Capitulo X

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"Sempre fazendo planos para o futuro...
Sempre sendo surpreendida pelo presente"
Paulo Coelho


A conversa com a família de Vicky foi mais fácil do que se imaginava. Eles foram no mesmo dia, logo que saíram do hotel e a notícia que eles voltaram a namorar não surpreendeu a dona Guadalupe, claro. Senhor Ramon, mesmo não confiando em Cesar, aceitou porque a anos não via aquele brilho no olhar e aquele sorriso caloroso no rosto da filha. Ele queria Vicky feliz mesmo se não concordasse com certas coisas, mas não deixou de ameaçar Cesar de morte se voltasse a magoar Vicky. Todos riram, mas ele falava sério.
Depois de uma semana, os 'pombinhos' estavam felizes como nunca e em um dia normal de trabalho, Omar a encontrou, enquanto ela saia para ver dona Guadalupe, ela se surpreendeu ao vê-lo na frente do prédio dela, como se a esperasse. Ela foi até ele com um sorriso no rosto.

- Omar... O que faz aqui? - ele não sorriu, apenas a olhava sem uma expressão certa. Ele estava... Estranho.

- Vim para te ver, mas, não deu tempo de subir. Você vai sair? - ela abaixou a cabeça, o olhar dele, penetrante, monótono, a estava assustando um pouco.

- Sim. Marquei com minha mãe de fazer coisas entre mulheres... - voltou a olha-lo, achou melhor mostrar segurança. Ele parecia pálido, olheiras profundas e cabelo despenteado. - Você está bem?

- Lembra de nossa viagem a Roma ano passado? - perguntou Omar e agarrou uma das mãos dela. Ela se assustou com o modo súbito de a tocar, ele apertava forte a mão dela, queria se afastar, mas não quis ser rude.

- Sim. Você meio que me obrigou a ir até a Galleria Borghese, eu estava indisposta, e ficamos horas olhando aquelas esculturas. Principalmente uma que te fascina. Eu fiquei irritada com você. - disse sorrindo, ingênua.

- A escultura de Apolo e Dafne. É a minha escultura favorita.

- Nunca entendi porque... - ele não respondeu, apenas respirou fundo; a olhava com admiração e... Tristeza. As palavras faltaram e o modo que ele a olhava incomodou Vicky que se afastou.

- Melhor eu ir. Minha mãe me espera. - ela o beijou na bochecha, saiu dando 'tcahu', entrou no carro e Omar a seguiu com o olhar até que ela sumiu no horizonte.

°°

Um mês passou e Cesar pressionou Vicky para contar sobre o noivado, ele queria gritar ao mundo que casaria com a mulher que amava e amaria para sempre.

- 'Amoreco', vamos contar ao seu pai... - eles estavam abraçados na cama dela, rostos próximos e ela dizia 'não' com a cabeça. - Sim... Ele me ameaça de morte toda vez que nos vemos, mas sei que ele já me ama. - ela riu alto.

- Porque acha isso? - ele beijou a testa dela e cheirou, sentindo aquele perfume próprio dela, de mulher.

- O olhar dele quando estamos juntos... Uma vez o vi sorrir enquanto brincávamos no jardim; naquele domingo, e tive certeza que te ver feliz ao meu lado o fez nutrir sentimentos por mim. Acho que ele se apaixonou 'pela minha pessoa'. - ela deu uma gargalhada e levantou a cabeça para o olhar. Ele a abraçou mais forte e sorriu.

- Meu pai? - ele assentiu com a cabeça.

- E se não assumirmos nosso compromisso, creio que ele me pedirá em casamento e entraremos em um triângulo amoroso. - ela subiu sobre ele, roçando seus sexos; estavam vestidos.

- Você é muito engraçadinho. - passou a falar entre beijos. - E me subiu um desejo louco agora. - abriu a camisa dele arrancando os botões.

- Virou mania agora estragar minhas camisas. - ela sorriu beijando o peitoral. Ela fervia feito brasa. - Reparei que você anda muito fogosa... - ela parou de beijá-lo e o olhou.

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