the scars

Capítulo 18

- Harry ?! - grito com esperança que ele me ouça e que volte atrás. Ele não vira as costas e simplesmente continua a andar como se nada fosse. Mas o que é que tinha acontecido ao Harry para ele ir para o grupo do meu irmão. Suspiro e ganho coragem para entrar na livraria, por a dúvida para trás e agir como se nada fosse.

- Bom dia - Danielle cumprimenta-me com um beijo na cara. - Tudo bem ? - Ela pergunta.

- Sim, sim estou bem- Sorriu para ela. Ando até ao meu cacifo e digo olá ao Niall e a Beth. Pego na minha identificação ponho-a ao peito e começo mais um dia de trabalho. Os clientes começam a entrar e eu reparo num rapaz alto de cabelo escuro e com barba feita por fazer a dirigir-se para o meu balcão.

- Bom dia - Diz-me.

- Bom dia, o que é que deseja ? - Mando-lhe um sorriso.

- Ah eu encomendei  na semana passada um livro académico, e eu gostaria de levantá-lo hoje.

- Os livros académicos são com a minha colega ali - Aponto para a bancada de Beth. Mando um sorriso ao rapaz e continuo no computador. Começo a ver o meu mapa de vendas, que é praticamente as minhas vendas neste mês. Na livraria nos recebíamos de acordo com aquilo que vendíamos e eu ainda não vendi nenhum livro, claro é o segundo dia aqui mas mesmo assim já devia ter algo vendido,  dava-me jeito um dinheiro a mais. O dia passou e várias pessoas foram à minha bancada requesitar romances, uns atrás dos outros, as minhas vendas aumentaram e sorriu a pensar que fiz um bom trabalho. O dia já tinha passado e já eram 18:15, a minha hora de sair.

Já estava de noite e era eu  fechar a livraria. Quando ponho a grade para baixo começo a andar até à paragem de autocarro, passo por uma esquina e consigo reparar num grupo de três rapazes, com uma aparência pouco interessante a olharem para mim, sinto-me desconfortável porque parece que o cheiro do tabaco deles está-me a perseguir. Olho para trás e a minha respiração acelera ao ver que dois dos rapazes estavam a seguir-me. Começo a andar mais rápido e atravesso a esquina. Encosto-me à parede com a esperança de que eles não me encontrem.

- oh olá olá - Um dos rapazes agarra o meu pulso e enconsta-o à parede. O cheiro a vodka e a tabaco sai da boca dele.

- Larga-me se faz favor - Tento mover o pulso mas este já começa a arder com a pressão que sofre contra a parede. O rapaz aproxima-se de mim e começa a respirar ao meu ouvido e a cheirar o meu pescoço.

- Larga-me ! - Com a minha outra mão disponível puxo a cara dele para trás mas este prende-me a mão deixando-me estar totalmente imobilizada.

- Teimosa, gosto. - Ele sussurra ao meu ouvido os lábios deles comecaram a beijar o meu pescoço. Começo a choramingar. O nojo que tenho dele cresce cada vez mais.

- Pára ! - Cuspo-lhe para a cara. Ele arregala os olhos e olha-me de cima a baixo, agora com raiva de mim. Eu quero o Harry, quero que ele me ajude. Consigo ver a mão do tal rapaz a erguer-se para supostamente me bater. Mas para meu espanto uma mão agarra-lhe o pulso, o rapaz que o impediu de bater-me estava na sombra do prédio por isso não lhe pude ver.

- Não lhe toques, ja sabes que ele não gosta - O rapaz que me protegeu avisa-o o e sai da sombra. Era o rapaz que me tinha falado na livraria. Mas o que é que ele está aqui a fazer ?

- Oh ele não gosta ? Deves estar a gozar ! Nem sabes quantas vezes é que eu já a ouvi a chorar depois de ela ter levado dele ! - O rapaz que me ia agredir ri-se. Mas... como é que ele...ele já me ouviu chorar ? Aposto que ele os dois já tiveram na minha casa. A raiva que tenho pelo o meu irmão cresce cada vez mais dentro de mim. Pergunto-me se a mãe sabia que estes deliquentes vêm para nossa casa fazer porcaria e sabe-se lá mais o quê.

- A sério Carl pára, já sabes que ele não gosta de trabalho e família juntos.

- Oh vai-te foder Sid - Carl larga o pulso antes preso por Sid e começa a andar em roda pondo as mãos na cabeça. - Mas como é que sabes que é ela ? - ele aponta para mim.

- Eu vi a identificação dela ! Seu estúpido de merda ! - Começo a pensar em toda a conversa entre o Sid e Carl e consigo perceber que eles também fazem parte do grupo do meu irmão e que nada na  minha vida mas mesmo nada acontece por acaso. Sid e Carl começam a discutir e eu tento aos poucos e poucos sair da esquina e ir para a rua principal iluminada pelos candeeiros.

- Onde é que pensas que vais ? - Carl agarra-me no braço e empurra-me contra a parede. Outra vez . 

- Larga-me ! Porra larga-me !- Finalmente levanto a cabeça e olho nos olhos de Carl que são pretos, ele olha para mim. Nós já estávamos um bocado longe de Sid e mas consigo-o ver a falar ao telemóvel.

- Oh meu deus !! Sid vem cá ! Ela é a do Styles ! -  grita Carl. Como assim a " do Styles ".

- Oh seu burro de merda  claro que é a do Styles !! Se é irmã do John claro que é a do Styles seu estúpido - Resmunga Sid e vem para perto de nós. - Larga-a já te disse - Diz ele a Carl. Carl larga-me e eu esfrego o meu pulso vermelho. Aos poucos e poucos vou conhecendo o grupo do meu irmão, pela experiência que tive com eles hoje, espero que o trabalho deles não seja agarrar em mulheres e violá-las num beco sem saída. Mas como é que o Harry se dá com esta gente ? Como é que eles sabem que eu o conheço ?

- Ouviste-me ? - Diz-me Sid.

- Não - A minha voz tremia por tudo o quanto era sítio.

- Bem, vou repetir outra vez. Tens 10 segundos, 10 segundos para nos virares as costas, ires para o teu autocarro e isto nunca aconteceu ok ? - Sid olha de lado para o Carl.

- 10 - Carl diz como se me quisesse assustar. 

Viro-lhes as costas, ponho o meu cabelo para trás da orelha e começo a caminhar, mas com a hipótese de eles me estarem a seguir, começo a correr e a olhar para trás. Sorte a minha que o autocarro estava mesmo na paragem. Olho em volta para ver se não está ninguém inesperado atrás de mim. Começo a reunir os meus pensamentos e chego a uma conclusão, todos os do grupo do meu irmão conhecem-me . Todos. Pelo menos agora. Começo a sentir medo de estar com o Harry, eu sei que é uma parvoíce mas eu começo a senti-lo, porque Harry se está no grupo deles, a um momento da noite " transforma-se " como eles, e isso assusta-me de tal maneira que o meu corpo inteiro treme. Quero ir para casa, embora que seja neste momento, para mim, o lugar mais perigoso para eu estar.