Aaron Hansen Alladieren foi sequestrado em um festival de música no reino quando tinha apenas seis anos de idade.
Desde então, seu sumiço foi dado como oficial, e Waverly Wistewdon nunca mais ouviu falar sobre o primeiro filho do casal real, ocupand...
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-Apreciando a vista, Srta. Watkins? ― a voz familiar soprou perto de si.
Waverly de repente tinha certeza sobre três coisas.
Primeira: o universo estava conspirando contra ela.
Segunda: Hansey merecia uma medalha brilhante na posição de "vilão".
E terceira: se ela perdesse o equilíbrio e suas mãos derrapassem mais meio centímetro pelas paredes externas abaixo da janela, ela despencaria para uma queda de mais o menos nove andares. E só havia uma pessoa que poderia ajudá-la naquele momento.
E esta pessoa, em questão, havia se recostado confortavelmente na coluna ao lado da janela enquanto Waverly balançava as pernas no ar, numa linha horizontal, por estar, claro, com quase metade do corpo projetado para fora.
Ah, e ela também tinha certeza sobre mais uma pequena coisa: nunca, em toda a sua vida no convento, sentira tão derradeira necessidade de chutar a canela de alguém com força suficiente para deixá-la manca. Mas parecia haver algum atrativo especial nessa parte em particular da compleição física daquele pirata. Se o destino intervisse e ela conseguisse se puxar para dentro novamente sem a ajuda dele, ele provavelmente conheceria os principais aspectos da vida de um pirata com uma perna de pau em poucos segundos. Se os anos de mar não lhe deram esse bônus, Waverly estava bastante certa de que o daria.
Era uma pena que ela só pendesse cada vez mais fora cada vez que tentasse o contrário.
― Devo confessar, ― ele prosseguiu calmamente, cruzando os braços e deitando os olhos sobre os jardins esverdeados como se ambos estivessem ao redor de uma mesa de chá ― para alguém que ama o mar como uma noiva, a vida em terra firme parece até ser bastante convidativa, quando vista deste ângulo. Veja esse festival de cores. Nada de azul ondulante ou amarelo escaldante. Nem cheiro de pólvora ou tangerina mofada. Apenas o odor doce de pólen. Uma vista incrivelmente maravilhosa.
Waverly gruiu um palavrão que teria feito Madre Teresa cingir o sinal da cruz. Ou que no mínimo, teria deixado qualquer vigário corado ou muito pálido. Hansey só fez erguer uma sobrancelha.
― Eu estaria aproveitando a vista maravilhosa muito melhor se não estivesse com metade do corpo pendendo para fora, capitão. Obrigada.
Ele se curvou para frente, e Waverly teve um reflexo de seu cenho se franzindo de forma galante.
― Não estaria com metade do corpo para fora se não estivesse bisbilhotando, pequena devota.
― Eu não estava bisbilhotando!
― Então por que estava escondida atrás de uma coluna, se não queria ser vista?
Waverly se agarrou com mais firmeza na pedraria rústica e incipiente da parede, seus cachos se desprendendo do penteado e chicoteando as maçãs do rosto.
