Dia 57: Está na hora de me jogar nos encontros

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Faz tempo que não tenho um encontro de verdade. Muito tempo. Umas coisa de um ano ou até mais. Nesse tempo todo eu me acostumei com o conforto e segurança do carinhos dos meus amigos e da satisfação do sexo casual com pessoas com quem já tive esse tipo de relacionamento.

O meu foco era praticidade. Minha cabeça não estava preparada para me jogar em um novo relacionamento, ela estava focada em conquistar objetivos profissionais, criativos, mas agora... não estou tão certo. Acredito que esse medo, essa acomodação em não me esforçar para ir em mais encontros românticos, pode ser minha forma de me defender de todas as coisas que vêm acompanhadas desses encontros: comprometimento, confiança, esforço e possivelmente dor. 

Atualmente você vai me encontrar quase que sempre reclamando da minha pouca vontade de ir a encontros, e ao mesmo tempo resmungando como eu gostaria de ter alguém para fazer coisas como assistir à Netflix, andar pela Av. Paulista de mãos dadas, dividir um pote de açaí, apresentar aos amigos...

Eu sempre falo para meus amigos se entregarem a qualquer relacionamento, sem pensar muito no futuro ou criar expectativas. Viver o carinho, o tesão, o amor ao máximo e, mesmo que tudo acabe, se entregar a dor e a tristeza que chegar. É assim que a gente cresce. 

Ao mesmo tempo ando inseguro: ando inseguro que as pessoas com quem vou me relacionar não vão me achar bonito; ou vão me recriminar pelo meu estilo de vida; ou eu não vou ser inteligente o suficiente, bonito o suficiente, refinado o suficiente. E toda vez que sou soterrado por todas essas suposições eu acabo desistindo. 

Algumas pessoas com quem converso no Tinder, redes sociais ou até que conheço aí pelas andanças da vida, acham que essa relutância de marcar um encontro é confiança demais, desinteresse, empáfia, mas no fim das contas é insegurança mesmo. Medo. A última coisa que eu quero é ficar fantasmando esses caras. 

Estou tão enferrujado em termos de encontros, que me vi, nesses últimos dias, assistindo a um programa britânico chamado First Dates, só para absorver as emoções que surgem nesses momentos sem ter que me dar ao trabalho ou me entregar as possibilidades de realmente ir a um deles. 

No dia 57 dos potes de gratidão eu resolvi agradecer o fato de que reconheci finalmente esse medo e que eu precisava encará-lo de um jeito diferente: me cobrando menos e tentando aproveitar mais. 

Hoje eu marquei um encontro e não tenho ideia de como ele vai ser, se vai se desenvolver, se vai realmente virar um daqueles programa idílicos que eu me imagino fazendo com outro cara. O importante é que eu marquei. E é importante que eu também não dê uma desculpa para desmarcar, né?

2 potes de gratidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora