Seus olhos

Capitulo VII

A historia sofrerá uma reviravolta a partir desse capítulo. Peço paciência e espero que desfrutem dessa minha idéia meio louca. 🙈
Tentem não se irritarem comigo. 😬😘

°°

"Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e pensar no passado, poderá obter prazer uma segunda vez."
H. Jackson Brown Jr

A vida pode nos dar alegrias tão rápido como nos presentea com tristezas. É como um vai e vem de circunstâncias muitas vezes incontroláveis, as quais, de uma forma ou de outra, nos obrigam a aceitar nosso destino e nos ensina algo em  cada lágrima derramada.
Cesar não dormiu durante toda a noite, pensando na vida, no presente, no futuro e principalmente no passado, pensando nos dias que passou com o amor de sua vida, nos sorrisos e histórias compartilhadas, nas brigas, nas noites de amor e quanto mais pensava mais tinha certeza de fazer o que ele julgava certo, independente de qualquer coisa e do quanto ele sofreria. Durante a sessão de fisioterapia, se dedicou ao máximo, era assustador como suas pernas eram pesadas e simples movimentos se tornaram tão dolorosos e difíceis de executar. A tarde chegou e com ela a visita de Vicky, como sempre chegou radiante e comprimentou a todos; Cesar estava no quarto desde depois do almoço, se preparando para a chegada de Vicky e o momento que destroçaria seu próprio coração e o dela. Ela abriu a porta do quarto e viu Cesar na pequena varanda, seu cabelo havia crescido um pouco, mas ainda podia-se perceber o sol refletir no casco da cabeça dele. A brisa entrava no quarto e balançava as cortinas brancas, Vicky respirou fundo, torcendo para que ele a tratasse bem dessa vez. Se aproximou e se posicionou nas costas dele começando uma leve massagem.

- Vicky... Senti o seu perfume quando entrou. - ela desceu as mãos até o peitoral e apoiou o queixo no ombro dele.

- Esse perfume sempre me lembrará de nós dois. Comecei a usar pouco antes de te conhecer. Gosta dele? - deu um beijo na bochecha de Cesar.

- Sim. Vou guardar esse cheiro em minha mente para que sempre que o sentir, em qualquer lugar, lembre de você. - ele respirou fundo e o coração de Vicky ficou apertado, sentindo como se as palavras dele tivesse um duplo sentido.

- Não precisa guardar, estarei aqui todos os dias para que você nunca sinta saudade. - o rodeou e sentou no colo dele, o encarando.

- Não, não estará. - ela franziu o cenho .

- Como assim?

- Você vai aceitar o convite para tocar na tal banda. - eles se olharam por alguns segundos em silêncio.

- Como você sabe disso?

- Não importa... Você vai aceitar e irá embora. - ela levantou do colo dele e caminhou até o muro, passou a mão no rosto tentando se acalmar. Aquilo não poderia estar acontecendo. Depois de alguns minutos de costas para Cesar e sendo observada por ele, ela se virou para o encarar.

- Eu não vou te deixar. Não vou para lugar nenhum sem você. Não ficarei um dia sem te ver ou mesmo sem ouvir sua voz, eu não vou aceitar porque te amo e quero estar do seu lado quando você der o primeiro passo novamente e... - seus olhos encheram de lágrimas. - Do que você está falando, Cesar? Eu não vou aceitar esse trabalho. Não vou. - Cesar percebeu que não adiantaria ser amável nesse momento, ela não o deixaria se não posse a força; ele respirou fundo, precisava ser convincente.

- Mas, eu não quero você ao meu lado. Não quero te ver, não quero ouvir sua voz, não quero sua companhia... Não quero seu amor. - respirou mais fundo ainda tentando engolir o choro que ameaçava sair; ela o olhava aos prantos.  - Tentei ser amável, mas você não quer me ouvir. Não te amo mais, não te quero aqui. Preciso que você entenda, não quero mais nada e essa é a oportunidade para você superar e ser feliz, longe de mim. É o melhor para nós dois. - ele virou a cadeira no momento certo que uma lágrima  rolou de seus olhos, entrou no quarto deixando Vicky paralisada e limpou a lágrima  rapidamente. Quando ela perdeu o fôlego  e voltou a respirar, também voltou em si e entrou como um furação no quarto.