem saber o que lhe responder.

- O que?

- Sua gravidez - pronuncia lentamente. Meu coração batia acelerado, agora Anahí sabia - esta tudo bem?

  Não consigo olhar em seus olhos e abaixo o olhar para minhas mãos que logo são apertada pelas dela. Tenho vontade de chorar mais uma vez. Por que aquele assunto me deixava mal? Por que não consigo enfrentar aquela realidade com firmeza? Tinha que está feliz.

- Vem aqui - Anahí me puxa para seus braços - não chore, estarei aqui com você - afagando meus cabelos, enquanto lágrimas teimosas caem por minha face - devia contar para Christopher ou já fez isso?

Saiu de seu colo secando meu rosto com os polegares. Algumas mechas grudam em meu rosto pelas lágrimas. Christopher conseguia me deixar assim confusa.

- Não - com a voz embargada. - Não contei nada a ele ainda, Anahí - respiro fundo - Nem sei se poderei contar.

Agora é sua vez de me olhar confusa com seus olhos azuis profundos e seus cílios destacados com um rímel preto. Esperei por suas palavras apertando meu próprio ventre, ventre que abrigava um pequeno ser humano.

- Por que diz isso?- cruzando os braços. Dou de ombros.

- Não sei. Medo talvez, medo que ele me rejeite e que ninguém me aceite de verdade por está grávida do meu irmão, também tenho medo dos riscos que poderei correr em relação a isso.

- Christopher nunca te rejeitaria - diz convicta dando um sorriso leve e caridosa apertando minhas mãos nas suas carinhosamente - Ele ama você. Conheço Christopher desde que era um garoto loirinho de 11 anos de idade.

Por mais que suas palavras pareçam verdadeiras a insegurança ainda está presente e novamente, sinto que sou movida pelo medo ea insegurança. Cada última palavra dele estava gravada em minha cabeça, principalmente o então adeus Dulce, aquilo devia ser para sempre? Mas talvez nunca fosse verdade. Ele me amava de verdade?

- Ele te ama - Anahí pareceu ler meus pensamentos.

Doia pensar ou falar em Christopher queria mudar de assunto antes que me afunda-se totalmente em meu buraco negro adquirido a anos. Sei que não devo fugir daquilo que me colocasse para baixo, mas em relação a ele parecia tudo mais complicado que antes. Queria tanto que minha mãe estivesse aqui, ela sim saberia me dizer o que devia fazer e o que era melhor em minha vida, mas ela não está, estou sozinha, somente eu e meu bebezinho.

- Sei que ama ele também - ela tinha total razão, seria perda de tempo tentar negar a mim algo tão óbvio como meu amor por Christopher - Vocês dois são orgulhosos demais para assumirem o que é melhor para vocês dois, Dulce tem um bebê no jogo agora, ele precisa de vocês juntos. De uma família.

Anahí tinha razão, mas como olharia Christopher nos olhos depois de ter fugido dele por medo e uma insegurança idiota que toma conta de todo meu coração como um parasita maligno prestes a me fazer debilitar e morrer lentamente, dolorosamente.

- Dulce aconselho você retornar novamente a capital e consertar tudo com Christopher, superar todos esses fantasmas que existem em você, sair desse maldito cubo de gelo que se prendeu, se não for você a dar o passo quem daria? Christopher?

- Não sei - minha cabeça gira - preciso pensar.

Anahí suspira.

- Tudo bem - diz calma - deixarei você pensar, mas quando tiver sua resposta só ligar para mim que irei dar todo o apoio que precisar, ok?- assinto.

- Não sei o que faria sem você - as lágrimas brincavam em meus olhos - Obrigado Annie - ela me abraça.

- Não precisa me agradecer. Sempre contará comigo em tudo. Eu serei a madrinha, ouviu?- me faz rir entre as lágrimas...
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C. Uckermann

As ondas do mar quebravam na areia e o som era capaz de me deixar relaxado, mas não totalmente. Minha mente continuava bagunçada, confusa. Dulce sempre fazia minha cabeça. Meus pensamentos sempre iam até ela mesmo quando tentasse superá-la e tudo isso se torna difícil, meus amigos tentavam me fazer sentir melhor, sabia que suas intenções eram as melhores possíveis, porém não consigo é mais forte que, até mesmo aqui na praia onde vinha assim que me sentia com medo ou triste quando criança. A sensação da areia dentro do meu calção me fazendo coçar o dia inteiro não era algo bom a se recordar, mas era uma lembrança dos meus únicos problemas infantis, nunca quis tanto voltar a ser criança onde os problemas eram pequenos, quase nulos, apesar do ódio existir no meu coração.

Odiar Blanca talvez fosse uma perda de tempo. Posso está começando a entender todo aquele dilema de amor e problemas, me apaixonar serviu para isso de alguma forma. Nunca se deve culpar alguém por erros seus, nem mesmo aqueles tão pequenos. Julguei Dulce por por problemas em meu passado e agora meu coração doí, dói por causa do vazio que sua presença me causa. Estou sozinho, completamente sozinho.

- No que está pensando?- sooa uma voz distante. Olho para trás e vejo seus olhos claros em mim que fico pasmo com o que vejo em minha frente. Podia ser? - O mar é lindo, não é mesmo - diz lentamente sentando-se ao meu lado.

Continuo em silêncio sem ter coragem de olhar em seus olhos novamente, o que ele queria comigo afinal? Arruinar mais minha vida como antes? Se é que dá para deixar tudo cada vez pior.

- Vejo que não quer falar - juntando a areia de seus dedos gordos e defeituosos. Como poderia ter saído dele? Como aquele podia ser meu pai?

- Com você nunca quero falar - digo por fim - Diga o que você quer e suma novamente de minha vida, não preciso de você.

Vitor faz um barulho irritante com a boca.

- Sem estresse Christopher. Devia estar feliz, seu pai realmente pareceu - sua ironia me fez rir, rir de raiva. - Sou seu pai, querendo ou não.

- Para mim tanto faz.- levanto-me e me afasto dele. Não queria aturá-lo.

- Você devia ir atrás daquela ruivinha! Ela é uma gracinha!- ouço ele berrar.

Aperto meu punho e me detenho a não me importar com isso seguindo em frente sem me deixar abalar por ninguém...
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Dois capítulos para compensar a demora❤

        O Limite de tê-la comigo (Vondy) [Livro Dois]Onde histórias criam vida. Descubra agora