VII. O Último Adeus

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Minutos antes da morte de Isabelle...

— Tom tem razão, Laura — disse Manu — Deve ter sido só impressão sua.

— Eu sei. Mas ainda assim... eu tenho que verificar.

— O que você vai fazer? Vai sair correndo atrás deles? Nós já os perdemos de vista.

— E vamos perder tempo se continuarmos aqui parados. — ela disse e se virou seguindo na mesma direção do jipe preto.

— Laura, calma! — gritou Thomas — Sair desse jeito não vai ajudar em nada.

— Tom tem razão. Antes de qualquer coisa você tem que se acalmar. — disse Manu — Eu vou comprar uma água pra você. Enquanto isso vai tentando ligar pra sua irmã.

Laura assentiu, meio a contragosto. Ela não estava com sede e o que ela realmente queria era ir até a casa de sua irmã.

Manu olhou para os dois lados e então atravessou a rua correndo. Voltou pouco tempo depois trazendo duas garrafas de água mineral, uma em cada mão. Entregou um para Laura e a outra para Thomas.

— E aí? Conseguiu falar com ela? — perguntou Manu.

— Não, ela não atende. — respondeu a garota — Eu vou pra casa dela.

— Laura... — disse Thomas.

— Não me peçam pra ter calma! — ela gritou, encarando os dois — Porque não vai funcionar. Só vai me deixar ainda mais nervosa.

Manu e Thomas a encararam. Ela tinha razão e eles sabiam disso.

— Eu tô indo pra casa da Izzy. Vocês vem comigo?

— Claro que vamos — disse Thomas — Somos seus amigos.

— Mas nós vamos a pé? — perguntou Manu — Tom, você não pode pegar o carro da sua mãe?

— Não dá tempo — disse Laura, mesmo sabendo que seria mais rápido — Vamos a pé mesmo.

Laura andava aflita e apreensiva. Manu tentava, desesperadamente, consolá-la. Laura estava com o celular colado à orelha, tentando falar com a irmã.

Thomas não fazia a mínima ideia do que poderia fazer, apenas seguia as amigas.

Enquanto andava, Laura tentava desesperadamente falar com Isabelle, mas em vão. Ela não atendia o celular.

— Ela pode ter ficado sem bateria — disse Manu, tentando ser otimista.

— Não acho que seja isso — disse Laura — Deus, o que está acontecendo?

— Calma, Laura — disse Manu — Não deve ter acontecido nada demais. 

— Assim espero...

Os três andavam o mais depressa possível. Tão logo saíram dos limites da cidade, passaram a andar ainda mais rápido. Passaram pela ponte. O rio corria lá embaixo. A correnteza estava forte, como se previsse o que estava para acontecer.

— Vamos por aqui — disse Laura apontando um caminho alternativo — É mais rápido do que dar toda essa volta.

— Mas, Laura, logo logo vai escurecer — disse Manu — E esse atalho tem muitas árvores e elas são muito altas. Vamos ficar privados da pouca luz que vem da lua...

— Pra isso temos celulares que têm lanterna. Vamos...

Manu e Thomas deram de ombros concordando, mesmo sabendo que não era uma boa ideia, e os três se embrenharam no meio das árvores.

Os Mutantes 01 - Os RemanescentesOnde histórias criam vida. Descubra agora