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   -Ele estava com as mãos por baixo das saias dela! ― Kate insistiu em tom incisivo ― Estou lhe dizendo, querida Wave! Eu ouvi os criados falando

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-Ele estava com as mãos por baixo das saias dela! ― Kate insistiu em tom incisivo ― Estou lhe dizendo, querida Wave! Eu ouvi os criados falando...

Kate rolou os olhos pelo que achou ser a enésima vez na noite. Grande noite, aliás.

Em um curto espaço de tempo ridiculamente pequeno, ela conseguira ser sequestrada, ser coagida por um pirata, ser alvo de todos os canhões mais potentes do reino, ser a moeda de troca da noite e enfim, ser a ouvinte amável que ouvia Kate falar sobre suas suposições acerca do que "ouvira os criados falando". Céus... as sete pragas de Waverly cumpridas no espaço de duas horas lhe pareciam quase completas agora.

― Você tem que saber o que existe de oculto sobre isso, Wave. Olhe para você, você tem idade e toda a coisa da experiência feminina e...

Kate... ― Waverly teve a impressão de ter rugido alto de mais, palavras arrastadas deslizando por seus lábios como uma súplica ― Eu sou apenas dois anos mais velha que você. E passei minha vida toda num convento, não num bordel cinco estrelas.

Kate lhe enviou um olhar risonho que levemente sugeria malícia.

― Eu acho que você sabe o que poderia estar acontecendo por baixo daquela saia. Oh, Wave! Não seja má! Eu preciso saber!

Waverly rolou de barriga na cama, afundando o rosto nos travesseiros com uma bufada.

― Eu preciso dizer, Kate: já consigo sentir pena do seu futuro marido.

Kate riu, tão cálida e suave como cera de abelha se derretendo ao sol. Grande Dama de Honra ela estava sendo. Onde o rei e a rainha haviam estado com a cabeça quando decidiram supor que ela refrearia os anseios mundanos da doce princesa Kate com algumas dezenas de palavras bonitas? Ela não era nenhuma madre, pelos céus! Intimamente, Waverly duvidava que mesmo a Madre Teresa fosse conseguir persuadir Kate a pensar em rosas. Ou a refrear sua própria curiosidade quando a princesa trazia tais assuntos à tona.

Já eram altas horas da noite, e Waverly estivera tentando convencer a si mesma várias vezes de que não estava nem um pouco preocupada com o que acontecia na câmera do Rei naquele momento.

E era óbvio que estava altamente falhando em todas elas.

Desde que subira para seus aposentos, porque supostamente necessitava de "um grande tempo em repouso" para sossegar os nervos acerca de seu último sequestro, Kate praticamente se engatara na ponta de suas saias e se arrastara junto com ela para seu quarto. O que não era nenhuma novidade, considerando que a princesa parava mais nele do que em seus próprios aposentos reais.

Um Príncipe Pirata - Desencantados Medieval 2Onde histórias criam vida. Descubra agora