Capítulo XII

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"Muitas pessoas pensam que a felicidade somente será possível depois de alcançar algo, mas a verdade é que deixar para ser feliz amanhã é uma forma de ser infeliz."
Roberto Shinyashiki

Vicky correu até Cesar, ele estava deitado de lado, desacordado sobre um colchão fino, lençóis sujos de sangue, seu rosto inchado e roxo, seus lábios ressecados. Ele estava gelado, o quarto era tão frio; ela chorava e pegou a cabeça dele com as duas mãos e começou a beijá-lo cuidadosamente.

- Amor? Cesar? - sua voz era fraca devido ao choro que ela tentava conter. - Amor, acorda... Por favor... - ele não se mexia, a respiração fraca. Foi então que ela retirou o fino lençol que o cobria e viu as marcas roxas em seu corpo, as costas cortados com marcas de chicotadas. - Chava! Por Deus me ajuda! - ela gritava desesperada. Sentia estar perdendo ele para a morte.
Chava estava em choque, ele acabara de matar um homem, mas ao ouvir os gritos de Vicky se moveu até ela, ainda pálido, tremia.

- Calma. - sua voz estava trêmula e ela percebeu que ele estava em choque, mas não perguntou nada entendia o motivo. Chava tocou os punhos de Cesar. - Ele está fraco, apanhou demais. Precisamos tirá-lo daqui, teremos que armar uma cena de crime para nos livrar de acusações, então não podemos levá-lo a nenhum hospital próximo.

- Ele pode morrer, Chava! - ela agarrou o braço de Chava com força.

- Calma, Vicky. Ele vai ficar bem. Ele é forte. Gaby trouxe algumas coisas para primeiros socorros e Carlos entende dessas coisas, limparemos as feridas e viajaremos para uma cidade vizinha. Vai dar tudo certo. - ela assentiu com a cabeça.- Vou ver que podemos fazer para apagar nossos rastros.

Ele saiu da cabana e quando Chava entrava na casa principal Carlos e Dominguez apareceram. Estavam feridos. Carlos com um tiro de raspão na perna e Dominguez com um de raspão no braço. Ao ver aquilo ele se preocupou.

- Onde está a menina? - seus olhos arregalados.

- Ela... - disse Carlos olhando para Dominguez sem saber o que dizer.

- A garota? Onde ela está, Carlos? - disse Dominguez preocupado.

- Meu Deus!!

Na cabana

Vicky chorava ao lado de Cesar, acariciando a mão esquerda dele. As lágrimas rolavam sem parar, estava feliz por ele, por seu amado estar vivo, mas triste por Omar. Apesar de tudo, ela foi feliz ao lado dele, nesses dois anos ela o viu como amigo e nutriu um carinho por ele. Vê-lo morto doía e ela não conseguia controlar a tristeza que apertava seu coração. Era triste, uma desgraça que ela não esqueceria jamais. Ela permanecia de cabeça baixa, chorando e acariciando a mão de César.

- Vicky... - ela levantou a cabeça e seus olhos se direcionaram a voz.

- Cesar? - ela aproximou o rosto do dele somente para o olhar mais de perto, queria beijá-lo, mas tinha medo de machucá-lo.

- É você mesmo? - a voz de Cesar era quase inaudível.

- Sim. Sou eu, amor, e vamos te tirar daqui. - ela quase estava sem lágrimas para chorar.

- Você está bem? Se machucou? - ela sorriu entre lágrimas.

- Não, você que está acabado. - ele sorriu de leve. - Mas, vamos cuidar de você. Nós três seremos muito felizes. - ela não sabia se era o momento certo, mas talvez fosse mais um motivo para ele lutar pela vida.

- Nós três? - ele franziu o cenho e sentiu doer, seu rosto estava inchado, quase deformado. - O que quer dizer?

- Que aquela noite no hotel rendeu um fruto. - ela sorriu entre lágrimas e ele também.

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