Capítulo 15

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Noah


— Hannah por que ela te chama de mãe?


— É uma longa história Noah, e por quê está me acompanhando? Volta pra sala!

Parei abruptamente no degrau da escada enquanto ouvia o choro incessável, voltei para sala e sem entender o porquê daquela garota chamar Hannah de mãe.


O choro parou e os passos de Hannah se aproximaram, a pequena estava envolvida em seus braços.


— Por que você ainda está aqui? —

A garotinha se aproximou de mim.


— Não terminei de conversar com a Hannah. —

Murmurei para a menina.


— O que você quer com a mamãe?


— Nada de mais.


Hannah pediu para a pequena subir, ela obedeceu e se retirou. Ficando apenas eu, Hannah e o bebê. Me aproximei e Hannah recuou.


— Noah, por favor vá embora.


— Se não vai me deixar ver a minha filha, me diz o motivo daquela menina estar te chamando de mãe? —

Perguntei.


— Não interessa Noah.


— Pensei que a Clara fosse sua primeira filha. Mas eu estava enganado...


— Que droga Noah, por que você quer tanto saber da minha vida assim? Eu encontrei a Lorena num beco sozinha, enquanto eu sofria com seu abandono e carregava o fruto de uma aposta, de uma brincadeira sem graça na barriga. Eu espero muito Noah que depois isso você vá embora! —

Hannah franziu o cenho, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.


— Ok Hannah, eu fui um grande idiota, mereço esse tratamento de merda? Mereço. Mas Hannah essa criança é minha filha, eu a amo Hannah, eu desejo o melhor para ela. Me torture de todas as formas, mas não me afaste dela. Eu imploro! —

Pela primeira vez em toda a minha vida eu estava falando seriamente, exibindo meus sentimentos como nunca exibi para ninguém. Mesmo que ela passasse o resto da vida me ignorando e odiando, Clara não poderia sofrer as consequências das minhas ações.

— Posso segurar ela? —

Hannah paralisou por um momento, mas concordou, me entregou Clara.


Meus olhos se encheram de lágrimas ao ter aquele ser humano tão pequeno em meus braços, confiando em mim. Pedi perdão mentalmente milhares de vezes por ter feito o que fiz com Hannah.


Olhei cada traço dela, suas mãos pequenas agarraram meu dedo instintivamente.


— Ela é tão linda. —

Deixei uma lágrima correr em meio a um sorriso.


— Infelizmente se parece com você. —

Hannah bufou.


— Um pouco. Mas com certeza ela será gentil como você. Coisa que eu não sou.


— O que falta em você não é gentileza, é educação. Agora, está na hora de amamentar. —

Hannah tirou Clara dos meus braços gentilmente.

— Pode ir agora, não vou me sentir a vontade com você me olhando.


— Posso voltar outro dia?


— Ela é sua filha e mesmo que eu te odeie, ela continua infelizmente sendo sua filha.


Sorri e saí, mesmo não estando bem com a forma que Hannah me tratou, eu havia acabado de conhecer minha filha, pela primeira vez, minha menininha. Tão linda!

Consequências de uma aposta.Onde histórias criam vida. Descubra agora