Waverly tinha uma perfeita ideia de que a culpa deveria ser da lagosta.Ou melhor, do monstro exterminador com barbatanas que substituíu as lagostas.
"Oh! Kate irá me matar! ".
Estava tão esporadicamente morta.
Quando ela sugerira que a ceia principal da festa de aniversário de Kate fosse composta de cozidos do mar e arteletes feitos de vitelas e aves, ela logo soube que as lagostas seriam um autêntico problema. Ainda mais quando descobriu que a grande remessa que chegara há pouco da cabana de pescadores, havia sido levemente confundida, e uma frota de enguias aparentemente furiosas aportara na cozinha do castelo com a promessa de uma guerra sangrenta escorrendo em forma de baba pela beirada da boca encurvada. Não poderiam ter se confundido e enviado outros peixes? Siris, lulas... Até uma sereia ou um maldito tubarão!
De repente, Waverly se arrependia amargamente de ter encomendado frotas de lagostas, contendo algumas mil ao todo.
Quando as cozinheiras empalideceram, Waverly soube que alguma coisa poderia não acabar bem.
Isso, se acabasse bem e os convidados acabassem sofrendo de ageustia.
Mas que diabos mais ela poderia fazer? Era uma honra sem apreço ser incubida de cuidar do principal prato da noite, como homenagem à princesa Kate, sua dama, e atrasar a oferenda, seria o mesmo que esfregar urtiga venenosa nos traseiros dos convidados e ainda fazê-los sentar em cima de suco cítrico. Ou quem sabe, ainda pior.
- Estou absolutamente certa de que podemos ter um bom jantar de cozidos de enguia! - ela sorrira, quando na realidade, não tinha certeza de nada.
Ou tinha, mas elas não eram muito favoráveis. Até porque todos na cozinha pareceram subitamente começarem a sofrer de urticária.
- Corram! Por ali! - Waverly ouviu mais vozes femininas gritando, e seu estômago subiu à boca ao confirmar a linha macabra de seus pensamentos, seus dedos envolvendo com força o corindon lapidado adornando o corrimão lustrado que dava acesso ao seu quarto.
"Oh, valha-me Deus! As enguias devem estar tomando o castelo!!!", _ela pensava amargurada enquanto descia as escadas em forma de S, segurando as barras do vestido de bombazina e lemiste, apertando o leque de penas de pavão escocês incrustados com lempas nas pontas _ pérolas pescadas na costa, presente da própria princesa_entre os dedos nervosos e finos.
Quando os gritos começaram, ela estivera em seus aposentos, tomando chá de gálbano e se preparando para fazer as honras à sua dama, decorando toda a enorme lista de decoro que deveria seguir durante à noite, frustando embevecidamente quase todas as tentativas. Para uma plebeia que vivera entre aldeões por toda sua vida, ela até que tinha alguma educação, fora que ser filha do vigário lhe rendera pontos extras e uma ilusória linha de sensatez quando o casal real saiu a procura de uma companhia adequada para a princesa. O fato, foi que as enguias não lhe saíam da cabeça. Porque a companhia adequada podia ser responsável por um possível banho de sangue na cozinha. E enquanto nenhum grito foi ouvido, ela estivera tentando resolver o problema sério de seus cabelos, que pareciam-se simplesmente muito decididos a se parecerem com um abrunheiro.
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Um Príncipe Pirata - Desencantados Medieval 2
Historical FictionAaron Hansen Alladieren foi sequestrado em um festival de música no reino quando tinha apenas seis anos de idade. Desde então, seu sumiço foi dado como oficial, e Waverly Wistewdon nunca mais ouviu falar sobre o primeiro filho do casal real, ocupand...