Capítulo 2

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Noah

Hannah Miller. Tímida e escondida entre aquelas roupas enormes, mas muito insuportável MUITO. Algo nela me irrita profundamente, talvez seja a inocência em excesso? É, talvez. Mas por baixo daquele escudo dela, com certeza há uma garota gostosa e interessante, mas não o meu tipo.

Ouvi meu celular vibrar incansavelmente no criado mudo, estendi meu braço com preguiça, até alcança-lo. Havia várias mensagens e um novo grupo. Sorri ao ver o nome. Aposta do Noah.

Apostas realmente me interessavam. Competir e mostrar que consigo tudo o que quero, é prazeroso. Assim minha moral aumenta de certa forma.

Que aposta é essa gente?Digitei rapidamente.

É simples, e para quem gosta de apostas como você. Vai ser tão fácil quanto tirar doce de criança. Jesse respondeu rapidamente. Me fazendo soltar uma leve risada. Ela sabia como eu me sentia em relação a apostas. Poderoso.

Posso saber o que é, ou as marias vão continuar de mistério? Sorri, imaginando qual seria a aposta.

É simples, você vai pegar a nerdzinha na nossa sala e.… já sabe né? Depois de terminar o serviço você tira algumas fotos e depois joga para todo mundo ver. Fim. E na sua conta terá alguns zeros a mais. Léo completou

Sorri e fiquei surpreso ao mesmo tempo, a virgindade de alguém nunca valeu tanto, sorri de lado. Enquanto via Vitor pular para fora e sair do grupo. Mole.

Não pensei duas vezes e disse sim. Se era para ganhar dinheiro e perturbar a pobrezinha da Hannah com certeza eu diria sim.

Fucei as redes sociais até encontrar o número daquela garota. Mais difícil do que eu pensei, literalmente. No perfil dela para minha surpresa era uma foto dela sorrindo. Olhei por alguns segundos e imaginei seu rosto coberto por lágrimas e pela vergonha que cobrirá seu corpo e seu nome.

Mandei uma mensagem pedindo desculpas por todos esses anos de constante humilhação e para provar meu arrependimento a levaria numa boate. Coitadinha.

Te pego às 22h, ok?

Muito tarde. Não?Hannah, uma garota quase maior de idade que tem medo de sair de casa. Revirei meus olhos ao ver aquilo.

Então eu vou na sua casa, só tomo um banho e vou. Certo?

Ok.

A casa de Hannah me impressionara um pouco, grande, com motorista, uma empregada e um jardim impecável. Não saí muito da minha zona de conforto. A mãe dela também tinha uma conta bancária recheada pelo visto.

Demorei? — Perguntei no momento em que ela abriu a porta.

Não. Entra. — Timidamente, ela abriu passagem para mim entrar. O interior da casa realmente era de bom gosto. Pinturas de Van Gogh que valiam uma fortuna estavam exibidas na sala de estar.  

E como sempre roupas grandes. Uma jaqueta e uma calça moletom grande demais para adivinhar o que estaria por baixo daquela armadura. Percebi seu desconforto todas as vezes que eu me aproximava. Isso era bom. Eu a intimidava de certa forma. Assistimos a um filme de comédia romântica e pela primeira vez eu a vi sorrir pessoalmente. Em suas bochechas dois buracos se destacaram. As famosas covinhas. A observei gargalhar sem que a mesma percebesse, quando ela viu, engoliu o sorriso no piscar de olhos.

— Por que parou? - Perguntei- Por que parou de sorrir quando viu que eu estava olhando?

— Porque não era para estar olhando para mim. E sim para o filme. —

Murmurou sem desviar a atenção da TV.

— Qual é Hannah. É só um sorriso! Você não sente calor? Com essas roupas todas? — Perguntei assim que vi um ponto de sua barriga ser exibida pela elevação da jaqueta.

— Estou bem assim.

— Abre a jaqueta ao menos, você está suando.Prometo não olhar. --- Observei seu rosto rigidamente se virar para mim. Ela não disse nada, apenas tocou no zíper da jaqueta com receio e foi deixando-o escorregar devagar até o final. Cada escorregada que aquele zíper levava meu coração acelerava, pela obra de arte escondida ali. O corpo dela era perfeito a cintura definida, coberta apenas por uma regada branca.

--- Você disse que não iria olhar.

- Não vou te olhar. Eu vou te beijar. — Avancei para cima dela e encontrei seus lábios macios. Até que fora fácil, eu estava comemorando internamente até Hannah se afastar e bater em meu rosto.
Um dia da caça, outro do caçador.

— Fora da minha casa, Noah. — 
Abriu a porta mostrando que a rua era a serventia da casa. Soltei um palavrão abafado.

— Eu sou apaixonado por você. Desculpe por isso. — E saí ignorando o olhar de Bianca na escada ao ouvir a voz exaltada de Hannah. Digitei uma rápida mensagem para Jesse antes de arrancar com o carro.
                                                     
                           
                                                               
                                                         

                    
                 
                                                                 
                                                             
                                                  
                                                   
                                                 
                                         
                                                       
                                               
                                         

Consequências de uma aposta.Onde histórias criam vida. Descubra agora